segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Nossa língua portuguesa
Hoje tive uma grata surpresa. Em 2011 escrevi um artigo para o jornal Diário Catarinense (Florianópolis), comentando sobre a absurda cartilha distribuída nas escolas públicas, na qual a língua portuguesa foi desrespeitada como patrimônio cultural de nosso país, como se, de repente, alguns "gênios" improvisados pudessem distorcer o correto uso do idioma falado por 200 milhões de habitantes, transformando-a numa ferramenta de conversa de boteco. Obviamente não estou me referindo às variantes linguísticas, nem à comunicação oral, que pertence a outra seara. Refiro-me à comunicação escrita, aquela que transmite os conhecimentos, descobertas e cultura de um povo e que deve ser respeitada e preservada. Bem... a minha grata surpresa foi a descoberta de uma citação à minha pessoa, feita pelo jornalista Léo, autor do blog Espaço Cidadão, que também comenta o mesmo assunto. Para aqueles que acharem interessante, clique no título do artigo para lê-lo: Ripada, pele e cabelo.
terça-feira, 3 de julho de 2012
Sociolinguística: Língua e Sociedade
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE LETRAS
Texto: Língua e Sociedade
PRETI, Dino. Sociolingüística:
os níveis da fala. São Paulo, Nacional, 1974. pág. 7.
1.-
Definição de Língua:
Um sistema de signos
convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a possibilidade de
comunicação.
2.-
Por que a relação entre a sociedade e a língua não é de mera casualidade?
Porque desde o
nascimento, estamos expostos a uma infinidade de signos lingüísticos que nos
oferecem possibilidades para nos comunicarmos. Pela imitação e associação,
começamos a formular mensagens, o que torna a língua parte de nossa realidade.
3.- Qual a importância da língua no ato da comunicação?
A importância da língua
se dá a partir do momento em que ela está presente em todos os veículos que o
homem utiliza para se comunicar, nas diversas formas de atualizar seu
conhecimento e seu contato com o mundo.
4.- O que abrange a dinâmica
social de que a língua é suporte?
As relações diárias entre os membros da comunidade, atividades
intelectuais, informativos dos meios de comunicação em massa, a vida cultural,
cientifica e intelectual.
5.- Idéias centrais do texto:
·
A língua exerce papel primordial nas relações humanas, facultando aos
membros de uma comunidade, a capacidade de comunicação;
·
A relação entre a língua e a sociedade começa no nascimento, através da
imitação e associação dos signos lingüísticos, propiciando o intercâmbio e a
interatividade social;
·
A língua, oral ou escrita, está presente em todos os veículos de
comunicação, atualizando o contato do homem com o mundo que o cerca;
·
A língua é o suporte da dinâmica social, seja das relações humanas, da
informação, da vida cultural, científica e literária.
Oficina de Leitura
SEMINÁRIO -
TEMA: “OFICINA DE LEITURA”
Profa. Tânia A Neves Barth
Objetivo:
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O objetivo desta pesquisa é a análise das concepções de
texto e leitura nas salas de aula.
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Tema:
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As causas da desmotivação e do desinteresse dos alunos na
prática de leitura.
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Método:
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O método utilizado para a realização desta pesquisa foi a
análise do capítulo 2 – “A Concepção Escolar da Leitura”, do livro “Oficina
de Leitura”.
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Referência:
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KLEIMAN, Angela. A
concepção escolar de leitura In:___. OFICINA DE LEITURA: TEORIA E
PRÁTICA. Campinas, SP: Pontes, 2001, p.
15-30.
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Considerações:
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Angela Kleiman expõe a
problemática de se conseguir estimular o aluno à prática de leitura,
considerando que os textos são utilizados pelos professores como instrumentos
de exercícios gramaticais, tirando-os o prazer da leitura pelo seu contexto.
