segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O INFERNO MORNO DE DAN BROWN


Firenze é uma cidade muito, muito especial. Digo que aqui é minha segunda casa. A primeira fica em Florianópolis. Fico um tanto cá, um tanto lá. Sou uma pessoa realmente privilegiada, não? O “centro stòrico” de Firenze é uma constante festa, com muita gente bonita e elegante circulando o tempo todo, um (bom) músico em cada esquina e lojas simplesmente irresistíveis. Além disso tudo, é o berço da arte e da cultura italiana. Se você aprecia museus de tirar o fôlego, bibliotecas incríveis e concertos maravilhosos, aqui é o paraíso. É simplesmente impossível encontrar um lugar feio em Firenze. Pode-se entender por que esta cidade é o cenário perfeito para produções de peso, como o videoclipe “Turn Up the Radio” da Madonna (2012) - que pude acompanhar, pois já morava aqui na época -, entre tantas outras.
Neste ano, acompanhei o lançamento do filme “Inferno”, baseado no livro de Dan Brown e rodado em Firenze, Veneza e uma pequena parte em Stambul. O lançamento mundial foi aqui mesmo, em Firenze, no dia 8 deste mês, com a presença dos protagonistas, do diretor Ron Howard e do próprio Dan Brown. Foram quatro dias de festas “vip”, frisson de fãs e projeção do trailer sobre o famoso e lindo rio Arno, em frente à Ponte Vechio.

Não assisti à segunda produção, baseada no livro de Dan Brown, Anjos e Demônios, embora tivesse gostado de Código Da Vinci. Não acredito em séries no cinema. No entanto, envolvida pelo clamor do marketing que dominou Firenze nos últimos dias, resolvi gastar meus “ricos eurinhos” para conferir se o filme fazia jus. Aqui vão minhas impressões: “Inferno” é mais um filme comercial. Ponto. Cenários fantásticos, ótimos atores e roteiro que chega a ser infantil. Fórmula pronta e repetitiva, sem a mais pálida sombra de criatividade e verossimilhança. Para tentar compensar essa superficialidade, o filme é cheio de cenas surreais e muita ação, a ponto de ficar cansativo num determinado momento. Tom Hanks faz o que pode, mas, a despeito de seu inegável talento, desta vez o superinteligente e esperto professor Robert Langdon não desenvolve. Parece desgastado e patina numa relação estranha com a também estranha personagem de Felicity Jones. Esta parece totalmente sem utilidade na estória, não convence e não diz a que veio. Sua função fica clara somente no final do filme, e desaponta. Aliás, os outros três personagens centrais (interpretados por Irrfan Khan, Omar Sy e Sidse Knudsen) também são superficiais e decorativos. Parecem ter caído de paraquedas numa estória absurda e mal contada. A referência à obra de Dante Alighieri – Inferno, que inclusive dá nome ao filme, é outro ponto débil e parece ser apenas um artifício para catapultar o roteiro pífio a um nível um pouco mais elevado. O filme vale, como eu disse antes, apenas pelos cenários fantásticos. Os personagens nos levam ao interior de museus onde raramente podemos ter acesso, tanto de Firenze quanto de Veneza, ou seja, é um festival para os olhos. Fora isso, confesso que saí do cinema com a sensação de “Ah, então tá!”. Nada mais.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Nossa língua portuguesa

Hoje tive uma grata surpresa. Em 2011 escrevi um artigo para o jornal Diário Catarinense (Florianópolis), comentando sobre a absurda cartilha distribuída nas escolas públicas, na qual a língua portuguesa foi desrespeitada como patrimônio cultural de nosso país, como se, de repente, alguns "gênios" improvisados pudessem distorcer o correto uso do idioma falado por 200 milhões de habitantes, transformando-a numa ferramenta de conversa de boteco. Obviamente não estou me referindo às variantes linguísticas, nem à comunicação oral, que pertence a outra seara. Refiro-me à comunicação escrita, aquela que transmite os conhecimentos, descobertas e cultura de um povo e que deve ser respeitada e preservada. Bem... a minha grata surpresa foi a descoberta de uma citação à minha pessoa, feita pelo jornalista Léo, autor do blog Espaço Cidadão, que também comenta o mesmo assunto. Para aqueles que acharem interessante, clique no título do artigo para lê-lo: Ripada, pele e cabelo.


terça-feira, 3 de julho de 2012

Sociolinguística: Língua e Sociedade




UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE  CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE LETRAS
Tânia A Neves Barth (30/04/2008)


Texto: Língua e Sociedade
PRETI, Dino. Sociolingüística: os níveis da fala. São Paulo, Nacional, 1974. pág. 7.


