quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Comercial do Meu Cantinho

Este comercial foi criado e produzido por mim, com uma verba baixíssima. Fiz o melhor que pude, creio que o resultado foi satisfatório. E a voz do comercial.... advinhe de quem é?... O comercial foi exibido pelas TVs Record, Band e RBS de Florianópolis.

Brinde que ajuda a educar




As empresas modernas otimizam seus investimentos em marketing. Oferecer brindes educativos ou engajados aos clientes é uma ótima forma de ligar a marca da empresa à responsabilidade social. Criei, para a Churrascaria Meu Cantinho, o livro para colorir cuja história fala sobre a preservação do meio ambiente. O livro foi oferecido às crianças no Dia da Criança. A criação foi feita por mim, o livro foi impresso com papel reciclado e a história é de minha autoria. No livro, deixei espaços para que as crianças fizessem suas próprias ilustrações. Desta forma, as crianças interagem com o presente, e mais que isso: levam o brinde para avós, tios e outros, pois o mesmo possui desenhos feitos por eles. Resumindo, o brinde não se perde alguns minutos depois de ser entregue, é educativo e manuseado por várias pessoas.

Brinde do Bem





Criei esse brinde para o Dia dos Pais. É um kit de Risque-Rabisque, bloco de rascunhos e agenda. Tudo feito com material reciclado e produzido por pessoas com necessidades especiais, da COEPAD (Cooperativa Social de Pais, Amigos e Portadores de Necessidades Especiais). Desta forma, ajudamos a Cooperativa e oferecemos um presente bonito, de bom gosto e que será utilizado por um bom tempo, fazendo com que a marca da empresa esteja presente no dia a dia do cliente de uma forma positiva.

A Arte de Ler: José Morais

Tânia Ap. Neves Barth
15/04/2008




RESUMO DO TEXTO: “O QUE É LEITURA?”

MORAIS, José. O QUE É LEITURA? In: A ARTE DE LER. São Paulo, UNESP, 1996, p. 110-114.


Estabelece uma definição sobre o que é leitura. Questiona a afirmação de que ler nas entrelinhas, nos lábios, ou na expressão do interlocutor possa ser considerada leitura. O processo de interpretação dos sinais sensoriais é definido como “percepção”, o que não pode ser identificado como leitura. A leitura é indissociável da escrita, só havendo leitura quando há ou houve escrita. Portanto, quando se lê nas entrelinhas há a interpretação de intenção, cuja habilidade reside na compreensão da linguagem falada, ou no comportamento gestual. O ato de leitura implica a aquisição de informação, não a utilização ulterior da informação adquirida. A performance de leitura é o grau de sucesso do ato de ler, a atividade é o conjunto de eventos que se passam no cérebro e no sistema cognitivo, bem como nos órgão sensoriais motores; os objetivos são a compreensão do texto escrito e/ou o alcance de uma impressão de beleza e a capacidade é a parte dos recursos mentais específicos da atividade de leitura, que mobilizamos ao ler. Quando uma criança aprende a ler, associa uma forma ortográfica a cada palavra, ou seja, à sua forma fonológica. No curso da aprendizagem da leitura, há a associação das significações de tais formas fonológicas. Torna-se possível, então, obter a significação a partir da forma ortográfica, sem mediação fonológica. Conclui que a leitura não atinge seu objetivo sem compreensão; no entanto, os processos específicos da leitura não são os de compreensão, mas os que levam à compreensão.

Pesquisa na Escola: Marcos Bagno

Tânia Aparecida Neves Barth
28/05/2008

Reflexões sobre o livro “Pesquisa na Escola” do autor Marcos Bagno:

Marcos Bagno, com seu texto de fácil leitura, está prestando um importante serviço ao professor. Muitos professores, e me incluo nesta situação, ficam meio “perdidos” na hora de solicitar aos alunos que façam um trabalho de pesquisa sobre determinado tema. Acabamos por esquecer que os alunos do ensino fundamental e médio não sabem exatamente como se faz uma pesquisa. O esquema apresentado por ele é prático e simples. Considero um projeto realista.
Apesar do pouco tempo que temos para mediar um extenso conteúdo aos alunos, acho importantíssimo o trabalho de pesquisa. Acredito que o aproveitamento é muito maior do que a simples explicação das matérias. Durante a pesquisa, o aluno passa a perceber todo o contexto do assunto em pauta. O projeto é viável, desde que o professor seja organizado, pois certamente terá que acompanhar e orientar cada etapa da pesquisa, e não devemos esquecer que cada professor tem, em média, de 35 a 40 alunos por turma. Porém, depois da primeira pesquisa, os alunos já estarão familiarizados com esse esquema e terão mais facilidade em montar o projeto. O que achei difícil de ser feito na prática é o modelo de cronograma apresentado na página 42. Nem todos conseguirão seguir o cronograma proposto e acredito que acabe gerando ansiedade e frustração. Como disse, são poucas horas-aula para o professor passar o conteúdo do programa de ensino e orientar o trabalho de pesquisa. Eu dividiria a orientação em três tempos: 1) Inicial (levantamento das fontes); 2) Redação do texto e 3) Apresentação.
A simbologia do personagem da mitologia grega Procusto reside na intolerância. Sua relação com o sistema educacional tradicional é o autoritarismo. Na educação tradicional, o professor é soberano e detentor de todo o conhecimento, cabendo ao aluno, como parte passiva da relação, absorver tais informações e conhecimentos, sem levantar questionamentos. Os conteúdos programados para as escolas públicas, historicamente atendem a interesses políticos. O Estado determina o que será ensinado aos alunos, principalmente no que diz respeito à história do país, educação social e cívica, além das outras disciplinas. Desta forma, a educação tradicional, como afirmava Carl Marx, atende aos interesses das classes dominantes. Hoje podemos dizer que em algumas escolas públicas há professores que buscam algo além de informar. Procuram, através de suas aulas, formar cidadãos conscientes, que desenvolvam um olhar crítico sobre a sociedade na qual que vivem.
Marcos Bagno coloca a dificuldade que é para o professor ensinar o uso correto da crase. Realmente, não é fácil ensinar as regras do uso e do não-uso da crase. Digo isso porque, coincidentemente, estou ensinando essa matéria para meus alunos do ensino médio. Sua sugestão de dinâmica para ensinar como se deve usar a crase é muito boa e, acredito, eficiente. O fato de o professor usar a literatura para contextualizar o ensino da gramática me parece ser estimulante aos alunos.
Marcos Bagno consegue, com sua linguagem simples, tornar a leitura prazerosa. O mais importante é que ele é prático, ou seja, seu livro pode ser considerado um manual de ajuda ao professor que, pelo grande número de alunos, provas e trabalhos a serem corrigidos, acomoda-se um pouco no que diz respeito à dinâmica de ensino. Acaba por seguir padrões clássicos para ensinar a gramática, o que explica o fato de que a matéria Língua Portuguesa, apesar de tratar de algo que utilizamos no dia-a-dia, cause pavor a muitos alunos.

