domingo, 1 de julho de 2012

Tipos de Textos para Ensino de Português LE


1.       A IMPORTÂNCIA DA AQUISIÇÃO DE IDIOMA ESTRANGEIRO

A procura por cursos de língua estrangeira tem crescido em todos os países do mundo. Esse fenômeno é causado por alguns motivos ligados ao desenvolvimento econômico dos países em desenvolvimento, à globalização e, por outro lado, à crise econômica que tem atingido os países mais desenvolvidos. Estudar inglês continua sendo imperativo, é o mínimo que se exige no mercado de trabalho especializado, no entanto, o domínio de outros idiomas passou a ser requisitado e pode ser decisivo no momento da contratação. Com as mudanças ocorridas no cenário da economia mundial, os idiomas falados em países emergentes passaram a ser considerados relevantes, como o Português e o Mandarim, por exemplo. No Brasil, o grande número de empresas multinacionais alemãs torna interessante que também se adquira conhecimento do idioma daquele país.


2.       PERFIL DO ATUAL ESTUDANTE DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

Até o início do século XX, o domínio de uma língua estrangeira – em geral o Inglês – era considerado um luxo exclusivo das classes privilegiadas. No entanto, com o advento da globalização e o acesso à internet as classes menos favorecidas passaram a ter mais acesso ao contato com outras culturas. Transformações no cenário político e econômico mundial provocaram uma mudança no que diz respeito às exigências do mercado de trabalho. Desta forma, o atual estudante de línguas estrangeiras possui objetivos bem claros no que diz respeito à aquisição de outros idiomas. Quando ocorre a crise econômica, como acontece atualmente na Europa e Estados Unidos, os jovens, normalmente aqueles recém-formados, consideram a possibilidade de buscar trabalho em países emergentes, onde há grande oferta de vagas para profissionais qualificados e não há esse tipo de mão de obra disponível em número suficiente para atender à demanda. Ocorre ainda que atualmente há mais facilidade de intercâmbio de estudantes, principalmente nos cursos de pós-graduação, o que seria uma porta de entrada para o mercado de trabalho em outro país. No entanto, a competição é cada vez maior, assim como as exigências em relação às competências e à qualificação profissional. Não basta que o candidato domine as regras gramaticais do idioma, é importante que ele tenha conhecimentos sobre os aspectos culturais, sociais e geográficos do país no qual pretende trabalhar ou estudar para que seja possível uma inserção e interação mais rápida do profissional ou do estudante. Outra característica marcante é que o estudante atual de idiomas tem procurado estudar mais de um idioma simultaneamente, devido à necessidade de economizar tempo na busca pela afirmação profissional.


3.       AS EXIGÊNCIAS COMUNICATIVAS DO ALUNO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

Conforme demonstrado através da pesquisa realizada com 50 estudantes de língua estrangeira na Universitá degli Studi di Firenze, Departamento de Linguística; com alunos do Centro di Cultura per Stragnieri (Firenze) e com meus alunos de aulas privadas, a motivação para a busca de aprendizado de um idioma LE tem sido relacionada à busca de trabalho em países com maior oferta de emprego. Desta forma, muitos estudantes têm como objetivo a mudança para outros países e, portanto, a inserção na sua cultura, situação bastante diversa do perfil geral do estudante de anos atrás, que pretendia tornar-se professor de LE em seu próprio país ou, ainda, exercer a profissão de tradutor. O objetivo de aprender uma língua estrangeira, então, não era vinculado à emigração.