Pode-se identificar algumas práticas que inibem o gosto e interesse do aluno
pela leitura:
Ao professor cabe o papel de
mediador entre o aluno e o autor, alargando o universo temático do aprendiz e
desenvolvendo seu senso crítico em relação à sociedade e ao mundo em que
vive. O texto jornalístico pode ser bastante adequado para a familiarização
do aluno com a leitura, já que o mesmo trata de assuntos cotidianos, com os
quais ele se identifica. Existem várias possibilidades para se trabalhar de
forma produtiva com textos jornalísticos:
·
Discutir com os alunos a relação da manchete
com o texto;
·
As estratégias possíveis que o jornalista pode
utilizar para abordar o texto;
·
Uso de expressões que expressem a opinião do
jornalista, autor do texto;
·
O uso de aspas para reproduzir a fala do
entrevistado;
·
Entre outras
É fundamental que o professor
tenha interesse na área de leitura, ou seja, que o mesmo seja um leitor.
Desta forma, terá mais facilidade em buscar formas alternativas e dinâmicas
de despertar o gosto pela leitura em seus alunos, evitando as concepções
obsoletas e ineficientes.
|
Explorando Textos e Horizontes: A Estética da Recepção no Ensino de Literatura
RESENHA SOBRE O TEXTO: “Explorando Textos e
Horizontes: A Estética da Recepção no Ensino de Literatura” – SOUZA, Luana
Soares de (Org.). Ensino de Língua e Literatura: Alternativas Metodológicas.
Canoas: Ed. ULBRA, 2003.
A literatura, sem dúvida, pode ser um
poderoso instrumento, que possibilita ao professor despertar no aluno o
encantamento pela leitura, que o acompanhará por toda sua vida. No entanto,
alguns professores a utilizam apenas para o estudo de regras gramaticais, o que
pode ser considerado inadequado, pois uma obra literária traduz-se como uma
criação livre de um poeta ou escritor, devendo, portanto, ser tratado
artisticamente e não como material de aprendizagem de conteúdos.
A simples imposição da leitura de obras
literárias consideradas clássicas, escolhidas pelo professor, não estimula os
aprendizes, tornando-se enfadonha e criando um distanciamento entre o aluno e a
obra. Tomando como princípio o fato de que cabe ao professor despertar no aluno
seu senso crítico, tornando-o um leitor com capacidade analítica e um cidadão
responsável, parece claro que as abordagens deste tema devem ser desafiadoras e
instigantes.
Já na década de 60 os filólogos Hans
Robert Jauss, Karlheinz Stierle, Wolfgang Iser e H. U. Gumbrencht, fundadores
do primeiro departamento de Ciência da Literatura da Universidade de Konstanz,
na Alemanha, propuseram uma renovação no ensino da literatura, com a intenção
de mudar a forma autoritária de ensinar a matéria e alcançar o diálogo entre
professores e alunos.
As obras estudadas eram, então, isoladas
de seu contexto histórico e social, não havendo, portanto, nenhuma referência
com a qual o leitor pudesse se identificar. O que Hans Robert e seus colegas
defendiam é que o texto deve ser interpretado dentro do contexto das
experiências dos leitores. A ciência da
literatura centra-se no leitor, cuja participação, enquanto destinatário, não
pode ser ignorada. Desta forma, o conceito de “interpretação correta” é
substituído pelas condições sociais e históricas relacionadas à significação do
texto, e pelas condições recepcionais distintas dos leitores. O ponto de vista
passa, então, da produção de uma obra para o seu consumo, a forma que o texto
age sobre seu destinatário.
De acordo com a teoria de Jauss, o
professor deve, ao propor a leitura, observar os gostos dos alunos, bem como
seu contexto social. Despertado o interesse, o professor poderá então,
gradativamente, propor textos que o distanciem de seu universo, proporcionando
ao aprendiz diferentes visões de mundo, com o objetivo de ampliar seus
horizontes. Com este distanciamento, o aluno tem a oportunidade de refletir e
interpretar sua história através de outras perspectivas. Quanto ao processo de
avaliação, deverá ser observada a dinâmica de leitura e escrita do aluno nas
atividades propostas, sua habilidade na comparação e no contraste e na
argumentação.