1.- Definição de Língua:

Um sistema de signos convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a possibilidade de comunicação.

2.- Por que a relação entre a sociedade e a língua não é de mera casualidade?

Porque desde o nascimento, estamos expostos a uma infinidade de signos lingüísticos que nos oferecem possibilidades para nos comunicarmos. Pela imitação e associação, começamos a formular mensagens, o que torna a língua parte de nossa realidade.

3.- Qual a importância da língua no ato da comunicação?

A importância da língua se dá a partir do momento em que ela está presente em todos os veículos que o homem utiliza para se comunicar, nas diversas formas de atualizar seu conhecimento e seu contato com o mundo.

 4.- O que abrange a dinâmica social de que a língua é suporte?



As relações diárias entre os membros da comunidade, atividades intelectuais, informativos dos meios de comunicação em massa, a vida cultural, cientifica e intelectual.



5.-  Idéias centrais do texto:



·         A língua exerce papel primordial nas relações humanas, facultando aos membros de uma comunidade, a capacidade de comunicação;

·         A relação entre a língua e a sociedade começa no nascimento, através da imitação e associação dos signos lingüísticos, propiciando o intercâmbio e a interatividade social;

·         A língua, oral ou escrita, está presente em todos os veículos de comunicação, atualizando o contato do homem com o mundo que o cerca;

·         A língua é o suporte da dinâmica social, seja das relações humanas, da informação, da vida cultural, científica e literária.




Oficina de Leitura



SEMINÁRIO - TEMA:  “OFICINA DE LEITURA”
Profa. Tânia A Neves Barth



Objetivo:

O objetivo desta pesquisa é a análise das concepções de texto e leitura nas salas de aula.
Tema:

As causas da desmotivação e do desinteresse dos alunos na prática de leitura.
Método:

O método utilizado para a realização desta pesquisa foi a análise do capítulo 2 – “A Concepção Escolar da Leitura”, do livro “Oficina de Leitura”.

Referência:

KLEIMAN, Angela. A concepção escolar de leitura In:___. OFICINA DE LEITURA: TEORIA E PRÁTICA. Campinas, SP: Pontes, 2001, p. 15-30.

Considerações:
Angela Kleiman expõe a problemática de se conseguir estimular o aluno à prática de leitura, considerando que os textos são utilizados pelos professores como instrumentos de exercícios gramaticais, tirando-os o prazer da leitura pelo seu contexto. Pode-se identificar algumas práticas que inibem o gosto e interesse do aluno pela leitura:
  • Nos livros didáticos, os textos são utilizados para o ensino de regras sintáticas;
  • A tentativa de se fazer uma interpretação do texto de forma absoluta, sem levar em consideração o contexto histórico e social, tanto do autor quanto do aluno;
  • A leitura, em voz alta, para alunos das primeiras séries, pode provocar naqueles que têm dificuldade na pronúncia, motivo de insegurança e desmotivação;
Ao professor cabe o papel de mediador entre o aluno e o autor, alargando o universo temático do aprendiz e desenvolvendo seu senso crítico em relação à sociedade e ao mundo em que vive. O texto jornalístico pode ser bastante adequado para a familiarização do aluno com a leitura, já que o mesmo trata de assuntos cotidianos, com os quais ele se identifica. Existem várias possibilidades para se trabalhar de forma produtiva com textos jornalísticos:
·         Discutir com os alunos a relação da manchete com o texto;
·         As estratégias possíveis que o jornalista pode utilizar para abordar o texto;
·         Uso de expressões que expressem a opinião do jornalista, autor do texto;
·         O uso de aspas para reproduzir a fala do entrevistado;
·         Entre outras
É fundamental que o professor tenha interesse na área de leitura, ou seja, que o mesmo seja um leitor. Desta forma, terá mais facilidade em buscar formas alternativas e dinâmicas de despertar o gosto pela leitura em seus alunos, evitando as concepções obsoletas e ineficientes.