Fonética e Fonologia

Tânia Aparecida Neves Barth
14/05/2008

A fonética é a ciência que estuda os sons do ponto de vista físico, concentrando-se nos mecanismos do corpo humano que estão envolvidos na produção dos sons. A fonologia estuda os sons do ponto de vista funcional, ou seja, as formas de expressão e seu papel no sistema lingüístico.
O processo de Codificação acontece a partir do momento que o falante tem o objetivo de transmitir uma mensagem. Para tanto, ele utiliza-se do aparelho fonador, que através do ar atmosférico, chega ao “alvo”, ou seja, o receptor. Resumindo, o ser humano que quer exprimir algo através da fala, utiliza-se de seu aparelho fonador, que codifica a informação a ser transmitida em determinados padrões de ondas sonoras.
Tais ondas sonoras, transmitidas pelo falante, são conduzidas através do ar atmosférico e chegam ao aparelho auditivo do ouvinte, que ao captar os sons, os convertem em atividade nervosa, que é levada ao cérebro e decodifica a mensagem. Este processo é chamado de Decodificação.
O fator de distingue a linguagem humana dos demais sistemas simbólicos é a capacidade de segmentação da própria linguagem em unidades menores, que possuem um número finito para as diferentes línguas. Tais segmentações podem ser re-combinadas com o objetivo de se expressar diferentes idéias.
O que chamamos comumente de aparelho fonador é, na verdade, um conjunto de partes do corpo, relacionadas aos aparelhos digestivo e respiratório, utilizadas para a produção de sons. O aparelho fonador não tem, portanto, o objetivo específico de fabricar vogais e consoantes ou outras funções fonológicas. Os órgãos utilizados


Os fonemas são representados por sinais gráficos, denominados “letras” que, juntas, formam o “alfabeto”. No entanto, ocorre que nem sempre um fonema corresponde a uma só letra, pois o sistema ortográfico não é apenas fonético, mas está ligado às origens das palavras, como por exemplo, o latim. O fonema, além de poder ser representado por letras diferentes, também pode ser representado por duas letras, como no caso dos dígrafos. A letras “X” pode representar simultaneamente dois fonemas diferentes e há as letras que não representam fonemas, são notações léxicas ou simplesmente decorativas.


O órgão do aparelho fonador responsável pela produção dos fonemas surdos ou sonoros é a Glote.


Uma sílaba necessita basicamente de uma vogal para que seja formada, pois as consoantes e as semivogais são fonemas dependentes, ou seja, só podem formar sílaba com o concurso de vogais.


• Fonemas: As menores unidades sonoras da fala que, articulados e combinados, formam as sílabas, os vocábulos e as frases;
• Letra: Letra é o sinal gráfico que representa o som;
• Vogal: Fonema sonoro que chega livremente ao exterior, sem fazer ruído;
• Semivogal: São os fonemas (i) e (u) átonos que se unem a uma vogal, formando com esta uma sílaba;
• Consoante: São ruídos resultantes da resistência que os órgãos bucais opõem à corrente de ar.


A fonética ocupa-se do estudo dos sons enquanto entidades físico-articulatórias isoladas e a fonologia os estuda como elementos que integram um sistema lingüístico determinado. Os sons estudados pela fonética e pela fonologia são chamados de fonemas, que podem ser definidos como as menores unidades sonoras da fala. Um conjunto de órgãos relacionados aos aparelhos respiratório e digestivo é utilizado para se produzir os sons, sendo assim chamado de aparelho fonador. Os fonemas sonoros que chegam livremente ao exterior do aparelho fonador, sem fazer ruído, são chamados de vogais e os ruídos resultantes da resistência que os órgãos bucais opõem à corrente de ar são chamados de consoantes.

Labov X Bernstein

Tânia Aparecida Neves Barth
04/06/2008


As idéias centrais das teorias de Bernstein e Labov são antagônicas. O sociólogo inglês Bernstein defendia, em meados de 1960, a idéia da existência de um déficit lingüístico nas classes trabalhadoras, devido a seu contexto social. Sua teoria sofreu algumas modificações, o que pode ter causado alguma distorção no entendimento de sua verdadeira posição. O fato é que, por volta de 1970, quando publicou seu último trabalho, suas concepções iniciais permaneciam presentes em seu contexto. Bernstein estudou a linguagem oral baseando-se em pesquisas que analisavam duas classes sociais: A classe média e a trabalhadora. Para ele, a criança de classe média utiliza a linguagem elaborada, ou seja, uma estrutura gramatical complexa e precisa, enquanto a criança de classe popular utiliza a linguagem restrita, ou seja, estruturas gramaticalmente simples, por vezes incompletas.
Para o sociólogo, este fato se dá em conseqüência do contexto familiar das duas classes sociais: enquanto a mães de classe média usam mais intensamente a linguagem na socialização dos filhos, levando a criança a transcender o contexto, orientando-a para significações universalistas, as mães de classe popular usam uma linguagem de forma lacônica na socialização do filho, sendo a criança orientada para significações particularistas, estreitamente ligadas ao contexto.
Willian Labov, sociólogo americano contemporâneo de Bernstein, publicou, também em meados de 1960, um estudo que ia de encontro à pesquisa do sociólogo inglês. Em seu trabalho, Labov critica veementemente a teoria de Bernstein, que ele chama de “teoria da privação lingüística”. Para o estudioso americano, as dificuldades lingüísticas atribuídas às classes sociais populares são provocadas pela própria escola e pela sociedade em geral. Segundo sua teoria, as crianças das classes desfavorecidas dispõem de um vocabulário básico exatamente igual ao de qualquer outra criança, possuem a mesma capacidade para a aprendizagem conceitual e para o pensamento lógico.
Sobre as pesquisas realizadas por Bernstein, Labov aponta falhas na metodologia, pois, segundo ele, as crianças de classes populares eram submetidas a ambientes artificiais, perdendo sua espontaneidade e sentindo-se estranhas diante de um pesquisador de classe chamada “superior”, com o qual não se identificavam. Já a criança de classe média, acostumada ao ambiente e pertencente ao mesmo nível social do pesquisador, certamente, sentia-se mais à vontade no ambiente de pesquisa.
Labov usa em seus estudos um pesquisador negro, da mesma origem social das crianças entrevistadas e transforma a pesquisa numa conversa informal, fazendo com que os falantes se sintam à vontade, interagindo livremente com o adulto.
Desta forma, Labov apresenta um resultado de suas pesquisas totalmente contrário ao trabalho apresentado por Bernstein. Segundo ele, os falantes das classes populares raciocinam e discutem com mais eficiência que os pertencentes às de classe média, pois os mesmos contemporizam e “perdem-se num excesso de detalhes irrelevantes”. O dialeto popular, segundo o sociólogo americano, é “direto, econômico e preciso”, além de coerente, sendo o das classes médias, exuberante verbalmente, mais dissimulando que esclarecendo o pensamento, que se perde nas palavras.

O que é Sociolinguística? E Sociologia da Educação?

Tânia Aparecida Neves Barth
16/04/2008

Definição de Sociolingüística:
Sociolingüística é a ciência que estuda a língua da perspectiva de sua estreita ligação com a sociedade onde se origina.

Definição de Sociologia da Educação:
A Sociologia da Educação é a vertente da Sociologia que estuda a realidade sócio-educacional.

As diferenças entre Sociolingüística e Sociologia da Educação:
A Sociologia da Educação nos permite a compreensão sobre a educação dentro do contexto de uma sociedade, que, por sua vez, também resulta da educação. Desta forma, a Sociologia da Educação caracteriza-se pelo estudo da inter-relação: ser humano/sociedade/educação, tendo em vista as diferentes teorias sociológicas.
Os fundadores da Sociologia da Educação foram Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. Durkheim é o primeiro a ter uma Sociologia da Educação sistematizada em obras como “Educação e Sociologia”, “A Evolução Pedagógica na França” e “Educação Moral”. Segundo Émile Durkheim: “a educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social”, tendo por finalidade “suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine”. (Durkheim, 1955: 32)

Já para a Sociolingüística, a língua cria-se e transforma-se em função do contexto sócio-histórico. Para a sociolingüística, a língua existe enquanto interação social, criando-se e transformando-se em função do contexto sócio-histórico. Existem três termos importantes no estudo da Sociolingüística:
1. Variedade: O dialeto, ou “variante geolinguística” é a forma como uma língua é falada numa região específica. Dentro de cada variedade lingüística, há variação interna em função dos vários critérios: idade, sexo, escolaridade, etc.

2. Variante: Este termo é utilizado na Sociolingüística para designar o item lingüístico que é alvo de mudança, representando as formas possíveis de realização daquele ítem.

