Já imaginou a vida sem música, nenhuma música? Seria enlouquecedor. Todos nós somos musicais, temos ritmo correndo em nossas veias, nas batidas do coração. Se nosso coração perde o ritmo, todo o restante de nossa "orquestra" entra em descompasso e o caos se instala. A música é terapêutica e otimiza o funcionamento do cérebro.
Veja este vídeo do Festival Mundial de Ciência. No tema: "Notes & Neurons: In Search of a Common Chorus", Mc Ferrin dá uma demonstração do poder da escala pentatônica, que está gravada no cérebro de todos nós, mesmo que não o saibamos conscientemente.
World Science Festival 2009: Bobby McFerrin Demonstrates the Power of the Pentatonic Scale from World Science Festival on Vimeo.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Estilos Literários: Romance
Romance
Tânia Aparecida Neves Barth
17/06/2008
O romance é o estilo narrativo que mais se aproxima da linguagem cinematográfica, o que faz com que muitos produtores e diretores utilizem-no como base para seus roteiros ou o adaptem para o cinema. Alguns desses “casamentos” são bem sucedidos, como o caso do romance Perfume de Patrick Süskind. O romance conta a intrigante história de um garoto que se diferencia das demais pessoas pela sua falta de odor e pela aparente contradição de ter um apuradíssimo olfato que lhe permite sentir e identificar cheiros a grandes distâncias. Esta capacidade, que poderia ser uma bênção, transforma-se sua maldição, tornando-o obsessivo na busca do perfume perfeito.
O enredo deste romance apresenta recursos que adiantam a narrativa, ou seja, a cronologia é respeitada, os personagens falam diretamente e a ocorrência de ações é maior que o número de comentários do narrador. Quanto ao tempo, o romance apresenta-se no tempo físico, iniciando-se a história da personagem central com seu nascimento, em 17 de julho de 1738. A narração é ulterior, com poucas analepses, quando Jean-Baptiste tem recordações de fatos que ocorreram em sua infância.
O espaço físico da narrativa é a França, ambientado no século XVIII, dentro do contexto de hábitos e costumes da época e da organização da sociedade, numa reconstituição histórica. O enredo segue linearmente no tempo descrevendo os fatos da vida do protagonista, desde o seu nascimento até sua morte, já adulto.
O personagem principal pode ser classificado como esférico, pois o autor explora características psicológicas complexas na sua caracterização, tais como: obsessão pelo conhecimento e poder, a necessidade de superação e afirmação, permeada por um erotismo latente.
Quanto ao papel desempenhado no enredo, a personagem central, Jean-Baptiste Grenouville, pode ser considerada um anti-herói que, apesar de sua natureza monstruosa, passa algo de inquietante quando é manifestada sua tão própria e incorrupta pureza. Este personagem inspira no leitor sentimentos contraditórios e diversos como simpatia, comiseração, horror e até asco, confundindo a percepção de seu caráter. Sua amoralidade por vezes parece perversa, outras parece um grito de socorro para sua grande necessidade de aceitação na sociedade.
A relação personagem-narrador desenvolve-se no modelo “visão por trás”, ou seja, o narrador não participa da história. Ele sabe de todos os fatos e pensamentos dos personagens, como se contasse algo que já aconteceu e que ele conhece perfeitamente, porém, sem antecipar os fatos na narrativa. Desta forma, pode-se dizer que a perspectiva da narrativa de O Perfume é de focalização zero. O narrador descreve detalhadamente os lugares, sensações, pensamentos, e por vezes reproduz a voz de alguns personagens, fazendo-se presente, não como um personagem, mas com onisciência intrusa. O autor-narrador traça comentários sobre os personagens, sob o ponto de vista moral e ético, porém não com um tom de julgamento, mas de imparcialidade e de reprodução dos fatos e sentimentos.