Explorando Textos e Horizontes: A Estética da Recepção no Ensino de Literatura

RESENHA SOBRE O TEXTO: “Explorando Textos e Horizontes: A Estética da Recepção no Ensino de Literatura” – SOUZA, Luana Soares de (Org.). Ensino de Língua e Literatura: Alternativas Metodológicas. Canoas: Ed. ULBRA, 2003.



     A literatura, sem dúvida, pode ser um poderoso instrumento, que possibilita ao professor despertar no aluno o encantamento pela leitura, que o acompanhará por toda sua vida. No entanto, alguns professores a utilizam apenas para o estudo de regras gramaticais, o que pode ser considerado inadequado, pois uma obra literária traduz-se como uma criação livre de um poeta ou escritor, devendo, portanto, ser tratado artisticamente e não como material de aprendizagem de conteúdos.

     A simples imposição da leitura de obras literárias consideradas clássicas, escolhidas pelo professor, não estimula os aprendizes, tornando-se enfadonha e criando um distanciamento entre o aluno e a obra. Tomando como princípio o fato de que cabe ao professor despertar no aluno seu senso crítico, tornando-o um leitor com capacidade analítica e um cidadão responsável, parece claro que as abordagens deste tema devem ser desafiadoras e instigantes.

     Já na década de 60 os filólogos Hans Robert Jauss, Karlheinz Stierle, Wolfgang Iser e H. U. Gumbrencht, fundadores do primeiro departamento de Ciência da Literatura da Universidade de Konstanz, na Alemanha, propuseram uma renovação no ensino da literatura, com a intenção de mudar a forma autoritária de ensinar a matéria e alcançar o diálogo entre professores e alunos.

     As obras estudadas eram, então, isoladas de seu contexto histórico e social, não havendo, portanto, nenhuma referência com a qual o leitor pudesse se identificar. O que Hans Robert e seus colegas defendiam é que o texto deve ser interpretado dentro do contexto das experiências dos leitores.  A ciência da literatura centra-se no leitor, cuja participação, enquanto destinatário, não pode ser ignorada. Desta forma, o conceito de “interpretação correta” é substituído pelas condições sociais e históricas relacionadas à significação do texto, e pelas condições recepcionais distintas dos leitores. O ponto de vista passa, então, da produção de uma obra para o seu consumo, a forma que o texto age sobre seu destinatário.

     De acordo com a teoria de Jauss, o professor deve, ao propor a leitura, observar os gostos dos alunos, bem como seu contexto social. Despertado o interesse, o professor poderá então, gradativamente, propor textos que o distanciem de seu universo, proporcionando ao aprendiz diferentes visões de mundo, com o objetivo de ampliar seus horizontes. Com este distanciamento, o aluno tem a oportunidade de refletir e interpretar sua história através de outras perspectivas. Quanto ao processo de avaliação, deverá ser observada a dinâmica de leitura e escrita do aluno nas atividades propostas, sua habilidade na comparação e no contraste e na argumentação.

     A literatura abordada desta forma torna-se prazerosa e não uma atividade mecânica e sem significado para o aluno. É importante que o professor tenha consciência de seu papel nesta relação, que saiba seduzir o aluno para a leitura, procurando identificar sua realidade histórico-social. Apesar de não parecer fácil ao professor enfrentar tal desafio, certamente o interesse dos alunos e seu desenvolvimento enquanto cidadãos trará ao mestre a grata sensação de dever cumprido.

    




Linha Crítica Adotada pela Revista Veja


UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

UNIVALI
  

SEMINÁRIO DE CRÍTICA LITERÁRIA



Tânia A Neves Barth, Lourdes C Moreira, Denise Zanon

1.      O objetivo desta pesquisa é identificar a existência, ou não, de uma linha crítica adotada na revista Veja, no que se refere às críticas apresentadas na página “livros”.

2.      O método utilizado para a realização desta pesquisa foi a análise das tendências de estilo das críticas, referentes a livros recém-lançados no mercado, apresentadas na página “livros” da revista “Veja”, números 28, 29, 30, 31 e 32.



3.      ANÁLISES:


3.1  Análise de Tânia A Neves Barth - Revista Veja número 28 – p. 130


Livro: DESONRADA

Autor: Mukhtar Mai

Título da Crítica: O RESGATE DA HONRA

Autor: Ronaldo Soares



(O livro conta o relato de uma paquistanesa, sobre sua dor de ser estuprada por quatro homens diante de sua aldeia).