3. Variável - A variável é o traço, forma ou construção lingüística, que apresenta variantes observadas pelo pesquisador.
Os estudos da sociolingüística podem ter alcances diversos, dependendo dos seus objetivos. Pode descrever a fala da cidade de Nova York, de uma comunidade do Rio de Janeiro, dos estudantes de direito ou dos surfistas. Ao estudar qualquer comunidade lingüística, constata-se imediatamente a existência de diversidades ou da variação. Toda comunidade se caracteriza pelo emprego de diferentes modos de falar – variedades lingüísticas.

O Leitor Crítico

O Leitor Crítico
Tania A Neves Barth


A palavra tem o poder de mudar os rumos não só de uma sociedade, mas de toda a humanidade. Aquele que tem o domínio da palavra, como Adolf Hitler, por exemplo, pode convencer milhões e promover a barbárie, ou, como Ghandi, promover a paz e a igualdade. Segundo Ezequiel Theodoro da Silva (2002: p.24), “a escrita, como qualquer outro meio de comunicação numa sociedade dividida em classes, pode servir a propósitos de alienação ou de emancipação/libertação”. A leitura nas salas de aula, que há muito tem sido utilizada como instrumento de alienação, mais que de libertação, é extremamente importante no processo de desenvolvimento da capacidade crítica do aluno. A leitura crítica desvenda a possibilidade de transformação da realidade, mostrando ao aluno que existem, sim, contradições e injustiças, mas que a atitude de cada um pode mudar esse quadro. Estamos falando de cidadania, palavra que pode incomodar aqueles que buscam o poder através de falsas ideologias e do domínio da sociedade.
Através da prática da leitura crítica, o aluno passa a questionar a opinião do autor, comparando-a com outros autores, percebendo os diferentes pontos de vista e tecendo sua opinião, com conhecimento de causa. Desta forma, é importante trazer outros tipos de texto para a sala de aula, e não somente os encontrados nos livros didáticos. Com textos de diferentes autores falando sobre o mesmo assunto, pode-se promover debates e posicionamentos críticos, fazer ligações com outros textos, levar o aluno à produção textual onde seu posicionamento seja respeitado. A escola deve ser, portanto, o lugar onde se possa refletir, questionar, posicionar-se, agir e transformar. Silva afirma ainda que “pela leitura crítica o sujeito abala o mundo das certezas (principalmente as da classe dominante), elabora e dinamiza conflitos, organiza sínteses, enfim combate assiduamente qualquer tipo de conformismo, qualquer tipo de escravização às idéias do texto” (SILVA,1998, p.26). A sociedade globalizada tem um poder enorme e a leitura crítica tem seu lugar de destaque. A quantidade de informações disponíveis nos dias de hoje é imensa e sua leitura deve ser selecionada, sendo isto possível somente se houver o leitor crítico, pois o leitor como simples consumidor passivo de mensagens não pode mais existir.
O que normalmente acontecia, ou acontece nas salas de aula é a leitura como decodificação de sinais, um ato meramente mecânico, onde, através de questionários o aluno deve formular as respostas de interpretação dos textos. Desta forma, por vezes o aluno busca no texto apenas a resposta para as perguntas do questionário, sem nem sequer lê-lo integralmente.
Os interesses sociais das classes dominantes que se escondem nos textos didáticos comumente são ignorados tanto pelos professores quanto pelos alunos, o que alimenta a desigualdade e a injustiça social, alimentando a relação de conformismo de um povo que não consegue discernir sobre sua capacidade de mudança de tal situação. Deste modo, as classes populares encaram a leitura como algo obrigatório para a mudança de suas condições de vida, e não como uma forma de expressão, que pode mudar não só sua condição financeira, mas toda a estrutura social de seu país.
A formação do leitor crítico implica uma conscientização do professor para que se inicie nas escolas a formação do leitor crítico. Segundo Silva, há a “necessidade de uma visão mais coerente sobre o ato de ler por parte daqueles envolvidos com a educação do povo, daí a necessidade da formação de leitores que saibam trabalhar criticamente o material didático” (SILVA, 1988, p.10). Afirma ainda que “pela leitura o sujeito abala o mundo das certezas (principalmente as da classe dominante), elabora e dinamiza, organiza sínteses, enfim, combate assiduamente qualquer tipo de conformismo, qualquer tipo de escravização às idéias referidas pelos textos”. (SILVA, 1998, p.26). A situação real atual de violência, guerras, corrupção e abuso de poder não aparecem nos textos didáticos, que não condizem com a realidade do aluno. Toda aquela situação de otimismo e de sociedade perfeita que aparece nos textos didáticos, não funcionam na vida real, não dizem respeito ao dia-a-dia do aluno.
A língua portuguesa ensinada como é atualmente, torna-se um instrumento de alienação, deixando de ensinar os modos de uso da língua para ensinar simplesmente sobre a língua.

Florianópolis, 02/07/2008

Oratória e Retórica

ORATÓRIA E RETÓRICA

Tânia A. Neves Barth


do Lat. Oratoria s. f., arte de falar ao público.

Oratória é a arte de falar em público em tempo real. Para tanto, o discurso deve ser bem redigido, planejado e bem emitido. O orador tem a finalidade não só de se fazer entender, mas de conquistar a atenção e a credibilidade do público ouvinte. Para tanto, o orador deve ficar atento à sua aparência, ao tom de voz, ao uso correto das regras gramaticais do idioma em que o tema será exposto, à dicção, volume e qualidade de voz. É importante também ao orador fazer uso dos recursos de entonação e gesticulação, para que o discurso não se torne enfadonho, fazendo com que o orador perca a atenção do público.
Retórica do Lat. rhetorica < Gr. rhetoriké
s.f., arte de bem falar; conjunto de regras relativas à eloquência; tratado que expõe essas regras; discurso brilhante de forma, mas pobre de ideias; fala empolada; (no pl. ) palavreado farfalhudo, pretensioso.
A história da retórica teve seu início por volta de 485 a.C.. Dois tiranos sicilianos, Gelão e Hierão, efetuaram deportações, transferências de população e expropriações, para povoar Siracusa e lotear os mercenários, no entanto foram depostos e quiseram voltar à situação anterior, fazendo surgir então, inúmeros processos de direito de propriedade. Tais processos eram realizados através de grandes júris populares, diante dos quais era necessário que se fosse eloqüente para os convencer. Os primeiros professores de retórica fôram Empédocles de Agrigento, Corax (o primeiro a cobrar por suas lições), e Tísias, sendo desenvolvida pelos sofistas Górgias e Protágoras. "Rector" era a palavra grega que significava "orador", o político. No início a retórica era apenas um conjunto de técnicas de bem falar e de persuasão para serem usadas nas discussões públicas. Os sofistas utilizavam a retórica com o objetivo da persuasão, ou seja, convencer os ouvintes da justeza de suas posições de orador, no entanto Aristóteles foi o primeiro a expor uma teoria da argumentação, procurando um meio caminho entre Platão e os Sofistas, encarando a Retórica como uma arte que visava descobrir os meios de persuasão possíveis para os vários argumentos, com o objetivo de obter uma comunicação mais eficaz para o Saber. Partindo deste princípio, a retórica do professor em sala de aula é fundamental para que o conteúdo das disciplinas ministradas seja assimilado pelos alunos. Uma das formas de desenvolver a oratória em sala de aula é a utilização da apresentação de imagens que, usada com parcimônia, como ilustração do tema, enriquece o discurso e abre espaço para um “brain storming”, onde cada aluno é livre para expressar sua opinião, sem medo de reprovações. Outra opção é o debate orientado, que pode ser utilizado após o orador expor o tema, quando os alunos apresentam seus pontos de vista e falam pró ou contra uma determinada proposição. Quando o grupo de alunos é muito grande, pode-se valer da “Dinâmica de Grupo”.Esta técnica consiste em dividir um grupo grande em diversas equipes, que discutem os problemas já assinalados anteriormente, com o propósito de expor a conclusão dessa discussão ao grupo maior. A parábola também pode ser utilizada pelo professor para deter a atenção dos alunos, criando a associação do tema exposto, contando-se uma história para que se extraia dela ensinamentos que possam ilustrar outra situação. Estas são algumas das técnicas que um orador pode utilizar para tornar sua retórica mais interessante e interativa, devendo evitar-se a preleção, onde o orador limita-se a fazer seu discurso diante da platéia, pois numa sala de aula, freqüentemente a preleção provoca desinteresse dos alunos, dispersão e pouca retenção do assunto exposto.