O romance O Perfume causou grande impacto em 1985, por ocasião de seu lançamento, sendo traduzido para muitos idiomas. Recentemente sua adaptação para o cinema fez com que ele despertasse o interesse de novas gerações de leitores. Apesar do romance possuir uma ambientação histórica, sua linguagem é contemporânea e trata de sensações e sentimentos universais, dando um caráter atemporal à narrativa. A linguagem coloquial facilita o entendimento, atrai e convida o leitor a participar do universo de experimentações que o autor propõe.
Referências Bibliográficas:
SÜSKIND, Patrick. O Perfume. KOTHE, Flavio R. (Tradução). Rio de Janeiro: Record, 1985.
MESQUITA,Samira Nahib de. O enredo. São Paulo: Ática, 1987.
KOTHE, Flávio R. O Herói. São Paulo: Ática, 1987.
NUNES, Benedito. O Tempo na Narrativa. São Paulo: Ática, 1995.
REUTES, Ives. A análise da Narrativa. Trad. Mário Pontes. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
DIMAS, Antonio. Espaço e Romance. São Paulo: Ática, 1994.
OLIVEIRA, Iara de. O Narrador. In.___: Os elementos constitutivos da narrativa – esquema básico. Pág. 6.
Tânia Aparecida Neves Barth
17/06/2008
O romance é o estilo narrativo que mais se aproxima da linguagem cinematográfica, o que faz com que muitos produtores e diretores utilizem-no como base para seus roteiros ou o adaptem para o cinema. Alguns desses “casamentos” são bem sucedidos, como o caso do romance Perfume de Patrick Süskind. O romance conta a intrigante história de um garoto que se diferencia das demais pessoas pela sua falta de odor e pela aparente contradição de ter um apuradíssimo olfato que lhe permite sentir e identificar cheiros a grandes distâncias. Esta capacidade, que poderia ser uma bênção, transforma-se sua maldição, tornando-o obsessivo na busca do perfume perfeito.
O enredo deste romance apresenta recursos que adiantam a narrativa, ou seja, a cronologia é respeitada, os personagens falam diretamente e a ocorrência de ações é maior que o número de comentários do narrador. Quanto ao tempo, o romance apresenta-se no tempo físico, iniciando-se a história da personagem central com seu nascimento, em 17 de julho de 1738. A narração é ulterior, com poucas analepses, quando Jean-Baptiste tem recordações de fatos que ocorreram em sua infância.
O espaço físico da narrativa é a França, ambientado no século XVIII, dentro do contexto de hábitos e costumes da época e da organização da sociedade, numa reconstituição histórica. O enredo segue linearmente no tempo descrevendo os fatos da vida do protagonista, desde o seu nascimento até sua morte, já adulto.
O personagem principal pode ser classificado como esférico, pois o autor explora características psicológicas complexas na sua caracterização, tais como: obsessão pelo conhecimento e poder, a necessidade de superação e afirmação, permeada por um erotismo latente.
Quanto ao papel desempenhado no enredo, a personagem central, Jean-Baptiste Grenouville, pode ser considerada um anti-herói que, apesar de sua natureza monstruosa, passa algo de inquietante quando é manifestada sua tão própria e incorrupta pureza. Este personagem inspira no leitor sentimentos contraditórios e diversos como simpatia, comiseração, horror e até asco, confundindo a percepção de seu caráter. Sua amoralidade por vezes parece perversa, outras parece um grito de socorro para sua grande necessidade de aceitação na sociedade.
A relação personagem-narrador desenvolve-se no modelo “visão por trás”, ou seja, o narrador não participa da história. Ele sabe de todos os fatos e pensamentos dos personagens, como se contasse algo que já aconteceu e que ele conhece perfeitamente, porém, sem antecipar os fatos na narrativa. Desta forma, pode-se dizer que a perspectiva da narrativa de O Perfume é de focalização zero. O narrador descreve detalhadamente os lugares, sensações, pensamentos, e por vezes reproduz a voz de alguns personagens, fazendo-se presente, não como um personagem, mas com onisciência intrusa. O autor-narrador traça comentários sobre os personagens, sob o ponto de vista moral e ético, porém não com um tom de julgamento, mas de imparcialidade e de reprodução dos fatos e sentimentos.