A crítica de Ronaldo Soares apresenta elementos que remetem ao estilo de Crítica Biográfica e Crítica Sociológica. Os elementos de Crítica Biográfica estão presentes no texto de Ronaldo Soares, onde o crítico destaca fatos da vida de Mukhatar, demonstrando que vida e obra da autora do livro estão intimamente relacionados, pois a partir de acontecimentos trágicos ocorridos em sua vida, Mukhatar desenvolveu o tema, numa atitude de exortação ou desabafo. Logo no início da crítica, Ronaldo descreve o fato central do livro que, embora num primeiro momento pareça uma descrição biográfica da autora feita pelo crítico, trata-se de um trecho extraído do livro:


A paquistanesa Mukhtar Mai apertou seu exemplar do “Corão” contra o peito quando ouviu, na presença de mais de 100 homens, a sentença que o conselho de sua aldeia acabara de lhe impor: um estupro coletivo. Integrante de uma casta inferior, Mukhtar fora até lá apenas para pedir clemência para o irmão mais jovem.


Em outro trecho da crítica, Soares cita novamente dados da vida da autora, agora com contexto informativo:


A camponesa pobre e analfabeta, nascida Mukhtaran Bibi, virou uma ativista conhecida mundo afora pelo codinome Mukhtar Mai, que significa “grande irmã respeitada” em urdu, o idioma oficial de seu país. Seu livro, publicado no ano passado, é o terceiro na lista dos mais vendidos na França. Nele, conta como se deu essa transformação. Narra sua luta por justiça e relata barbaridades cometidas contra mulheres em seu país.


Os elementos de Crítica Sociológica são identificados na descrição que Soares faz das condições sociais vividas pelas mulheres no Paquistão, que se tornaram o mote do livro. Demonstra também a importância da obra como instrumento de reação a tais condições, sendo o primeiro passo para o início de ações sociais que visam mudar esse quadro. Tais elementos podem ser notados nos seguintes trechos do texto de Ronaldo Soares:


Mais que um desfecho de uma querela tribal, o livro narra como Mukhtar transformou sua tragédia pessoal em uma boa causa: a defesa dos direitos das mulheres em seu país. E com isso, tornou-se um símbolo da luta das mulheres no mundo islâmico.


... ela iniciou um movimento que contesta a condição humana feminina em seu país e questiona hábitos ancestrais como o jirga, conselho tribal que a condenou ao estupro.


Soares cita, ainda, a crítica divulgada pelo New York Times:


... Para o jornal The New York Times, ela é “A Rosa Parks do século XXI”, comparação feita com a americana-símbolo do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos.


E continua:


Ainda que movida pela revolta, Mukhtar apostou na educação como forma de mudar a realidade de seu país.


3.2  Análise de Lourdes C Moreira - Revista Veja número 29 – p. 118 e 119


Livro:  O BAZAR ATÔMICO

Autor: William Langewiesche

Título da Crítica: O APOCALIPSE DOS POBRES

Autor: Jerônimo Coelho



(È um livro-reportagem, que faz um alerta para a proliferação de armas atômicas entre países instáveis).


O texto de Jerônimo Teixeira traz elementos presentes na crítica Historiográfica, visto que procura explicar a obra pelas condições exteriores de sua criação sob a perspectiva histórica, sociológica e psicológica. Apresenta referências contextuais que evidenciam aspectos da ameaça nuclear, oriunda tanto de países ricos como de países pobres.


O fim da Guerra Fria, no início dos anos 90 parecia ter encerrado a ameaça do apocalipse nuclear. Mas então os doidos da Al Qaeda derrubaram o World Trade Center, em 2001, e o desmantelamento da União Soviética se transformou em favor adicional de pânico. E se os terroristas colocarem as mãos no material nuclear das antigas repúblicas soviéticas?



Há predomínio do contexto, pois a análise é fundamentada nos aspectos que causariam o uso da energia atômica por países terroristas, e faz um paralelo entre o ocorrido em Hiroshima em 45; caminha para os testes nucleares realizados pelo Paquistão em 1998.


As primeiras páginas de O Bazar Atômico centra-se nos efeitos da bomba que destruiu a cidade de Hiroshima, em 1945, e levou a que o Japão se colocasse de joelhos, diante dos Estados Unidos.[...]