Todos nós somos musicais

Já imaginou a vida sem música, nenhuma música? Seria enlouquecedor. Todos nós somos musicais, temos ritmo correndo em nossas veias, nas batidas do coração. Se nosso coração perde o ritmo, todo o restante de nossa "orquestra" entra em descompasso e o caos se instala. A música é terapêutica e otimiza o funcionamento do cérebro.

Veja este vídeo do Festival Mundial de Ciência. No tema: "Notes & Neurons: In Search of a Common Chorus", Mc Ferrin dá uma demonstração do poder da escala pentatônica, que está gravada no cérebro de todos nós, mesmo que não o saibamos conscientemente.


World Science Festival 2009: Bobby McFerrin Demonstrates the Power of the Pentatonic Scale from World Science Festival on Vimeo.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Estilos Literários: Romance

Romance

Tânia Aparecida Neves Barth
17/06/2008

O romance é o estilo narrativo que mais se aproxima da linguagem cinematográfica, o que faz com que muitos produtores e diretores utilizem-no como base para seus roteiros ou o adaptem para o cinema. Alguns desses “casamentos” são bem sucedidos, como o caso do romance Perfume de Patrick Süskind. O romance conta a intrigante história de um garoto que se diferencia das demais pessoas pela sua falta de odor e pela aparente contradição de ter um apuradíssimo olfato que lhe permite sentir e identificar cheiros a grandes distâncias. Esta capacidade, que poderia ser uma bênção, transforma-se sua maldição, tornando-o obsessivo na busca do perfume perfeito.
O enredo deste romance apresenta recursos que adiantam a narrativa, ou seja, a cronologia é respeitada, os personagens falam diretamente e a ocorrência de ações é maior que o número de comentários do narrador. Quanto ao tempo, o romance apresenta-se no tempo físico, iniciando-se a história da personagem central com seu nascimento, em 17 de julho de 1738. A narração é ulterior, com poucas analepses, quando Jean-Baptiste tem recordações de fatos que ocorreram em sua infância.
O espaço físico da narrativa é a França, ambientado no século XVIII, dentro do contexto de hábitos e costumes da época e da organização da sociedade, numa reconstituição histórica. O enredo segue linearmente no tempo descrevendo os fatos da vida do protagonista, desde o seu nascimento até sua morte, já adulto.
O personagem principal pode ser classificado como esférico, pois o autor explora características psicológicas complexas na sua caracterização, tais como: obsessão pelo conhecimento e poder, a necessidade de superação e afirmação, permeada por um erotismo latente.
Quanto ao papel desempenhado no enredo, a personagem central, Jean-Baptiste Grenouville, pode ser considerada um anti-herói que, apesar de sua natureza monstruosa, passa algo de inquietante quando é manifestada sua tão própria e incorrupta pureza. Este personagem inspira no leitor sentimentos contraditórios e diversos como simpatia, comiseração, horror e até asco, confundindo a percepção de seu caráter. Sua amoralidade por vezes parece perversa, outras parece um grito de socorro para sua grande necessidade de aceitação na sociedade.
A relação personagem-narrador desenvolve-se no modelo “visão por trás”, ou seja, o narrador não participa da história. Ele sabe de todos os fatos e pensamentos dos personagens, como se contasse algo que já aconteceu e que ele conhece perfeitamente, porém, sem antecipar os fatos na narrativa. Desta forma, pode-se dizer que a perspectiva da narrativa de O Perfume é de focalização zero. O narrador descreve detalhadamente os lugares, sensações, pensamentos, e por vezes reproduz a voz de alguns personagens, fazendo-se presente, não como um personagem, mas com onisciência intrusa. O autor-narrador traça comentários sobre os personagens, sob o ponto de vista moral e ético, porém não com um tom de julgamento, mas de imparcialidade e de reprodução dos fatos e sentimentos.
O romance O Perfume causou grande impacto em 1985, por ocasião de seu lançamento, sendo traduzido para muitos idiomas. Recentemente sua adaptação para o cinema fez com que ele despertasse o interesse de novas gerações de leitores. Apesar do romance possuir uma ambientação histórica, sua linguagem é contemporânea e trata de sensações e sentimentos universais, dando um caráter atemporal à narrativa. A linguagem coloquial facilita o entendimento, atrai e convida o leitor a participar do universo de experimentações que o autor propõe.


Referências Bibliográficas:

SÜSKIND, Patrick. O Perfume. KOTHE, Flavio R. (Tradução). Rio de Janeiro: Record, 1985.
MESQUITA,Samira Nahib de. O enredo. São Paulo: Ática, 1987.
KOTHE, Flávio R. O Herói. São Paulo: Ática, 1987.
NUNES, Benedito. O Tempo na Narrativa. São Paulo: Ática, 1995.
REUTES, Ives. A análise da Narrativa. Trad. Mário Pontes. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
DIMAS, Antonio. Espaço e Romance. São Paulo: Ática, 1994.
OLIVEIRA, Iara de. O Narrador. In.___: Os elementos constitutivos da narrativa – esquema básico. Pág. 6.

Estilos Literários - Conto e Crônica

Conto e Crônica

Tânia Aparecida Neves Barth
13/06/2008

Alguns estilos narrativos possuem características que podem se confundir. É o que acontece com o conto e a crônica. Segundo Cortázar (1997), o conto se move no plano do homem, onde a vida e a expressão escrita dessa vida travam uma batalha, sendo seu resultado o próprio conto. Os contos relatam fatos da vida de forma sintetizada, ou seja, uma de suas características é sua brevidade. Na França, esta brevidade chega a ser limitada a vinte páginas, sendo a partir daí considerado novela.
O conto relata um fato onde tempo e espaço são condensados e a densidade dos fatos busca fazer com que o leitor se sensibilize a ponto de concentrar-se na narrativa e abstrair-se de tudo à sua volta. Os fatos relatados no conto não têm a necessidade de serem verídicos, mas seu autor deve tratar um determinado tema com uma dose de tensão, despertando o interesse do leitor.
Já a crônica, embora também possua a brevidade como uma de suas características, exibe certa concretude na narrativa, registrando fatos circunstanciais. Os fatos narrados na crônica são cotidianos e muitas vezes triviais. Há, portanto, um comprometimento maior com a realidade, inclusive pela linguagem jornalística, utilizada comumente neste gênero. Como afirma Jorge de Sá (2001), referindo-se à carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal, onde descrevia as terras brasileiras recém descobertas:
“A história da nossa literatura se inicia, pois, com a circunstância de um descobrimento oficialmente, a Literatura Brasileira nasceu da crônica”.

A diferença mais marcante nesses dois gêneros narrativos está na densidade que o conto apresenta, centrada num determinado momento da condição humana. A crônica, no entanto, não possui tal característica, já que o autor aproxima-se bastante da imagem de um repórter, que narra os fatos com certa superficialidade e imparcialidade. Não há, na crônica, o sentido de valores ou conflitos morais que podem ser notados nos contos.
Pode-se dizer que o público de um e de outro difere de forma clara. Enquanto o leitor do conto busca sua leitura na literatura, o de crônica a busca em jornais, onde são publicadas.
Observa-se, portanto, que a diferença fundamental entre os gêneros narrativos conto e crônica, apresenta-se na forma como o escritor trata o tema escolhido. Enquanto o escritor de conto aprofunda-se em seu personagem, utilizando linguagem literária para exprimir a densidade psicológica ou moral do personagem, o cronista não apresenta tal comprometimento, narrando os fatos com linguagem jornalística, ágil e imparcial.

