A literatura, sem dúvida, pode ser um
poderoso instrumento, que possibilita ao professor despertar no aluno o
encantamento pela leitura, que o acompanhará por toda sua vida. No entanto,
alguns professores a utilizam apenas para o estudo de regras gramaticais, o que
pode ser considerado inadequado, pois uma obra literária traduz-se como uma
criação livre de um poeta ou escritor, devendo, portanto, ser tratado
artisticamente e não como material de aprendizagem de conteúdos.
A simples imposição da leitura de obras
literárias consideradas clássicas, escolhidas pelo professor, não estimula os
aprendizes, tornando-se enfadonha e criando um distanciamento entre o aluno e a
obra. Tomando como princípio o fato de que cabe ao professor despertar no aluno
seu senso crítico, tornando-o um leitor com capacidade analítica e um cidadão
responsável, parece claro que as abordagens deste tema devem ser desafiadoras e
instigantes.
Já na década de 60 os filólogos Hans
Robert Jauss, Karlheinz Stierle, Wolfgang Iser e H. U. Gumbrencht, fundadores
do primeiro departamento de Ciência da Literatura da Universidade de Konstanz,
na Alemanha, propuseram uma renovação no ensino da literatura, com a intenção
de mudar a forma autoritária de ensinar a matéria e alcançar o diálogo entre
professores e alunos.
As obras estudadas eram, então, isoladas
de seu contexto histórico e social, não havendo, portanto, nenhuma referência
com a qual o leitor pudesse se identificar. O que Hans Robert e seus colegas
defendiam é que o texto deve ser interpretado dentro do contexto das
experiências dos leitores. A ciência da
literatura centra-se no leitor, cuja participação, enquanto destinatário, não
pode ser ignorada. Desta forma, o conceito de “interpretação correta” é
substituído pelas condições sociais e históricas relacionadas à significação do
texto, e pelas condições recepcionais distintas dos leitores. O ponto de vista
passa, então, da produção de uma obra para o seu consumo, a forma que o texto
age sobre seu destinatário.
De acordo com a teoria de Jauss, o
professor deve, ao propor a leitura, observar os gostos dos alunos, bem como
seu contexto social. Despertado o interesse, o professor poderá então,
gradativamente, propor textos que o distanciem de seu universo, proporcionando
ao aprendiz diferentes visões de mundo, com o objetivo de ampliar seus
horizontes. Com este distanciamento, o aluno tem a oportunidade de refletir e
interpretar sua história através de outras perspectivas. Quanto ao processo de
avaliação, deverá ser observada a dinâmica de leitura e escrita do aluno nas
atividades propostas, sua habilidade na comparação e no contraste e na
argumentação.
A literatura abordada desta forma torna-se
prazerosa e não uma atividade mecânica e sem significado para o aluno. É
importante que o professor tenha consciência de seu papel nesta relação, que
saiba seduzir o aluno para a leitura, procurando identificar sua realidade
histórico-social. Apesar de não parecer fácil ao professor enfrentar tal
desafio, certamente o interesse dos alunos e seu desenvolvimento enquanto
cidadãos trará ao mestre a grata sensação de dever cumprido.
This blog was... how do I say it? Relevant!
ResponderExcluir! Finally I've found something which helped me. Cheers!
my blog :: http://princesxoo6.livejournal.com/803.html