A literatura abordada desta forma torna-se
prazerosa e não uma atividade mecânica e sem significado para o aluno. É
importante que o professor tenha consciência de seu papel nesta relação, que
saiba seduzir o aluno para a leitura, procurando identificar sua realidade
histórico-social. Apesar de não parecer fácil ao professor enfrentar tal
desafio, certamente o interesse dos alunos e seu desenvolvimento enquanto
cidadãos trará ao mestre a grata sensação de dever cumprido.
Linha Crítica Adotada pela Revista Veja
UNIVERSIDADE DO
VALE DO ITAJAÍ
UNIVALI
SEMINÁRIO DE CRÍTICA LITERÁRIA
Tânia A Neves Barth, Lourdes C Moreira, Denise Zanon
1. O objetivo desta
pesquisa é identificar a existência, ou não, de uma linha crítica adotada na
revista Veja, no que se refere às críticas apresentadas na página “livros”.
2. O método utilizado
para a realização desta pesquisa foi a análise das tendências de estilo das
críticas, referentes a livros recém-lançados no mercado, apresentadas na página
“livros” da revista “Veja”, números 28, 29, 30, 31 e 32.
3. ANÁLISES:
3.1 Análise de
Tânia A Neves Barth - Revista Veja número 28 – p. 130
Livro: DESONRADA
Autor: Mukhtar Mai
Título da Crítica: O RESGATE DA HONRA
Autor: Ronaldo Soares
(O
livro conta o relato de uma paquistanesa, sobre sua dor de ser estuprada por
quatro homens diante de sua aldeia).
A
crítica de Ronaldo Soares apresenta elementos que remetem ao estilo de Crítica
Biográfica e Crítica Sociológica. Os elementos de Crítica Biográfica estão
presentes no texto de Ronaldo Soares, onde o crítico destaca fatos da vida de
Mukhatar, demonstrando que vida e obra da autora do livro estão intimamente
relacionados, pois a partir de acontecimentos trágicos ocorridos em sua vida,
Mukhatar desenvolveu o tema, numa atitude de exortação ou desabafo. Logo no
início da crítica, Ronaldo descreve o fato central do livro que, embora num
primeiro momento pareça uma descrição biográfica da autora feita pelo crítico,
trata-se de um trecho extraído do livro:
A paquistanesa Mukhtar Mai apertou seu exemplar do “Corão” contra o peito quando ouviu, na presença de mais de 100 homens, a sentença que o conselho de sua aldeia acabara de lhe impor: um estupro coletivo. Integrante de uma casta inferior, Mukhtar fora até lá apenas para pedir clemência para o irmão mais jovem.
Em outro
trecho da crítica, Soares cita novamente dados da vida da autora, agora com
contexto informativo:
A
camponesa pobre e analfabeta, nascida Mukhtaran Bibi, virou uma ativista
conhecida mundo afora pelo codinome Mukhtar Mai, que significa “grande irmã
respeitada” em urdu, o idioma oficial de seu país. Seu livro, publicado no ano
passado, é o terceiro na lista dos mais vendidos na França. Nele, conta como se
deu essa transformação. Narra sua luta por justiça e relata barbaridades
cometidas contra mulheres em seu país.
Os elementos
de Crítica Sociológica são identificados na descrição que Soares faz das
condições sociais vividas pelas mulheres no Paquistão, que se tornaram o mote
do livro. Demonstra também a importância da obra como instrumento de reação a
tais condições, sendo o primeiro passo para o início de ações sociais que visam
mudar esse quadro. Tais elementos podem ser notados nos seguintes trechos do
texto de Ronaldo Soares:
... ela iniciou um movimento que contesta a condição humana feminina em seu país e questiona hábitos ancestrais como o jirga, conselho tribal que a condenou ao estupro.
Soares cita,
ainda, a crítica divulgada pelo New York Times:
E continua:
Ainda que movida pela revolta, Mukhtar apostou na educação como forma de mudar a realidade de seu país.
