quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Oratória e Retórica

ORATÓRIA E RETÓRICA

Tânia A. Neves Barth


do Lat. Oratoria s. f., arte de falar ao público.

Oratória é a arte de falar em público em tempo real. Para tanto, o discurso deve ser bem redigido, planejado e bem emitido. O orador tem a finalidade não só de se fazer entender, mas de conquistar a atenção e a credibilidade do público ouvinte. Para tanto, o orador deve ficar atento à sua aparência, ao tom de voz, ao uso correto das regras gramaticais do idioma em que o tema será exposto, à dicção, volume e qualidade de voz. É importante também ao orador fazer uso dos recursos de entonação e gesticulação, para que o discurso não se torne enfadonho, fazendo com que o orador perca a atenção do público.
Retórica do Lat. rhetorica < Gr. rhetoriké
s.f., arte de bem falar; conjunto de regras relativas à eloquência; tratado que expõe essas regras; discurso brilhante de forma, mas pobre de ideias; fala empolada; (no pl. ) palavreado farfalhudo, pretensioso.
A história da retórica teve seu início por volta de 485 a.C.. Dois tiranos sicilianos, Gelão e Hierão, efetuaram deportações, transferências de população e expropriações, para povoar Siracusa e lotear os mercenários, no entanto foram depostos e quiseram voltar à situação anterior, fazendo surgir então, inúmeros processos de direito de propriedade. Tais processos eram realizados através de grandes júris populares, diante dos quais era necessário que se fosse eloqüente para os convencer. Os primeiros professores de retórica fôram Empédocles de Agrigento, Corax (o primeiro a cobrar por suas lições), e Tísias, sendo desenvolvida pelos sofistas Górgias e Protágoras. "Rector" era a palavra grega que significava "orador", o político. No início a retórica era apenas um conjunto de técnicas de bem falar e de persuasão para serem usadas nas discussões públicas. Os sofistas utilizavam a retórica com o objetivo da persuasão, ou seja, convencer os ouvintes da justeza de suas posições de orador, no entanto Aristóteles foi o primeiro a expor uma teoria da argumentação, procurando um meio caminho entre Platão e os Sofistas, encarando a Retórica como uma arte que visava descobrir os meios de persuasão possíveis para os vários argumentos, com o objetivo de obter uma comunicação mais eficaz para o Saber. Partindo deste princípio, a retórica do professor em sala de aula é fundamental para que o conteúdo das disciplinas ministradas seja assimilado pelos alunos. Uma das formas de desenvolver a oratória em sala de aula é a utilização da apresentação de imagens que, usada com parcimônia, como ilustração do tema, enriquece o discurso e abre espaço para um “brain storming”, onde cada aluno é livre para expressar sua opinião, sem medo de reprovações. Outra opção é o debate orientado, que pode ser utilizado após o orador expor o tema, quando os alunos apresentam seus pontos de vista e falam pró ou contra uma determinada proposição. Quando o grupo de alunos é muito grande, pode-se valer da “Dinâmica de Grupo”.Esta técnica consiste em dividir um grupo grande em diversas equipes, que discutem os problemas já assinalados anteriormente, com o propósito de expor a conclusão dessa discussão ao grupo maior. A parábola também pode ser utilizada pelo professor para deter a atenção dos alunos, criando a associação do tema exposto, contando-se uma história para que se extraia dela ensinamentos que possam ilustrar outra situação. Estas são algumas das técnicas que um orador pode utilizar para tornar sua retórica mais interessante e interativa, devendo evitar-se a preleção, onde o orador limita-se a fazer seu discurso diante da platéia, pois numa sala de aula, freqüentemente a preleção provoca desinteresse dos alunos, dispersão e pouca retenção do assunto exposto.

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