Referências Bibliográficas:

CORTÁZAR, Júlio.Alguns aspectos do conto. In: Valise de cronópio. São Paulo: Perspectiva, 1997, pp.147-163..
SÁ, Jorge de. Crônica: uma definição. In: A Crônica. São Paulo: Ática, 2001, pp. 5-11.

Texto: O que é Leitura?

RESUMO DO TEXTO: “O QUE É LEITURA?”

Tânia Ap. Neves Barth


MORAIS, José. O QUE É LEITURA? In: A ARTE DE LER. São Paulo, UNESP, 1996, p. 110-114.


Estabelece uma definição sobre o que é leitura. Questiona a afirmação de que ler nas entrelinhas, nos lábios, ou na expressão do interlocutor possa ser considerada leitura. O processo de interpretação dos sinais sensoriais é definido como “percepção”, o que não pode ser identificado como leitura. A leitura é indissociável da escrita, só havendo leitura quando há ou houve escrita. Portanto, quando se lê nas entrelinhas há a interpretação de intenção, cuja habilidade reside na compreensão da linguagem falada, ou no comportamento gestual. O ato de leitura implica na aquisição de informação, não na utilização ulterior da informação adquirida. A performance de leitura é o grau de sucesso do ato de ler, a atividade é o conjunto de eventos que se passam no cérebro e no sistema cognitivo, bem como nos órgão sensoriais motores; os objetivos são a compreensão do texto escrito e/ou o alcance de uma impressão de beleza e a capacidade é a parte dos recursos mentais específicos da atividade de leitura, que mobilizamos ao ler. Quando uma criança aprende a ler, associa uma forma ortográfica a cada palavra, ou seja, à sua forma fonológica. No curso da aprendizagem da leitura, há a associação das significações de tais formas fonológicas. Torna-se possível, então, obter a significação a partir da forma ortográfica, sem mediação fonológica. Conclui que a leitura não atinge seu objetivo sem compreensão; no entanto, os processos específicos da leitura não são os de compreensão, mas os que levam à compreensão.

Texto: Fases e Objetivos de Ensino

Resumo: LEITURA: FASES E OBJETIVOS DE ENSINO

Tânia A. Neves Barth

É conhecido que o hábito da leitura não se faz presente no dia-a-dia dos brasileiros, nem mesmo entre aqueles que possuem escolaridade de nível superior. A importância da leitura é inegável, sendo este hábito adquirido através de treino, desembaraço, assiduidade e motivação do leitor, elementos importantes para tornar o hábito da leitura uma experiência agradável e, ao mesmo tempo, condutora de conhecimento.
A partir de modernas teorias sobre desenvolvimento psicológico da criança, procurou-se relacionar as faixas de desenvolvimento cognitivo infanto-juvenil com as fases de leitura, visto que a leitura é, sem dúvida, uma riquíssima fonte de estimulação da criança. Os principais objetivos educacionais ligados à leitura e à literatura são os seguintes:
- sensibilizar a criança para a leitura, oferecendo-lhe diferentes contatos com o texto escrito;
- desenvolver a capacidade de ler e escrever, como forma de auto-expressão e apreensão do mundo;
- aproximar o texto da realidade social e psicológica do aprendiz, como meio socializador e de refinamento emocional;
- favorecer a atuação inovadora e crítica do aluno pela valorização da tradição literária, evidenciando a importância do conhecimento da herança cultural humana;
- apurar-lhe o senso crítico em relação aos textos que consome, motivando-o para a avaliação da realidade e de si mesmo.

O Texto Literário no lo. Grau: Sugestões Estratégicas

Apesar de fatores que dificultam a iniciação da leitura aos alunos do primeiro grau, como os de ordem econômico-social, gerando apatia, desinformação e desinteresse, o educador pode transformar tais fatores em propulsores de consciência e engajamento com a realidade. Uma vez que os adultos leitores, pela simples revelação da prática, são tomados como padrão de identificação, poderão estimular o hábito de leitura.
Não se deve fazer previsão da duração da unidade, a fim de que cada professor possa adaptá-la às condições específicas de sua sala de aula. A sugestão é que o texto seja efetivamente explorado em classe.


Florianópolis, 11/11/2007.

Explorando Textos e Horizontes

RESENHA SOBRE O TEXTO: “Explorando Textos e Horizontes: A Estética da Recepção no Ensino de Literatura” – SOUZA, Luana Soares de (Org.). Ensino de Língua e Literatura: Alternativas Metodológicas. Canoas: Ed. ULBRA, 2003.


Tânia Aparecida Neves Barth


A literatura, sem dúvida, pode ser um poderoso instrumento, que possibilita ao professor despertar no aluno o encantamento pela leitura, que o acompanhará por toda sua vida. No entanto, alguns professores a utilizam apenas para o estudo de regras gramaticais, o que pode ser considerado inadequado, pois uma obra literária traduz-se como uma criação livre de um poeta ou escritor, devendo, portanto, ser tratado artisticamente e não como material de aprendizagem de conteúdos.
A simples imposição da leitura de obras literárias consideradas clássicas, escolhidas pelo professor, não estimula os aprendizes, tornando-se enfadonha e criando um distanciamento entre o aluno e a obra. Tomando como princípio o fato de que cabe ao professor despertar no aluno seu senso crítico, tornando-o um leitor com capacidade analítica e um cidadão responsável, parece claro que as abordagens deste tema devem ser desafiadoras e instigantes.
Já na década de 60 os filólogos Hans Robert Jauss, Karlheinz Stierle, Wolfgang Iser e H. U. Gumbrencht, fundadores do primeiro departamento de Ciência da Literatura da Universidade de Konstanz, na Alemanha, propuseram uma renovação no ensino da literatura, com a intenção de mudar a forma autoritária de ensinar a matéria e alcançar o diálogo entre professores e alunos.
As obras estudadas eram, então, isoladas de seu contexto histórico e social, não havendo, portanto, nenhuma referência com a qual o leitor pudesse se identificar. O que Hans Robert e seus colegas defendiam é que o texto deve ser interpretado dentro do contexto das experiências dos leitores. A ciência da literatura centra-se no leitor, cuja participação, enquanto destinatário, não pode ser ignorada. Desta forma, o conceito de “interpretação correta” é substituído pelas condições sociais e históricas relacionadas à significação do texto, e pelas condições recepcionais distintas dos leitores. O ponto de vista passa, então, da produção de uma obra para o seu consumo, a forma que o texto age sobre seu destinatário.
De acordo com a teoria de Jauss, o professor deve, ao propor a leitura, observar os gostos dos alunos, bem como seu contexto social. Despertado o interesse, o professor poderá então, gradativamente, propor textos que o distanciem de seu universo, proporcionando ao aprendiz diferentes visões de mundo, com o objetivo de ampliar seus horizontes. Com este distanciamento, o aluno tem a oportunidade de refletir e interpretar sua história através de outras perspectivas. Quanto ao processo de avaliação, deverá ser observada a dinâmica de leitura e escrita do aluno nas atividades propostas, sua habilidade na comparação e no contraste e na argumentação.
A literatura abordada desta forma, torna-se prazerosa e não uma atividade mecânica e sem significado para o aluno. É importante que o professor tenha consciência de seu papel nesta relação, que saiba seduzir o aluno para a leitura, procurando identificar sua realidade histórico-social. Apesar de não parecer fácil ao professor enfrentar tal desafio, certamente o interesse dos alunos e seu desenvolvimento enquanto cidadãos trará ao mestre a grata sensação de dever cumprido.
Florianópolis, 21/05/2008