A proliferação atômica em países pobres e instáveis é, essa sim, um risco imediato. O Irã dos aiatolás está desenvolvendo seu programa de enriquecimento de urânio, e só depois de muita pressão internacional a Coréia do Norte desistiu neste ano de seu programa nuclear. [...] O verdadeiro centro irradiador dessa nova corrida nuclear é o Paquistão, que fez seus primeiros testes nucleares em 1998.


O crítico salienta também as questões psicológicas e econômicas que afetam o planeta com a proliferação das armas atômicas e suas consequências.


Os pesadelos de destruição global da Guerra Fria podem estar distantes. Mas a convivência explosiva de Paquistão e Índia coloca em cena o perigo dos apocalipses regionais. E, se quatro jatos de passageiros foram capazes de sacudir todo o tênue equilíbrio geopolítico mundial, é de imaginar que ruína um atentado nuclear causaria na já tão abalada psique do planeta.


3.3  Análise de Lourdes C Moreira  - Revista Veja número 30 – p. 134 e 135


Livro:  HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE

Autor: J. K. Rowlling

Título da Crítica: AGORA ACABOU

Autor: Isabela Boscov



(Agora Acabou de Isabela Boscoy faz crítica à obra As Relíquias da Morte de J. K. Rowling)



A crítica de Isabela Boscoy com relação à referida obra é de cunho Biográfico e Sociológico.

Traz elementos da crítica biográfica quando destaca a autora em relação à obra, informando que é líder de vendas e ressalta a fortuna conseguida através da sua escrita, apesar de sua narrativa ser considerada banal. “A prosa de Rowling é banal e seus personagens são unidimensionais e seu grande dom, como escritora, é o de argumentista – assim que supera uma abertura um tanto lenta”. Em outro momento também afirma, “ Fãs comemoram o lançamento, no último sábado: Rowling quebrou todos os recordes que pertenciam a Rowling.[ ...] 1 bilhão de dólares é em quanto se estima a fortuna pessoal de J. K. Rowling” Paralela à crítica biográfica percebe-se também elementos da crítica sociológica quando apresenta o conhecimento do contexto (prática da leitura) em confronto com o romance (os atrativos desta leitura), isto é, a autora de Harry Potter traz para sua obra temas que interessam ao leitor jovem, que é o maior público de sua obra. “Com Harry Potter e as Relíquias da Morte, encerra-se um fenômeno editorial. E renova-se a pergunta: ele criou novos leitores?” Ainda afirma, “Eis, então, aquela que sempre foi a maior qualidade de Rowling: a confiança de que o público infanto-juvenil está à altura de temas como traição, morte, abandono, lealdade e responsabilidade.”

E ao final da crítica, Boscoy, faz uma fusão destas duas críticas destacando tanto a autora como o fenômeno do interesse dos jovens pela obra.


Os 325 milhões de exemplares vendidos por Rowling até as Relíquias da Morte sugerem que algo de positivo, sim, há de sobrar desse fenômeno. Nem que seja apenas a constatação de que não pode ser responsabilidade de uma única escritora resolver um problema – o desinteresse de toda uma geração pela palavra escrita- para a qual pais e professores não conseguem encontrar solução adequada.


3.4  Análise de Denise Zanon  - Revista Veja número 30


Livro: A EVOLUÇÃO DAS COISAS ÚTEIS

Autor: Henry Petroski

Título da Crítica: MIUDEZAS GENIAIS

Autor: Jerônimo Teixeira


O crítico Jerônimo Teixeira apresenta uma mescla de crítica Historiográfica e Sociológica. Historiográfica quando analisa a obra a partir do aspecto da evolução histórica que os objetos comuns sofreram no decorrer dos séculos. Afirma, “Ao reconstruir a evolução histórica desses apetrechos simples o autor ilumina os complicados caminhos da inovação”.

Sociológica quando associa os objetos às necessidades do homem e à insatisfação desse homem dentro do seu contexto e com os objetos dos quais faz uso, o que provoca a discussão da própria sociedade.


Petroski não aceita o clichê segundo o qual a necessidade é a mãe da invenção. O homem, pondera, tem necessidade de água, mas não de cubos de gelo ou ar condicionado. “O luxo é a mãe da invenção”, diz o autor.