3.2 Análise de Lourdes
C Moreira - Revista Veja número 29 – p. 118 e 119
Livro: O BAZAR
ATÔMICO
Autor: William Langewiesche
Título da Crítica: O APOCALIPSE DOS POBRES
Autor: Jerônimo Coelho
(È um
livro-reportagem, que faz um alerta para a proliferação de armas atômicas entre
países instáveis).
O
texto de Jerônimo Teixeira traz elementos presentes na crítica Historiográfica,
visto que procura explicar a obra pelas condições exteriores de sua criação sob
a perspectiva histórica, sociológica e psicológica. Apresenta referências
contextuais que evidenciam aspectos da ameaça nuclear, oriunda tanto de países
ricos como de países pobres.
O fim da Guerra Fria, no início dos anos 90 parecia ter encerrado a ameaça do apocalipse nuclear. Mas então os doidos da Al Qaeda derrubaram o World Trade Center, em 2001, e o desmantelamento da União Soviética se transformou em favor adicional de pânico. E se os terroristas colocarem as mãos no material nuclear das antigas repúblicas soviéticas?
Há predomínio do contexto, pois a análise é fundamentada
nos aspectos que causariam o uso da energia atômica por países terroristas, e
faz um paralelo entre o ocorrido em Hiroshima em 45; caminha para os testes
nucleares realizados pelo Paquistão em 1998.
As primeiras páginas de O Bazar Atômico centra-se nos efeitos da bomba que destruiu a cidade de Hiroshima, em 1945, e levou a que o Japão se colocasse de joelhos, diante dos Estados Unidos.[...]
O crítico salienta também as questões psicológicas e
econômicas que afetam o planeta com a proliferação das armas atômicas e suas
consequências.
Os pesadelos de destruição global da Guerra Fria podem
estar distantes. Mas a convivência explosiva de Paquistão e Índia coloca em
cena o perigo dos apocalipses regionais. E, se quatro jatos de passageiros
foram capazes de sacudir todo o tênue equilíbrio geopolítico mundial, é de
imaginar que ruína um atentado nuclear causaria na já tão abalada psique do
planeta.
3.3 Análise de
Lourdes C Moreira - Revista Veja número
30 – p. 134 e 135
Livro: HARRY POTTER
E AS RELÍQUIAS DA MORTE
Autor: J. K.
Rowlling
Título da Crítica: AGORA ACABOU
Autor: Isabela Boscov
(Agora Acabou de Isabela Boscoy faz crítica à obra As Relíquias da Morte de J. K. Rowling)
A crítica de Isabela Boscoy com relação à referida obra é de
cunho Biográfico e Sociológico.
Traz elementos da crítica biográfica quando destaca a
autora em relação à obra, informando que é líder de vendas e ressalta a fortuna
conseguida através da sua escrita, apesar de sua narrativa ser considerada
banal. “A prosa de Rowling é banal e seus
personagens são unidimensionais e seu grande dom, como escritora, é o de
argumentista – assim que supera uma abertura um tanto lenta”. Em outro
momento também afirma, “ Fãs comemoram o
lançamento, no último sábado: Rowling quebrou todos os recordes que pertenciam
a Rowling.[ ...] 1 bilhão de dólares é em quanto se estima a fortuna pessoal de
J. K. Rowling” Paralela à crítica biográfica percebe-se também elementos da
crítica sociológica quando apresenta o conhecimento do contexto (prática da
leitura) em confronto com o romance (os atrativos desta leitura), isto é, a
autora de Harry Potter traz para sua obra temas que interessam ao leitor jovem,
que é o maior público de sua obra. “Com
Harry Potter e as Relíquias da Morte, encerra-se um fenômeno editorial. E
renova-se a pergunta: ele criou novos leitores?” Ainda afirma, “Eis, então, aquela que sempre foi a maior
qualidade de Rowling: a confiança de que o público infanto-juvenil está à
altura de temas como traição, morte, abandono, lealdade e responsabilidade.”
E ao final da crítica, Boscoy, faz uma fusão destas duas
críticas destacando tanto a autora como o fenômeno do interesse dos jovens pela
obra.