Resenha: Filme Troya

RESENHA: Filme Troya

Tânia Aparecida Neves Barth

Os poemas épicos retratam fatos heróicos, numa narrativa bastante extensa que contém grandes feitos de heróis que tanto podem ser reais, quanto mitológicos, ou lendários. Os poemas épicos são históricos, no entanto os fatos são conhecidos através de narrações que se repetem no decorrer dos tempos. Desta forma, embora os poemas tenham a pretensão de retratar fatos e feitos reais, têm sua origem em lendas preservadas ao longo dos tempos pela tradição oral.
Os poemas épicos mais conhecidos são Ilíada e Odisséia. A Odisséia fala principalmente dos heróis envolvidos na guerra de Tróia, homens que vêm do mar com suas poderosas naus, com o intento de conquistar a cidade protegida por muralhas instransponíveis e heróis que tentam proteger seu povo e sua família.
O filme “Troya” narra a história de amor proibido entre Páris, príncipe de Tróia, e Helena, esposa do Rei de Esparta, Menelau. Páris rapta Helena e a leva para Tróia, onde é aceita como princesa, provocando a fúria do marido traído e possibilitando ao ambicioso Agamenon, irmão de Menelau, iniciar a histórica guerra para conquistar Tróia. Através dos mares, os heróis argonautas iniciam sua viagem para lavar a honra de Menelau e conquistar a tão cobiçada cidade. Unem-se a eles, os guerreiros gregos e reis conquistados, além de Aquiles, filho de deuses, que era descrito como um grande e invencível guerreiro, que tinha apenas o calcanhar como parte vulnerável de seu corpo. No entanto Aquiles, um guerreiro arrogante e independente, que não servia a nenhum rei, acaba por se apaixonar por Breseida, sobrinha do Rei de Tróia, retirando-se então da batalha. Quando Aquiles já se preparava para abandonar Tróia e voltar para a Grécia, seu primo é morto em batalha por Heitor, príncipe primogênito de Tróia.
Pode-se notar no filme Troya as características marcantes do gênero épico, onde se retrata possíveis costumes da época, tais como a queima dos mortos ou o ritual de arrastar o corpo do inimigo por três vezes para consagrar a vitória do vencedor. No entanto, cenas do filme parecem inverossímeis, perdendo-se em repetições e clichês cinematográficos. O verdadeiro herói do filme parece ser Heitor, eclipsando o famoso Aquiles, interpretado por Brad Pitt que, apesar de sua bela forma, mostrou um Aquiles desalentado, pouco expressivo. O amor arrebatador de Páris e Helena não convence, e o de Aquiles por Briseida convence menos ainda. Falta ao Aquiles do filme o propósito e a vivacidade dos grandes heróis épicos, sua arrogância mais parece birra de menino mimado e não a autoconfiança de um filho de deuses gregos.
Apesar dos deslizes do filme, pode-se notar a grandeza da guerra de Tróia, os feitos heróicos de seu povo, na defesa dos seus. Pouco se vê, no entanto, da ação dos deuses, percebe-se que estão envolvidos no tema apenas através das citações e do misticismo que leva o rei de Tróia a tomar decisões que o conduzem à derrota.
O filme tenta retratar o mundo épico, bastante irreal para o homem contemporâneo. Sabe-se, entretanto, que os mitos e as lendas são carregados de simbologia e dramaticidade que, ainda que latentes, não são vivenciadas pelo homem contemporâneo. Assim, o filme tenta reproduzir a imagem de um passado embelezado, de heróis gloriosos e onipotentes que se colocam de um modo superior à experiência contemporânea. No entanto, talvez pela necessidade do entretenimento que um filme “holywoodiano” representa, o roteiro distanciou-se da linguagem épica, resultando numa superprodução com figurinos questionáveis, histórias pessoais mal colocadas e excesso de efeitos especiais que tentam conferir ao filme um caráter grandioso.

Lembra do Renan?

A COLETIVA DA MONICA

Tânia Neves e Adriano Salvi

Expectativa, suspense, sussurros e burburinhos... a sala estava lotada de jornalistas, que para ganhar o pão de cada dia esperavam horas (ela estava atrasada) para ouvir o que a ex-colega tinha a dizer. Enquanto esperavam, alguns comentavam que a conheciam dos tempos das “vacas magras”, quando ela, assim como eles, espremia-se e acotovelava os concorrentes, fazendo de tudo para chegar mais perto do alvo, tentando conseguir uma informação importante e, quem sabe com sorte, um “furo”. Uma dessas ex-colegas, olhando por cima dos óculos para leitura comprados em farmácia, dizia:
--Parece que ela conseguiu chegar bem perto do “furo”, hein?
Enquanto o outro, com uma coxinha de galinha na boca, tentava fazer uma piadinha:
-- Mas quem acabou “furada” foi ela... – disse ele, esboçando um sorriso galináceo, que não foi correspondido.
-- Essa aí foi esperta... e peituda. Tem que ter coragem pra fazer o que ela fez.
-- Coragem e outras “cositas más”. – disse outro, aproximando-se da mesa de salgadinhos que haviam preparado para distrair os jornalistas, enquanto esperavam.
A expectativa era realmente grande, já que a mulher que convocara a coletiva, depois de armar toda a confusão, tinha sumido de cena. Alguns achavam que ela estava com medo, talvez até estivesse sendo ameaçada, já que a fama dos alagoanos era de que costumavam “riscar a faca” para resolver as pendengas. Outros diziam que talvez ela tivesse recebido um “cala-te boca” bem gordo para parar de tagarelar, ou até que a mulher do senador ”tinha ameaçado arrancar o silicone da outra a dentadas”. A verdade é que Mônica Veloso, a quem costumo me referir pela alcunha carinhosa de “Mônica Vacoso”, devido ao argumento do senador, que teria vendido cabeças de gado para engordar a pensão da amante, provocou um estardalhaço no Senado. A moça parecia não se contentar em ser apenas a amante secreta do Presidente do Senado, e receber míseros doze mil reais por mês, por conta de seu rebento. O anonimato parecia não fazer parte de seus planos, afinal, tanto de seu suor correu (na academia...), tantos cosméticos importados, botox, silicone, Restilene... tudo isso para quê? O Brasil precisava ver que baita amante o Senador perdeu. E perdeu porque era “mão-de vaca”... (ôpa, voltamos aos ruminantes), afinal, a mixaria de doze mil reais por mês mal dá para sustentar o cirurgião e o cabeleireiro, quanto menos uma filha, uma "bênção de Deus"... No entanto, lá estava ela novamente, em cena. Depois do retiro, convocou a imprensa e fez mistério sobre o assunto. A moça, não se pode negar, aprendeu direitinho com suas antecessoras - amantes, secretárias, ex-mulheres e afins - ávidas pela fama e verdadeiras “divas” do marketing pessoal. Todos os jornalistas presentes, representantes dos veículos de mídia mais importantes do país estavam ansiosos pelo que parecia ser uma “bomba”. Especulavam se a moça apresentaria alguma prova irrefutável do envolvimento do Senador em negócios ilícitos... afinal, a companheira de alcova do Senador criador de vacas, devia saber muito mais do que sonha a vã filosofia da plebe mortal, pagadora de impostos. Bem, finalmente o suspense parecia ter chegado ao fim, o advogado de bolso da moça apareceu anunciando que ela chegara e estaria entre eles em alguns minutos. Os jornalistas respiraram aliviados, afinal, eram duas horas de atraso, os salgadinhos (os que sobraram) já estavam frios e as piadinhas esgotadas...