Considerando essa nova situação mundial, a pesquisa efetuada propôs cinco questões relacionadas às exigências comunicativas dos atuais estudantes de língua estrangeira, apresentando opções referentes às suas prioridades no aprendizado, o nível de dificuldade considerado em relação às competências (falar, ler, escrever), opiniões sobre a eficiência de materiais didáticos normalmente utilizados em sala de aula, o nível de interesse em relação aos diferentes tipos de conteúdos textuais e às dinâmicas utilizadas em aula. A pesquisa demonstrou que a prioridade dos estudantes em relação ao idioma LE é a conversação, visto que possibilita a comunicação imediata na língua estrangeira. O conhecimento sobre a cultura relacionada ao país falante do idioma estudado aparece em segundo lugar, o que demonstra que esse aspecto é considerado importante para a inserção do estudante nos hábitos, costumes e modo de vida dos falantes do idioma estrangeiro. O conhecimento gramatical aparece em terceiro lugar, mas com nível de interesse muito próximo à aquisição da cultura. No que se refere ao nível de dificuldade no aprendizado, os estudantes afirmam que consideram mais difícil aprender a falar o idioma LE, ou seja, a aquisição de léxico e a correta forma de expressar as palavras nas diferentes situações que se apresentam, pois uma mesma palavra pode ter vários significados e não ser adequada a uma determinada situação ou região; em segundo lugar no nível de dificuldade de aprendizado está a escrita e em terceiro, considerada menos difícil, a leitura.


4.       A UTILIZAÇÃO DE TEXTO PARA O ENSINO DE LE.

Há, nos livros didáticos de língua estrangeira, uma deficiência no que diz respeito à qualidade dos textos apresentados, levando o professor a procurar material em jornais, revistas ou internet, de forma a elaborar um material de apoio na utilização de textos para leitura em sala de aula. Alguns aspectos da seleção desse material são importantes e nos levam à reflexão, visto que há certa dificuldade, diante da imensa variedade que se apresenta, em determinar os tipos, os gêneros textuais e, principalmente, como utilizá-los de forma produtiva no ensino de LE. A ideia é evitar aquilo que Geraldi (1997) chama de “simulacro”, ou seja, a leitura do texto apenas com o objetivo de responder às questões formuladas que conduzem, muitas vezes, a uma interpretação induzida.


4.1 Em relação aos tipos textuais, a escolha dos textos pode ser motivada pela sua utilização na abordagem linguística, como por exemplo:

a)      Texto descritivo: utilização de verbos que indiquem estado, e não ação; utilização de verbos nos tempos indicativo presente e imperfeito; formação de plural e concordância entre substantivo e adjetivo.



b)      Texto narrativo: utilização dos verbos nos modos indicativo e subjuntivo, tempos presente, passado e futuro; uso dos verbos no condicional e imperfeito, utilização dos verbos que representam ação; utilização de diferentes pessoas do discurso (primeira ou terceira); vozes do discurso.

  

c)       Texto expositivo: formulação de frases na voz passiva, como estratégia para torná-la impessoal; expressão objetiva de ideias com utilização de adjetivos não valorativos; aquisição de vocabulário especializado; utilização de verbos sem valor temporal.


4.2 Em relação aos gêneros textuais, há a possibilidade de se trabalhar a comunicação em diversas situações sociais, proporcionando ao estudante uma compreensão maior sobre as formas de agir, de viver e de se relacionar, no que diz respeito à cultura e à história do país de origem da LE.  Pode-se desenvolver a capacidade comunicativa de forma funcional, subordinando as regras gramaticais à prática quotidiana. Alguns exemplos de utilização dos gêneros textuais para o desenvolvimento da capacidade comunicativa do aluno LE:


a)      Carta do Leitor: são espaços destinados aos leitores de jornais e revistas no Brasil, no qual ele pode expressar sua opinião sobre matérias jornalísticas publicadas em edições anteriores. Esse gênero textual pode ser utilizado para análise de formas de expressão e de vocabulários utilizados pelos leitores, inclusive fazendo-se um paralelo com a linguagem jornalística da matéria em questão. Presta-se, também, a levantar questões atuais que são expostas nos conteúdos das matérias.


b)      Publicidade: uma imagem publicitária, sem texto escrito, pode ser bastante interessante como material didático. Além da interpretação da mensagem pretendida pela publicidade, com discussão sobre sua eficiência ou não, pode-se propor o exercício de descrição da imagem.


c)       Boletos de água, luz, telefone, aquecimento: além da oportunidade de se trabalhar as unidades de medida, valores de serviços praticados e taxas de impostos, podem-se levantar questões como o custo de vida e a preservação do meio-ambiente, por exemplo.