O texto é um pretexto para a discussão da sociedade e seus costumes, o homem explicando as mudanças e a criticidade. Petroski ensina que o inventor é, antes de tudo, um crítico. É a partir da percepção de defeitos nas coisas existentes que ele chega a um design inovador. Afirma [...] “Este é um processo inesgotável, pela razão simples de que não existe invenção humana que não comporte algum defeito. E foi essa insatisfação permanente que produziu todos os modernos luxos eletrônicos.”

Nas críticas cujo autor é Jerônimo Teixeira percebe-se uma tendência para as críticas Historiográficas e Sociológicas. Não há por parte dele exaltação ao autor, mas sim ao contexto histórico e às pertinências sociais.


3.5  Análise de Tânia A Neves Barth - Revista Veja número 31 – p. 136 e 137


Livro:  A CIDADE DO SOL

Autor: Khaled Hosseini

Título da Crítica: O SIDNEY SHELDON AFEGÃO

Autor: Jerônimo Teixeira


(O livro conta a história, passada em Cabul, sobre duas mulheres casadas com um homem bruto que as espancava e as obrigava a usar a burca, antes mesmo que o regime Talibã o tornasse obrigatório)


Logo no início de sua crítica ao livro “Cidade do Sol”, Jerônimo Teixeira demonstra sua forte tendência à Crítica Sociológica:


...em Cabul, durante o regime fundamentalista, do Talibã – cuja idiotia ideológica e religiosa proibia comezinhas como televisão, música e pipas - , até mesmo assistir o filme Titanic no videocassete de casa era um perigoso ato de transgressão.



... A cidade do Sol é, ao contrário, uma espécie de Sidney Sheldon islâmico: um romance sobre mulheres sofredoras, amaldiçoadas pela sorte e humilhadas por homens maus, mas que no fim conseguem (ou, pelo menos, uma delas consegue) dar a volta por cima.



É importante ressaltar que o tema do livro possui forte cunho sociológico, pois conta a história de duas mulheres afegãs, esposas de um homem violento e radical, que em nome do fanatismo religioso comete atrocidades com as mulheres. No entanto, as características da Crítica Historiográfica se fazem presentes em vários momentos do texto de Jerônimo Teixeira, tal como:


Hosseini oferece um retrato palpável da vida no Afeganistão ao longo das últimas quatro décadas – um conturbado período que inclui a invasão soviética, guerras civis, o regime talibã e a ocupação americana. Despertada pelos eventos de 11 de setembro de 2001, a curiosidade ocidental pela realidade dos países islâmicos responde por parte do sucesso de Hosseini.


  1. Relatório da pesquisa


A revista Veja é um periódico publicado semanalmente, que possui as seguintes características, referentes ao público-alvo:

-          Faixa social: A/B e C
-          Escolaridade: Médio/Superior
-          Homens e mulheres
-          Profissionais qualificados/Formadores de opinião
-          Ativos no mercado de consumo e entretenimento


Em relação ao tema proposto, as críticas referentes aos livros recém-lançados no mercado são publicadas por autores diversos, o que elimina a uniformidade de estilo dos textos. A revista Veja tem proposta de entretenimento e informação ao público em geral, além de ser um veículo de mídia com interesses mercadológicos. Portanto, de modo geral, a revista tem uma tendência para destacar elementos do contexto histórico e social das obras analisadas, inserindo-se as críticas Historiográfica e Sociológica.

Das cinco revistas analisadas, três críticas são de autoria de Jerônimo Teixeira (A evolução das coisas úteis de Henry Petroski; A cidade do sol de Khaled Hosseini e O bazar atômico de William Lange Wiesche). Esse crítico ressalta elementos nas obras que induzem a discussão da sociedade na qual  a narrativa e os personagens estão inseridos, trazendo paralelamente informações históricas desse contexto social, destacando também elementos da Crítica Historiográfica.

Além de enfatizar a sociedade, o crítico estabelece uma relação entre sociedade e literatura, pois, é necessário fazer com que o leitor tenha interesse pela obra, não esquecendo que a revista, além de informar, tem uma finalidade mercadológica.

Percebe-se também um olhar para o estudo cultural, pois essas obras apresentam os diferentes aspectos da cultura em que a temática está inserida, com um olhar voltado para a estrutura social e o contexto histórico.




domingo, 1 de julho de 2012