O romance O Perfume causou grande impacto em 1985, por ocasião de seu lançamento, sendo traduzido para muitos idiomas. Recentemente sua adaptação para o cinema fez com que ele despertasse o interesse de novas gerações de leitores. Apesar do romance possuir uma ambientação histórica, sua linguagem é contemporânea e trata de sensações e sentimentos universais, dando um caráter atemporal à narrativa. A linguagem coloquial facilita o entendimento, atrai e convida o leitor a participar do universo de experimentações que o autor propõe.
Referências Bibliográficas:
SÜSKIND, Patrick. O Perfume. KOTHE, Flavio R. (Tradução). Rio de Janeiro: Record, 1985.
MESQUITA,Samira Nahib de. O enredo. São Paulo: Ática, 1987.
KOTHE, Flávio R. O Herói. São Paulo: Ática, 1987.
NUNES, Benedito. O Tempo na Narrativa. São Paulo: Ática, 1995.
REUTES, Ives. A análise da Narrativa. Trad. Mário Pontes. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
DIMAS, Antonio. Espaço e Romance. São Paulo: Ática, 1994.
OLIVEIRA, Iara de. O Narrador. In.___: Os elementos constitutivos da narrativa – esquema básico. Pág. 6.
Estilos Literários - Conto e Crônica
Conto e Crônica
Tânia Aparecida Neves Barth
13/06/2008
Alguns estilos narrativos possuem características que podem se confundir. É o que acontece com o conto e a crônica. Segundo Cortázar (1997), o conto se move no plano do homem, onde a vida e a expressão escrita dessa vida travam uma batalha, sendo seu resultado o próprio conto. Os contos relatam fatos da vida de forma sintetizada, ou seja, uma de suas características é sua brevidade. Na França, esta brevidade chega a ser limitada a vinte páginas, sendo a partir daí considerado novela.
O conto relata um fato onde tempo e espaço são condensados e a densidade dos fatos busca fazer com que o leitor se sensibilize a ponto de concentrar-se na narrativa e abstrair-se de tudo à sua volta. Os fatos relatados no conto não têm a necessidade de serem verídicos, mas seu autor deve tratar um determinado tema com uma dose de tensão, despertando o interesse do leitor.
Já a crônica, embora também possua a brevidade como uma de suas características, exibe certa concretude na narrativa, registrando fatos circunstanciais. Os fatos narrados na crônica são cotidianos e muitas vezes triviais. Há, portanto, um comprometimento maior com a realidade, inclusive pela linguagem jornalística, utilizada comumente neste gênero. Como afirma Jorge de Sá (2001), referindo-se à carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal, onde descrevia as terras brasileiras recém descobertas:
“A história da nossa literatura se inicia, pois, com a circunstância de um descobrimento oficialmente, a Literatura Brasileira nasceu da crônica”.
A diferença mais marcante nesses dois gêneros narrativos está na densidade que o conto apresenta, centrada num determinado momento da condição humana. A crônica, no entanto, não possui tal característica, já que o autor aproxima-se bastante da imagem de um repórter, que narra os fatos com certa superficialidade e imparcialidade. Não há, na crônica, o sentido de valores ou conflitos morais que podem ser notados nos contos.
Pode-se dizer que o público de um e de outro difere de forma clara. Enquanto o leitor do conto busca sua leitura na literatura, o de crônica a busca em jornais, onde são publicadas.
Observa-se, portanto, que a diferença fundamental entre os gêneros narrativos conto e crônica, apresenta-se na forma como o escritor trata o tema escolhido. Enquanto o escritor de conto aprofunda-se em seu personagem, utilizando linguagem literária para exprimir a densidade psicológica ou moral do personagem, o cronista não apresenta tal comprometimento, narrando os fatos com linguagem jornalística, ágil e imparcial.
Referências Bibliográficas:
CORTÁZAR, Júlio.Alguns aspectos do conto. In: Valise de cronópio. São Paulo: Perspectiva, 1997, pp.147-163..
SÁ, Jorge de. Crônica: uma definição. In: A Crônica. São Paulo: Ática, 2001, pp. 5-11.