3.4 Análise de
Denise Zanon - Revista Veja número 30
Livro: A EVOLUÇÃO DAS COISAS ÚTEIS
Autor: Henry Petroski
Título da Crítica: MIUDEZAS GENIAIS
Autor: Jerônimo Teixeira
O crítico Jerônimo Teixeira apresenta uma mescla de crítica
Historiográfica e Sociológica. Historiográfica quando analisa a obra a partir
do aspecto da evolução histórica que os objetos comuns sofreram no decorrer dos
séculos. Afirma, “Ao reconstruir a
evolução histórica desses apetrechos simples o autor ilumina os complicados
caminhos da inovação”.
Sociológica quando associa os objetos às necessidades do
homem e à insatisfação desse homem dentro do seu contexto e com os objetos dos
quais faz uso, o que provoca a discussão da própria sociedade.
O texto é um pretexto para a discussão da sociedade e seus
costumes, o homem explicando as mudanças e a criticidade. Petroski ensina que o
inventor é, antes de tudo, um crítico. É a partir da percepção de defeitos nas
coisas existentes que ele chega a um design inovador. Afirma [...] “Este é um
processo inesgotável, pela razão simples de que não existe invenção humana que
não comporte algum defeito. E foi essa insatisfação permanente que produziu
todos os modernos luxos eletrônicos.”
Nas críticas cujo autor é Jerônimo Teixeira percebe-se uma
tendência para as críticas Historiográficas e Sociológicas. Não há por parte
dele exaltação ao autor, mas sim ao contexto histórico e às pertinências
sociais.
3.5 Análise de
Tânia A Neves Barth - Revista Veja número 31 – p. 136 e 137
Livro: A CIDADE DO
SOL
Autor: Khaled Hosseini
Título da Crítica: O SIDNEY SHELDON AFEGÃO
Autor: Jerônimo Teixeira
(O
livro conta a história, passada em Cabul, sobre duas mulheres casadas com um
homem bruto que as espancava e as obrigava a usar a burca, antes mesmo que o
regime Talibã o tornasse obrigatório)
Logo no
início de sua crítica ao livro “Cidade do Sol”, Jerônimo Teixeira demonstra sua
forte tendência à Crítica Sociológica:
... A cidade do Sol é, ao contrário, uma espécie de Sidney Sheldon islâmico: um romance sobre mulheres sofredoras, amaldiçoadas pela sorte e humilhadas por homens maus, mas que no fim conseguem (ou, pelo menos, uma delas consegue) dar a volta por cima.
É importante ressaltar que o
tema do livro possui forte cunho sociológico, pois conta a história de duas
mulheres afegãs, esposas de um homem violento e radical, que em nome do
fanatismo religioso comete atrocidades com as mulheres. No entanto, as
características da Crítica Historiográfica se fazem presentes em vários
momentos do texto de Jerônimo Teixeira, tal como:
- Relatório da pesquisa
A revista Veja é um periódico publicado
semanalmente, que possui as seguintes características, referentes ao
público-alvo:
- Faixa social: A/B e C
- Escolaridade: Médio/Superior
- Homens e mulheres
- Profissionais qualificados/Formadores de opinião
- Ativos no mercado de consumo e entretenimento
Em relação ao tema proposto, as
críticas referentes aos livros recém-lançados no mercado são publicadas por
autores diversos, o que elimina a uniformidade de estilo dos textos. A revista
Veja tem proposta de entretenimento e informação ao público em geral, além de
ser um veículo de mídia com interesses mercadológicos. Portanto, de modo geral,
a revista tem uma tendência para destacar elementos do contexto histórico e
social das obras analisadas, inserindo-se as críticas Historiográfica e
Sociológica.
Das cinco revistas analisadas, três
críticas são de autoria de Jerônimo Teixeira (A evolução das coisas úteis de
Henry Petroski; A cidade do sol de Khaled Hosseini e O bazar atômico de William
Lange Wiesche). Esse crítico ressalta elementos nas obras que induzem a
discussão da sociedade na qual a narrativa e os personagens
estão inseridos, trazendo paralelamente informações históricas desse contexto
social, destacando também elementos da Crítica Historiográfica.