De repente, entra a moça. Óculos escuros, tailler bem cortado, sapato de salto e bico fino, cabelo impecável, muito elegante. Os jornalistas que já não agüentavam mais tanto frufru, começaram logo as perguntas:
-- Mônica, qual foi o motivo dessa coletiva? Você teria alguma informação sobre o caso do Senador? Perguntou logo um.
Mas para decepção de uns e desespero de outros, o motivo da coletiva era nada mais, nada menos, que a divulgação das fotos que fez para a Playboy. Tudo bem, não deixa de ser notícia, e tem muito otário que vai dar uma força, comprando a revista.
"Inclusive", disse a moça, "O Zé Erinaldo, da banca do Congresso me disse que o pessoal está ansioso esperando a revista sair, ele acha que vende no mínimo uns noventa exemplares, já no primeiro dia". Enquanto falava, as imagens da “Mãe do Ano”, em poses nada maternais, eram exibidas num telão instalado ao lado da mesa. Uma jornalista imediatamente lembrou-se de sua viagem a São Luis do Maranhão, onde os açougues costumam expor as carnes penduradas na fachada, ao ar livre, prestigiadas por felizes moscas.. Sentiu que os salgadinhos queriam voltar, mas conseguiu contê-los.
-- Com o tempo você acaba acostumando - acalmou um colega mais escolado. E para finalizar com chave de ouro, a "teúda e manteúda" do Senador, diante da insistência de alguns jornalistas em fazer perguntas sobre escândalos, corrupção e lobistas, veio com a máxima:
-- Se pequei, pequei por amar demais...
Aí os salgadinhos no estômago da jornalista criaram vida própria.

Será que todo lobo é mau?

A HISTÓRIA DO LOBO MAU
Tânia A. Neves Barth

Era uma vez um lobinho que vivia feliz com sua mãe e seus irmãos. Sua vida era muito feliz, ele passava o dia a brincar com os irmãozinhos enquanto sua mãe saía para buscar comida, e quando ela chegava com o almoço, era aquela festa. Um belo dia, sua mãe não voltou. O lobinho e seus irmãos esperaram, esperaram e nada... A noite caiu, os lobinhos ficaram com muito medo e tremendo de frio, até que a coruja veio dar a notícia: Sua mãe fora caçada por um homem mau e estava morta. Os lobinhos teriam que sair pelo mundo e procurarem seus próprios alimentos. O lobinho se despediu dos irmãos e seguiu seu caminho. Andou, andou, até que chegou a uma floresta muito bonita e intocada, cheia de animais e frutas, que o lobinho adorava comer. Com o passar dos anos, pessoas foram construindo casas bem próximas à floresta. O lobinho foi crescendo e vivia feliz, porém, de tanto os caçadores matarem os animais, o lobo, que já era um jovem, foi ficando cada vez mais sem ter o que caçar. A vida do lobo ficava cada dia mais difícil, mas ele não tinha para onde ir, pois se tentava se aproximar das casas, procurando algum alimento, os homens ficavam muito bravos e tentavam mata-lo. Ele não entendia porque os homens podiam invadir sua floresta, mas ele não podia nem sequer se aproximar da casa deles, afinal, ele também precisava sobreviver...O lobo tornou-se adulto e a coisa ficava cada dia pior, pois além de quase não ter mais o que caçar, ele tinha que viver fugindo das pessoas que apareciam na floresta, muitas para caçar os poucos animais que restaram, só por diversão. Um belo dia, o lobo deu de cara com uma menina que vestia uma estranha capa vermelha e trazia uma cesta de piquenique nas mãos. O lobo, de início, levou um susto e pensou em fugir, mas a menina puxou conversa e parecia não estar com aquela coisa que cuspia fogo. A menina disse ao lobo que era filha do caçador e que estava perdida. Queria chegar à casa da avó que estava doente, mas ao pegar um atalho havia se perdido na floresta. Ela explicou como era a casa da avó e o lobo logo se lembrou onde ficava. Ele explicou para a menina como chegar lá, ela agradeceu e foi embora. O lobo, com o estômago roncando, voltou para dentro da floresta, tentando achar algo para comer. Foi quando ouviu um estouro, seguido de um zunido no ouvido... logo percebeu que o caçador perto e que tentou abate-lo sem mais nem menos. O lobo correu, mas estava magro e faminto e o caçador tinha cães que latiam bem alto e estavam bem alimentados. Um deles alcançou o lobo e lhe deu uma bela mordida na perna, mas felizmente o lobo conseguiu escapar. Exausto, no limite de suas forças, entrou num rio que passava perto e se deixou levar pela correnteza. Enquanto lutava pela vida, o lobo pensava porque o caçador queria matá-lo, já que ele tinha tanta comida em sua casa, não precisava matar o lobo para se alimentar, então porque fazer tamanha maldade? Pois se ele, o lobo, um animal selvagem, não fez mal algum à filha do caçador quando a encontrou, até a ajudou a achar o caminho da casa da avó! Finalmente o lobo não ouvia mais os latidos e nadou até a margem. Seu estômago doía de fome, seu machucado doía de dor e seu coração doía de indignação. O lobo avistou uma casa e resolveu entrar, lá devia haver algo para comer, e o lobo não agüentava mais de fome, nem conseguia pensar direito. Assim que entrou, percebeu que estava na casa da avó da menina, e que ela não estava em casa, então o lobo comeu o que encontrou e deitou-se um pouco na cama da velhinha para descansar. De repente ele ouviu um barulho na porta. Em seguida ouviu a voz conhecida da menina da capa vermelha, chamando: - Vovó! O lobo ficou assustado, pegou a touca e a camisola da avó que estavam em cima da cama e vestiu rapidamente. A garota, que era meio míope, nem notou a diferença. Sentou-se na cama e começou a conversar com o lobo, pensando que era a avó. De repente, aproximando-se mais do lobo, perguntou:
- Vovó, porque a senhora está com essas orelhas tão grandes? - E o lobo respondeu:
- É para te ouvir melhor, querida. - A menina perguntou ainda:
- Vovó, e por que seus olhos estão tão grandes?
- É para te ver melhor, querida. - Respondeu o lobo.
- E essa boca tão grande? O lobo pensou um pouco com seus botões: “Essa é a chance de me vingar dessas pessoas que invadem a minha floresta e matam todos os animais. Afinal, o pai dessa menina que eu havia ajudado quando estava perdida, tentou me matar, sem a menor piedade... agora ele é quem vai ver uma coisa”... e respondeu, mostrando bem os dentes:
- É para te comer!!!
A menina levou um tremendo susto quando percebeu que era o lobo quem estava ali, tentou sair correndo, mas foi agarrada pelo lobo, já pronto para devora-la. Foi quando a vovó chegou e, vendo aquela cena, implorou chorando ao lobo, que a devorasse no lugar da neta. A vovó disse ao lobo que a neta não tinha feito nada de mal a ele, mas que se ele quisesse mesmo se vingar, acabasse com ela e poupasse sua querida neta, pois ela era a mãe do caçador que tentara mata-lo. O lobo, vendo o desespero daquela senhora, tão frágil e delicada, percebeu que a vingança não resolveria seu problema, não impediria que o caçador matasse outros animais e também não faria o lobo sentir-se melhor. O lobo pediu desculpas à vovó e à menina, contou tudo o que vinha passando, e que se sentia solitário e perdido, já que seus amigos foram todos mortos pelo caçador. A vovó ficou emocionada e penalizada com a situação do lobo e propôs que ficassem amigos, ele poderia vir almoçar e jantar todos os dias com ela, seriam amigos e fariam companhia um para o outro, já que ela também vivia sozinha. Ela contou ao lobo que, como era já bem velha, seu filho, o caçador, não tinha muita paciência com ela, então ela preferiu morar ali sozinha, e a única pessoa que a visitava era a netinha querida. De repente, eles ouviram o latido dos cães, que farejaram o cheiro do lobo. A velhinha pegou a cesta que a neta lhe trouxe, deu ao lobo e disse:
- Tome isto para passar alguns dias até tudo se acalmar. Mas não se esqueça, de agora em diante somos bons amigos e espero você para as refeições. Agora fuja, meu amigo, que se meu filho te pega aqui, você virará troféu de parede! O lobo disse adeus à velhinha e à menina e partiu, sumindo na floresta.
Desde então, ouve-se uma história maluca, espalhada pelo caçador, de que o lobo comeu a vovó e atacou a menina, mas felizmente o caçador havia chegado a tempo de salvar a filha e ainda por cima abrir a barriga do lobo, retirando sua mãe vivinha da silva lá de dentro. A partir de então, todos passaram a ter medo do tal do “Lobo Mau” que vivia escondido na floresta.
Florianópolis, 06/11/2007

A música como estratégia de ensino

A MÚSICA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA


Tânia A Neves Barth*


Resumo

Este trabalho tem como objetivo discutir a utilização da música como estratégia de ensino da Língua Portuguesa, bem como sua relevância na contribuição da melhoria do ensino da disciplina.