Tânia Aparecida Neves Barth
13/06/2008
Alguns estilos narrativos possuem características que podem se confundir. É o que acontece com o conto e a crônica. Segundo Cortázar (1997), o conto se move no plano do homem, onde a vida e a expressão escrita dessa vida travam uma batalha, sendo seu resultado o próprio conto. Os contos relatam fatos da vida de forma sintetizada, ou seja, uma de suas características é sua brevidade. Na França, esta brevidade chega a ser limitada a vinte páginas, sendo a partir daí considerado novela.
O conto relata um fato onde tempo e espaço são condensados e a densidade dos fatos busca fazer com que o leitor se sensibilize a ponto de concentrar-se na narrativa e abstrair-se de tudo à sua volta. Os fatos relatados no conto não têm a necessidade de serem verídicos, mas seu autor deve tratar um determinado tema com uma dose de tensão, despertando o interesse do leitor.
Já a crônica, embora também possua a brevidade como uma de suas características, exibe certa concretude na narrativa, registrando fatos circunstanciais. Os fatos narrados na crônica são cotidianos e muitas vezes triviais. Há, portanto, um comprometimento maior com a realidade, inclusive pela linguagem jornalística, utilizada comumente neste gênero. Como afirma Jorge de Sá (2001), referindo-se à carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal, onde descrevia as terras brasileiras recém descobertas:
“A história da nossa literatura se inicia, pois, com a circunstância de um descobrimento oficialmente, a Literatura Brasileira nasceu da crônica”.
A diferença mais marcante nesses dois gêneros narrativos está na densidade que o conto apresenta, centrada num determinado momento da condição humana. A crônica, no entanto, não possui tal característica, já que o autor aproxima-se bastante da imagem de um repórter, que narra os fatos com certa superficialidade e imparcialidade. Não há, na crônica, o sentido de valores ou conflitos morais que podem ser notados nos contos.
Pode-se dizer que o público de um e de outro difere de forma clara. Enquanto o leitor do conto busca sua leitura na literatura, o de crônica a busca em jornais, onde são publicadas.
Observa-se, portanto, que a diferença fundamental entre os gêneros narrativos conto e crônica, apresenta-se na forma como o escritor trata o tema escolhido. Enquanto o escritor de conto aprofunda-se em seu personagem, utilizando linguagem literária para exprimir a densidade psicológica ou moral do personagem, o cronista não apresenta tal comprometimento, narrando os fatos com linguagem jornalística, ágil e imparcial.
Referências Bibliográficas:
CORTÁZAR, Júlio.Alguns aspectos do conto. In: Valise de cronópio. São Paulo: Perspectiva, 1997, pp.147-163..
SÁ, Jorge de. Crônica: uma definição. In: A Crônica. São Paulo: Ática, 2001, pp. 5-11.
Texto: O que é Leitura?
RESUMO DO TEXTO: “O QUE É LEITURA?”
Tânia Ap. Neves Barth
MORAIS, José. O QUE É LEITURA? In: A ARTE DE LER. São Paulo, UNESP, 1996, p. 110-114.
Estabelece uma definição sobre o que é leitura. Questiona a afirmação de que ler nas entrelinhas, nos lábios, ou na expressão do interlocutor possa ser considerada leitura. O processo de interpretação dos sinais sensoriais é definido como “percepção”, o que não pode ser identificado como leitura. A leitura é indissociável da escrita, só havendo leitura quando há ou houve escrita. Portanto, quando se lê nas entrelinhas há a interpretação de intenção, cuja habilidade reside na compreensão da linguagem falada, ou no comportamento gestual. O ato de leitura implica na aquisição de informação, não na utilização ulterior da informação adquirida. A performance de leitura é o grau de sucesso do ato de ler, a atividade é o conjunto de eventos que se passam no cérebro e no sistema cognitivo, bem como nos órgão sensoriais motores; os objetivos são a compreensão do texto escrito e/ou o alcance de uma impressão de beleza e a capacidade é a parte dos recursos mentais específicos da atividade de leitura, que mobilizamos ao ler. Quando uma criança aprende a ler, associa uma forma ortográfica a cada palavra, ou seja, à sua forma fonológica. No curso da aprendizagem da leitura, há a associação das significações de tais formas fonológicas. Torna-se possível, então, obter a significação a partir da forma ortográfica, sem mediação fonológica. Conclui que a leitura não atinge seu objetivo sem compreensão; no entanto, os processos específicos da leitura não são os de compreensão, mas os que levam à compreensão.