Além de enfatizar a sociedade, o crítico estabelece
uma relação entre sociedade e literatura, pois, é necessário fazer com que o
leitor tenha interesse pela obra, não esquecendo que a revista, além de
informar, tem uma finalidade mercadológica.
Percebe-se também um olhar para o estudo
cultural, pois essas obras apresentam os diferentes aspectos da cultura em que
a temática está inserida, com um olhar voltado para a estrutura social e o contexto
histórico.
domingo, 1 de julho de 2012
Tipos de Textos para Ensino de Português LE
1. A
IMPORTÂNCIA DA AQUISIÇÃO DE IDIOMA ESTRANGEIRO
A procura por cursos de língua
estrangeira tem crescido em todos os países do mundo. Esse fenômeno é causado
por alguns motivos ligados ao desenvolvimento econômico dos países em
desenvolvimento, à globalização e, por outro lado, à crise econômica que tem
atingido os países mais desenvolvidos. Estudar inglês continua sendo
imperativo, é o mínimo que se exige no mercado de trabalho especializado, no
entanto, o domínio de outros idiomas passou a ser requisitado e pode ser
decisivo no momento da contratação. Com as mudanças ocorridas no cenário da
economia mundial, os idiomas falados em países emergentes passaram a ser
considerados relevantes, como o Português e o Mandarim, por exemplo. No Brasil,
o grande número de empresas multinacionais alemãs torna interessante que também
se adquira conhecimento do idioma daquele país.
2. PERFIL
DO ATUAL ESTUDANTE DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Até o início do século XX, o
domínio de uma língua estrangeira – em geral o Inglês – era considerado um luxo
exclusivo das classes privilegiadas. No entanto, com o advento da globalização
e o acesso à internet as classes menos favorecidas passaram a ter mais acesso
ao contato com outras culturas. Transformações no cenário político e econômico
mundial provocaram uma mudança no que diz respeito às exigências do mercado de
trabalho. Desta forma, o atual estudante de línguas estrangeiras possui
objetivos bem claros no que diz respeito à aquisição de outros idiomas. Quando
ocorre a crise econômica, como acontece atualmente na Europa e Estados Unidos,
os jovens, normalmente aqueles recém-formados, consideram a possibilidade de
buscar trabalho em países emergentes, onde há grande oferta de vagas para
profissionais qualificados e não há esse tipo de mão de obra disponível em número
suficiente para atender à demanda. Ocorre ainda que atualmente há mais
facilidade de intercâmbio de estudantes, principalmente nos cursos de
pós-graduação, o que seria uma porta de entrada para o mercado de trabalho em
outro país. No entanto, a competição é cada vez maior, assim como as exigências
em relação às competências e à qualificação profissional. Não basta que o
candidato domine as regras gramaticais do idioma, é importante que ele tenha
conhecimentos sobre os aspectos culturais, sociais e geográficos do país no
qual pretende trabalhar ou estudar para que seja possível uma inserção e
interação mais rápida do profissional ou do estudante. Outra característica
marcante é que o estudante atual de idiomas tem procurado estudar mais de um
idioma simultaneamente, devido à necessidade de economizar tempo na busca pela
afirmação profissional.
3. AS
EXIGÊNCIAS COMUNICATIVAS DO ALUNO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Conforme demonstrado através da
pesquisa realizada com 50 estudantes de língua estrangeira na Universitá degli
Studi di Firenze, Departamento de Linguística; com alunos do Centro di Cultura
per Stragnieri (Firenze) e com meus alunos de aulas privadas, a motivação para
a busca de aprendizado de um idioma LE tem sido relacionada à busca de trabalho
em países com maior oferta de emprego. Desta forma, muitos estudantes têm como
objetivo a mudança para outros países e, portanto, a inserção na sua cultura,
situação bastante diversa do perfil geral do estudante de anos atrás, que
pretendia tornar-se professor de LE em seu próprio país ou, ainda, exercer a
profissão de tradutor. O objetivo de aprender uma língua estrangeira, então,
não era vinculado à emigração.