d)      Bilhetes de cinema, metro, teatro: esse tipo de material pode ser utilizado para a produção de resumo de filmes ou peças de teatro, bem como elaborar indicações de “como chegar”, simulando encontros marcados e utilizando mapas da cidade.


e)      Receitas gastronômicas: ótimo material para tratar do uso do imperativo e para levantar a questão da cultura gastronômica, aquisição de léxico relacionado a alimentos e produtos vendidos em supermercados etc.

f)       Campanhas educativas: leitura de imagens de outdoors de campanha educativa no trânsito, por exemplo. Material interessante para exercitar a forma de comunicação e de educação dirigida à sociedade, além da possibilidade de se discutir questões sociais referentes ao país de origem da LE.


Existem, ainda, os textos utilizados no mundo virtual e eletrônico, como e.mail, redes sociais e SMS que têm sido cada vez mais incorporados como material didático em sala de aula, pois certamente fazem parte do quotidiano nos mais diversos países do mundo e possuem uma forma comunicativa específica.

Com relação a essas novas modalidades comunicativas, é importante ressaltar que, embora o e.mail tenha substituído a carta em diversas situações, ela não deixou de existir. Desta forma, é importante que o docente trace um paralelo entre esses dois formatos de plataforma, bem como as diferentes formas de expressão que diferenciam uma comunicação na rede virtual e um relatório, um comunicado ou uma petição. Mais ainda, é importante para aqueles estudantes de níveis mais avançados e voltados ao estudo de LE para negócios, a prática de exercícios sobre as diferentes linguagens virtuais: corporativas e pessoais.

A aquisição de uma língua estrangeira, como se pode verificar, pressupõe atualmente, além do aprendizado das regras gramaticais, a aquisição de conhecimentos do sistema de valores e convenções que constituem uma sociedade, bem como sua organização social e política. Desta forma, o estudante pretende compreender o comportamento da sociedade do país de origem da LE, utilizando a linguagem para interagir em um contexto cultural diverso no qual pretende se inserir.

 Bibliografia:

BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal.  São Paulo: Martins Fontes, 1992.

CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação: uma proposta de produção textual a partir de gêneros e projetos. São Paulo: Atual. 2005.

GERALDI, João Wanderley.  Prática  da  Leitura  na  Escola.  In:  GERALDI,  J.  W.  (org.)  O Texto na Sala  de Aula. São Paulo: Ática, 1997, pp. 88-99.

MARASCHIN, Cleci e AXT, Margarete. Acomplamento Tecnológico e Cognição. In: VIGNERON, Jacques e OLIVEIRA, Vera Barros de (org). Sala de aula e Tecnologias. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2005. pp. 39-51.

MORAIS, José. O QUE É LEITURA? In: A ARTE DE LER. São Paulo, UNESP, 1996, p. 110-114.


SARMENTO, Leila Lauar e TUFANO, Douglas. Português: literatura, gramática, produção de texto. São Paulo: Moderna. 2004.


A História do Carnaval Brasileiro



A festa chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciada pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem europeia.

No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos, tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades - está aí a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais.

No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado.

A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criada pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a Deixa Falar transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir de então o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.

Bonecos gigantes em Recife
O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem as ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu.

Os desfiles de bonecos gigantes em Recife são uma das principais atrações dessa cidade durante o carnaval.

Os trios elétricos da Bahia

Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos como o Olodum e o Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi.

 
Fonte: http://www.brasilescola.com/carnaval/historia-do-carnaval-no-brasil.htm

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Abreviaturas em língua portuguesa


Lista de algumas abreviaturas:

A. = autor
aa. = assinados (as)
a.C. = antes de Cristo
a.D. = anno Domini
Al. = Alameda alm. = almirante
ap. = apartamento
asp. = aspirante
brig. = brigadeiro
btl. = batalhão
cap. = capitão
cap. = capítulo
caps. = capítulos
cav. = cavalaria
cel. = coronel
com. = comandante
d. - dom
d. - dona
D. - digno
d.C. - depois de Cristo
DD. - digníssimo
dec. - decreto
DL - Decreto-Lei
E. - editor
E - Este
EE. - editores
etc. - et cetera
fr. - frei
ib. - ibidem (no mesmo lugar)
id. - idem (o mesmo)
i.e. - id est (isto é)
mal. - marechal
mme. - madame
mr. - mister (senhor)
mrs. - mistress (senhora)
N. da R. - nota da redação
N. do A. - nota do autor
N. do E. - nota do editor
N. do T. - nota do tradutor
op. cit. - opus citatum (obra citada)
pe. - padre
p. ex. - por exemplo
pg. - pago
profa. - professora
profas. - professoras
profs. - professores
P.S. - post scriptum (pós-escrito)
pt - ponto
R$ - Real
s/d - sem data
sécs. - séculos
seg. - seguinte
segs. - seguintes
Trav. - Travessa
V. – você. ®Sérgio.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Os Direitos do Consumidor de Vendas Coletivas

BARTH, Tânia Aparecida Neves.
Capítulo da dissertação do trabalho de conclusão de curso de Especialista em Gestão de Comunicação e Marketing. Florianópolis, 2011.

As vantagens das compras coletivas são claras, no entanto, quando surge alguma divergência, a aplicação da Lei de Defesa do Consumidor gera algumas dúvidas. Constatamos, nesta pesquisa, que há casos de divergências, principalmente no que se refere à discriminação no atendimento do cliente proveniente do site. Poucos consumidores conhecem seus direitos, principalmente em relação a esse sistema de compras, tão recente no mercado. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, o site, como intermediário da compra, é solidário à empresa no caso de contenda judicial. Constatou-se, portanto, que os administradores do site, cuja matriz encontra-se no Rio de Janeiro, tomam alguns cuidados antes de aceitar a empresa como parceira. Segundo a entrevistada, é necessário que a empresa apresente toda a sua documentação, como CNPJ, alvará de funcionamento, referências bancárias e demonstre ser idônea na praça onde atua, através de pesquisa efetuada no PROCON.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o cliente tem direito de desistir da compra efetuada dentro do prazo de sete dias:

Art. 49 - O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 07 (sete) dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único - Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.


O artigo não se adéqua perfeitamente ao tipo de vendas coletivas, pois há um limite de vendas para que a oferta seja validada e, caso vários compradores desistam da compra no prazo de sete dias, tornando o número de compradores efetivos inferior ao exigido pela empresa, teoricamente a oferta será desativada. No entanto, essa informação não pôde ser verificada com a administração do site. Essa é, pois, uma questão que ainda encontra-se sem definição. Segundo Odália, uma cliente que desistiu de utilizar o cupom devido a uma viagem imprevista, entrou em contato com o site através do link “fale conosco” e obteve a devolução do valor pago. No entanto, o que se verificou é que os problemas mais comuns referem-se à falta de informações detalhadas sobre os produtos e condições de uso ou, ainda, o caso de informações enganosas fornecidas por algumas empresas participantes. Conclui-se, portanto, que o consumidor que adquire principalmente serviços relativos a tratamentos estéticos ou odontológicos deve informar-se nos órgãos responsáveis pela fiscalização desses serviços, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por exemplo, se não há nada que desabone a empresa ou o profissional que está oferecendo o serviço. Outra consulta importante e que deve ser feita pelo consumidor, como medida preventiva, é no Procon, além, claro, de verificar comentários postados na rede.

Perfil do consumidor do Peixe Urbano

BARTH, Tânia Aparecida Neves.
Capítulo da dissertação do trabalho de conclusão de curso de Especialista em Gestão de Comunicação e Marketing. Florianópolis, 2011.