Palavras-chave: Música na educação, língua portuguesa, estratégia de ensino.


1. Introdução
As dificuldades no aprendizado de leitura e produção literária, além do pouco aproveitamento do tempo-espaço em sala de aula, são fatores que levam os profissionais da educação a procurar estratégias criativas para otimizar sua atuação junto aos alunos de língua portuguesa. A música tem sido utilizada como uma estratégia eficiente, já que a musicalidade faz parte do dia-a-dia dos jovens.

2. A música como estímulo do aprendizado
A música está intimamente ligada às pessoas, desde seu nascimento, não só fisicamente, mas emocionalmente também. O ser humano não vive sem música, seja ela instrumental ou cantada. Principalmente os jovens, são muito envolvidos com a musicalidade, dedicando grande parte de seu tempo em ouvir e sentir as músicas, sendo profundamente influenciados por ela. Neste sentido, o professor de língua portuguesa tem uma forte aliada na elaboração de exercícios, despertando o interesse e atenção dos alunos.
Além disso, a música pode ser um instrumento de aproximação entre o professor e seus alunos, já que os métodos convencionais, na maioria das vezes, acabam provocando o processo de “decoreba”, ou seja, não há uma fixação do conteúdo da disciplina.
A música, como reprodutora da cultura, pode ajudar o professor de língua portuguesa a trazer as regras gramaticais e estilos literários à realidade dos jovens aprendizes, de modo que eles percebam que a língua portuguesa faz parte de sua vida e de seu dia-a-dia.

3. Considerações Finais

A utilização da música, associada ou não à dança, sem dúvida é uma estratégia bastante importante para os professores de praticamente todas as disciplinas, principalmente para os professores de língua portuguesa, que através da musicalidade inerente aos jovens, cria um elo de comunicação e aproximação com seus alunos.
Vários aspectos do programa de ensino podem ser abordados através da música, tais como: estilo de narrativa, ortografia, coesão, regras gramaticais, entre outros. O importante é estimular a criatividade e a sensibilidade dos estudantes.
A identificação dos jovens com as músicas utilizadas em sala de aula, é fundamental para que se obtenha sucesso com esta estratégia, portanto, o professor deve estar atento para que as músicas escolhidas sejam coerentes com a o gosto musical da faixa etária de seus alunos.
Outro aspecto que pode ser explorado com a utilização da música em sala de aula é o da discussão de problemáticas sociais, despertando o sentido de cidadania e de participação do jovem em sua comunidade, afinal, a missão do educador não se resume em passar informações acadêmicas simplesmente, mas também em contribuir para a formação de cidadãos conscientes e participantes.

4. Referências

OLIVEIRA, Aline Renata de et al. A música no ensino de língua portuguesa, 2002, disponível em , acesso em 11 de dezembro de 2007.
ONGARO, Carina de Faveri et al. A importância da música na aprendizagem, 2006, disponível em , acesso em 11 de dezembro de 2007.
ANDRE, Fátima. Métodos, estratégias de ensino e organização da escola, 2007, disponível em http://revisitaraeducacao.blogspot.com/2007/11/mtodos-estratgias-de-ensino-e-organizao.html, acesso em 11 de dezembro de 2007.



Florianópolis, dezembro de 2007

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Comerciais antigos

Comerciais do século passado, início da TV no Brasil.

TV Tupi: Cenas Inéditas

Vídeo de imagens inéditas da TV Tupi. Gravadas em 1953, na Vila Mimosa, bairro de baixo meretrício do Rio de Janeiro.

Expressões populares do Nordeste

Algumas expressões populares típicas do Nordeste:


a torto e a direito- indiscriminadamente;
abestado – bobo, abestalhado;
aboletar-se – instalar-se;
acocho –aperto, arrocho;
amofinado – aborrecido, infeliz;
aperreado – nervoso, preocupado;
arretado – irritado ou então algo muito bom;
assim ou assado – de uma maneira ou de outra;
assobiar e chupar cana- fazer duas coisas ao mesmo tempo;
atanazar – aborrecer, importunar;
atirar pedra em casa de marimbondo- mexer com quem está quieto e se arriscar;
bagunçar o coreto – anarquizar, cometer desordem;
balela – boato, conversa fiada;
bater o facho – morrer;
berloque – pingente, enfeite;
birinaite – bebida alcoólica;
bisaco – saco, sacola;
botar as barbas de molho – tomar as devidas precauções;
brocoió – medíocre, caipira;
bugigangas – coisas sem valor;
cabreiro – desconfiado;
cachete – comprimidos, pílulas;
cafua – depósito, lugar pequeno;
cafundó – lugar muito longe;
cascavilhar – procurar, investigar;
chamaril – coisa para chamar a atenção;
chinfrim – coisa ordinária;
cutucar o cão com vara curta – mexer com quem está quieto e se arriscar;
deforete – tomar uma brisa, ao ar livre;
degringolar – desordenar, desorganizar, algo que dar errado;
derna – desde
destambocar – tirar pedaço;
destrambelhada – desajustada metal;
empeiticar – importunar;
empiriquitado – enfeitado;
encangado – junto, pregado;
espoletado – danado da vida, com raiva;
estrambólico – extravagante, esquisito;
faniquito – desmaio, chilique;
fiofó – traseiro;
fuleiro – sem muito valor, ordinário;
fulustreco – fulano;
fuzuê – barulho, confusão;
gaitada – risada estridente, gargalhada;
gastura – incômodo, mal-estar;
goga – contar vantagem, vaidade;
guenzo – magro, esquelético;
inhaca – mau cheiro, catinga, fedor;
inté – até logo;
jururu – triste, pensativa;
labrugento ou lambugento – serviço malfeito;
lambança – desordem, barulho;
levar gato por lebre – ser enganado, logrado;
levar desaforo pra casa – acovardar-se, não reagir;
macambúzio – tristonho, pensativo;
malamanhado – desarrumado;
manzanza – preguiça, demora;
mundiça – gente sem educação;
nadica – nada;
nopró – indivíduo difícil;
nos trinques – nos conformes;
oião – curioso, enxerido;
onde o diabo perdeu as botas – lugar ermo, distante;
pantim – exageros, espantos;
peba – coisa ordinária;
peitica – insistência incômoda;
pendenga – assunto por acabar;
penduricalho – enfeite;
pé-rapado – pobretão;
pinicar – beliscar;
pinóia – expressão de aborrecimento;
piripaque – passar mal;
potoca – mentira;
rabiçaca – sacudidela, movimento;
salceiro – barulho, confusão;
samboque – pedaço;
sorumbático – tristonho, pensativo;
sustança – força, vigor;
trepeça – algo que não serve pra nada;
virar defundo – morrer;
virar o copo – ingerir bebida alcoólica;