Considerando essa nova situação
mundial, a pesquisa efetuada propôs cinco questões relacionadas às exigências
comunicativas dos atuais estudantes de língua estrangeira, apresentando opções
referentes às suas prioridades no aprendizado, o nível de dificuldade considerado
em relação às competências (falar, ler, escrever), opiniões sobre a eficiência
de materiais didáticos normalmente utilizados em sala de aula, o nível de
interesse em relação aos diferentes tipos de conteúdos textuais e às dinâmicas
utilizadas em aula. A pesquisa demonstrou que a prioridade dos estudantes em
relação ao idioma LE é a conversação, visto que possibilita a comunicação
imediata na língua estrangeira. O conhecimento sobre a cultura relacionada ao
país falante do idioma estudado aparece em segundo lugar, o que demonstra que
esse aspecto é considerado importante para a inserção do estudante nos hábitos,
costumes e modo de vida dos falantes do idioma estrangeiro. O conhecimento
gramatical aparece em terceiro lugar, mas com nível de interesse muito próximo
à aquisição da cultura. No que se refere ao nível de dificuldade no
aprendizado, os estudantes afirmam que consideram mais difícil aprender a falar
o idioma LE, ou seja, a aquisição de léxico e a correta forma de expressar as
palavras nas diferentes situações que se apresentam, pois uma mesma palavra
pode ter vários significados e não ser adequada a uma determinada situação ou
região; em segundo lugar no nível de dificuldade de aprendizado está a escrita e
em terceiro, considerada menos difícil, a leitura.
4. A
UTILIZAÇÃO DE TEXTO PARA O ENSINO DE LE.
Há, nos livros didáticos de
língua estrangeira, uma deficiência no que diz respeito à qualidade dos textos
apresentados, levando o professor a procurar material em jornais, revistas ou
internet, de forma a elaborar um material de apoio na utilização de textos para
leitura em sala de aula. Alguns aspectos da seleção desse material são
importantes e nos levam à reflexão, visto que há certa dificuldade, diante da
imensa variedade que se apresenta, em determinar os tipos, os gêneros textuais
e, principalmente, como utilizá-los de forma produtiva no ensino de LE. A ideia
é evitar aquilo que Geraldi (1997) chama de “simulacro”, ou seja, a leitura do
texto apenas com o objetivo de responder às questões formuladas que conduzem,
muitas vezes, a uma interpretação induzida.
4.1 Em relação aos tipos
textuais, a escolha dos textos pode ser motivada pela sua utilização na
abordagem linguística, como por exemplo:
a) Texto
descritivo: utilização de verbos que indiquem estado, e não ação; utilização de
verbos nos tempos indicativo presente e imperfeito; formação de plural e
concordância entre substantivo e adjetivo.
b) Texto
narrativo: utilização dos verbos nos modos indicativo e subjuntivo, tempos
presente, passado e futuro; uso dos verbos no condicional e imperfeito,
utilização dos verbos que representam ação; utilização de diferentes pessoas do
discurso (primeira ou terceira); vozes do discurso.
c) Texto
expositivo: formulação de frases na voz passiva, como estratégia para torná-la
impessoal; expressão objetiva de ideias com utilização de adjetivos não
valorativos; aquisição de vocabulário especializado; utilização de verbos sem
valor temporal.
4.2 Em relação aos gêneros
textuais, há a possibilidade de se trabalhar a comunicação em diversas
situações sociais, proporcionando ao estudante uma compreensão maior sobre as
formas de agir, de viver e de se relacionar, no que diz respeito à cultura e à
história do país de origem da LE.
Pode-se desenvolver a capacidade comunicativa de forma funcional,
subordinando as regras gramaticais à prática quotidiana. Alguns exemplos de
utilização dos gêneros textuais para o desenvolvimento da capacidade
comunicativa do aluno LE:
a) Carta
do Leitor: são espaços destinados aos leitores de jornais e revistas no Brasil,
no qual ele pode expressar sua opinião sobre matérias jornalísticas publicadas
em edições anteriores. Esse gênero textual pode ser utilizado para análise de
formas de expressão e de vocabulários utilizados pelos leitores, inclusive
fazendo-se um paralelo com a linguagem jornalística da matéria em questão.