Castells pondera que “a busca pela identidade, coletiva ou individual, atribuída ou construída, torna-se a fonte básica de significado social” (Castells, 2003, p.23). O consumidor que faz parte das redes sociais, como Orkut, Facebook, Twiter, entre outros, insere-se perfeitamente nesse perfil de quem busca uma identidade através da participação em uma comunidade da rede. As redes sociais, por sua vez, são um importante suporte de divulgação e disseminação dos sites de vendas coletivas. Elas são, também, o local onde os consumidores têm voz e onde postam comentários e opiniões sobre os serviços ou produtos adquiridos. Muitos integrantes, inclusive, costumam pesquisar as opiniões postadas antes de efetuar uma compra. Segundo o site eCommerceOrg , especializado em pesquisas sobre o comércio eletrônico, o consumidor que efetua compras nos sites de vendas coletivas encontra-se na faixa etária entre vinte e cinco e trinta e quatro anos e é, em sua maioria, composto pelo público masculino. Conforme descrito por Cobra & Brenzo (2009), para esse tipo de consumidor é importante “que os produtos sejam personalizados e que os identifiquem com destaque no grupo a que pertencem”.
A pesquisa efetuada neste trabalho demonstrou que uma forte característica do sistema de vendas coletivas é a compra por impulso. O consumidor, na maior parte das vezes, não necessita do produto adquirido, mas efetua a compra porque ele lhe é atraente e o desconto é oferecido por um curto período. A despeito de que o sistema de vendas coletivas tenha a forte intenção de gerar compras por impulso, observa-se que há dois tipos de consumidores destacados na pesquisa. Há o consumidor que, embora faça a compra por impulso, utiliza a internet para verificar o valor de mercado do produto e se o desconto oferecido é realmente interessante; as opiniões de quem já utilizou o produto ou serviço oferecido e observa com atenção as informações disponíveis na página da oferta. Esse tipo de consumidor, embora não deseje perder a oportunidade de comprar um produto ou serviço por um valor muito abaixo do mercado, procura efetuar a compra de forma consciente e adequada às suas possibilidades de utilização do objeto adquirido. Há, ainda, os consumidores que efetuam as compras apenas porque “o preço era imperdível”. Esse consumidor “nem sabe o que está comprando” e chega a tornar-se viciado em compras. Alguns adquirem tantos cupons que não dispõem de tempo hábil para utilizá-los e outros acabam contraindo dívidas no cartão de crédito por não resistirem às ofertas.

Parceria com o Peixe Urbano - prós e contras

BARTH, Tânia Aparecida Neves.
Capítulo da dissertação do trabalho de conclusão de curso de Especialista em Gestão de Comunicação e Marketing. Florianópolis, 2011.

A grande maioria das empresas participantes do sistema de compras coletivas do portal Peixe Urbano possuem algumas características, observadas nesta pesquisa. Trata-se de empresas de pequeno porte, gerenciadas pelo proprietário, com poucos funcionários fixos, em sua maioria, prestadora de serviços e que possui uma verba pequena para investimento em divulgação e marketing. Observou-se que há duas diferentes motivações para que as empresas participem do site: a primeira é a expectativa de prospectar novos clientes e obter o retorno de clientes antigos ausentes, além de promover uma grande divulgação na internet; e a segunda refere-se às empresas que desejam “alavancar” seu caixa.
Constatou-se que, conforme o exemplo do Espaço da Beleza, a empresa que participa do processo de vendas coletivas com o objetivo de prospectar novos clientes e promover sua divulgação na internet consegue obter um resultado mais satisfatório. Ela planeja sua participação, não visando ao volume de entrada de capital que possa ser gerado, mas ao resultado a longo prazo, com a divulgação de sua marca e dos serviços oferecidos fora da promoção. A empresa, neste caso, procura manter a qualidade de atendimento para os clientes usuais, bem como para aqueles advindos da promoção do site.
No entanto, a empresa que oferece promoções no site com o intuito de “alavancar” seu caixa costuma ter essa injeção de capital como seu único objetivo na participação. Observou-se, conforme artigo de Pierpaolo Nota (2011), comentado no capítulo 2.1, que essa proposta pode acarretar alguns problemas no processo, tanto para o cliente quanto, principalmente, para a empresa participante. No caso descrito pelo jornalista, a empresa não conseguiu atender à demanda, causando dificuldades para que o consumidor conseguisse agendar a utilização do serviço oferecido. Essa situação gerou, consequentemente, um marketing negativo através de reclamações que se tornaram públicas nas redes sociais. Um agravante foi o fato de a empresa discriminar o cliente proveniente do site Peixe Urbano, comunicando ao reclamante que o cliente usual tem preferência sobre ele.