Presta-se, também, a levantar questões atuais que são expostas nos conteúdos
das matérias.
b) Publicidade:
uma imagem publicitária, sem texto escrito, pode ser bastante interessante como
material didático. Além da interpretação da mensagem pretendida pela
publicidade, com discussão sobre sua eficiência ou não, pode-se propor o
exercício de descrição da imagem.
c) Boletos
de água, luz, telefone, aquecimento: além da oportunidade de se trabalhar as
unidades de medida, valores de serviços praticados e taxas de impostos,
podem-se levantar questões como o custo de vida e a preservação do
meio-ambiente, por exemplo.
d) Bilhetes
de cinema, metro, teatro: esse tipo de material pode ser utilizado para a
produção de resumo de filmes ou peças de teatro, bem como elaborar indicações
de “como chegar”, simulando encontros marcados e utilizando mapas da cidade.
e) Receitas
gastronômicas: ótimo material para tratar do uso do imperativo e para levantar
a questão da cultura gastronômica, aquisição de léxico relacionado a alimentos
e produtos vendidos em supermercados etc.
f) Campanhas
educativas: leitura de imagens de outdoors
de campanha educativa no trânsito, por exemplo. Material interessante para
exercitar a forma de comunicação e de educação dirigida à sociedade, além da
possibilidade de se discutir questões sociais referentes ao país de origem da
LE.
Existem, ainda, os textos
utilizados no mundo virtual e eletrônico, como e.mail, redes sociais e SMS que
têm sido cada vez mais incorporados como material didático em sala de aula,
pois certamente fazem parte do quotidiano nos mais diversos países do mundo e
possuem uma forma comunicativa específica.
Com relação a essas novas
modalidades comunicativas, é importante ressaltar que, embora o e.mail tenha
substituído a carta em diversas situações, ela não deixou de existir. Desta
forma, é importante que o docente trace um paralelo entre esses dois formatos
de plataforma, bem como as diferentes formas de expressão que diferenciam uma
comunicação na rede virtual e um relatório, um comunicado ou uma petição. Mais
ainda, é importante para aqueles estudantes de níveis mais avançados e voltados
ao estudo de LE para negócios, a prática de exercícios sobre as diferentes
linguagens virtuais: corporativas e pessoais.
A aquisição de uma língua
estrangeira, como se pode verificar, pressupõe atualmente, além do aprendizado
das regras gramaticais, a aquisição de conhecimentos do sistema de valores e
convenções que constituem uma sociedade, bem como sua organização social e
política. Desta forma, o estudante pretende compreender o comportamento da
sociedade do país de origem da LE, utilizando a linguagem para interagir em um
contexto cultural diverso no qual pretende se inserir.
Bibliografia:
BAKHTIN, Mikhail. Estética da
Criação Verbal. São Paulo: Martins
Fontes, 1992.
CEREJA, William Roberto e
MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação: uma proposta de produção textual
a partir de gêneros e projetos. São Paulo: Atual. 2005.
GERALDI, João Wanderley. Prática
da Leitura na
Escola. In:
GERALDI, J. W. (org.) O Texto na Sala de Aula. São Paulo: Ática, 1997, pp. 88-99.
MARASCHIN, Cleci e AXT,
Margarete. Acomplamento Tecnológico e Cognição. In: VIGNERON, Jacques e
OLIVEIRA, Vera Barros de (org). Sala de aula e Tecnologias. São Bernardo do
Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2005. pp. 39-51.
MORAIS, José. O QUE É LEITURA? In: A ARTE DE LER. São Paulo, UNESP,
1996, p. 110-114.
SARMENTO, Leila Lauar e TUFANO, Douglas. Português: literatura, gramática, produção de texto. São Paulo: Moderna. 2004.
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