Tânia Ap. Neves Barth
MORAIS, José. O QUE É LEITURA? In: A ARTE DE LER. São Paulo, UNESP, 1996, p. 110-114.
Estabelece uma definição sobre o que é leitura. Questiona a afirmação de que ler nas entrelinhas, nos lábios, ou na expressão do interlocutor possa ser considerada leitura. O processo de interpretação dos sinais sensoriais é definido como “percepção”, o que não pode ser identificado como leitura. A leitura é indissociável da escrita, só havendo leitura quando há ou houve escrita. Portanto, quando se lê nas entrelinhas há a interpretação de intenção, cuja habilidade reside na compreensão da linguagem falada, ou no comportamento gestual. O ato de leitura implica na aquisição de informação, não na utilização ulterior da informação adquirida. A performance de leitura é o grau de sucesso do ato de ler, a atividade é o conjunto de eventos que se passam no cérebro e no sistema cognitivo, bem como nos órgão sensoriais motores; os objetivos são a compreensão do texto escrito e/ou o alcance de uma impressão de beleza e a capacidade é a parte dos recursos mentais específicos da atividade de leitura, que mobilizamos ao ler. Quando uma criança aprende a ler, associa uma forma ortográfica a cada palavra, ou seja, à sua forma fonológica. No curso da aprendizagem da leitura, há a associação das significações de tais formas fonológicas. Torna-se possível, então, obter a significação a partir da forma ortográfica, sem mediação fonológica. Conclui que a leitura não atinge seu objetivo sem compreensão; no entanto, os processos específicos da leitura não são os de compreensão, mas os que levam à compreensão.
Texto: Fases e Objetivos de Ensino
Resumo: LEITURA: FASES E OBJETIVOS DE ENSINO
Tânia A. Neves Barth
É conhecido que o hábito da leitura não se faz presente no dia-a-dia dos brasileiros, nem mesmo entre aqueles que possuem escolaridade de nível superior. A importância da leitura é inegável, sendo este hábito adquirido através de treino, desembaraço, assiduidade e motivação do leitor, elementos importantes para tornar o hábito da leitura uma experiência agradável e, ao mesmo tempo, condutora de conhecimento.
A partir de modernas teorias sobre desenvolvimento psicológico da criança, procurou-se relacionar as faixas de desenvolvimento cognitivo infanto-juvenil com as fases de leitura, visto que a leitura é, sem dúvida, uma riquíssima fonte de estimulação da criança. Os principais objetivos educacionais ligados à leitura e à literatura são os seguintes:
- sensibilizar a criança para a leitura, oferecendo-lhe diferentes contatos com o texto escrito;
- desenvolver a capacidade de ler e escrever, como forma de auto-expressão e apreensão do mundo;
- aproximar o texto da realidade social e psicológica do aprendiz, como meio socializador e de refinamento emocional;
- favorecer a atuação inovadora e crítica do aluno pela valorização da tradição literária, evidenciando a importância do conhecimento da herança cultural humana;
- apurar-lhe o senso crítico em relação aos textos que consome, motivando-o para a avaliação da realidade e de si mesmo.
O Texto Literário no lo. Grau: Sugestões Estratégicas
Apesar de fatores que dificultam a iniciação da leitura aos alunos do primeiro grau, como os de ordem econômico-social, gerando apatia, desinformação e desinteresse, o educador pode transformar tais fatores em propulsores de consciência e engajamento com a realidade. Uma vez que os adultos leitores, pela simples revelação da prática, são tomados como padrão de identificação, poderão estimular o hábito de leitura.
Não se deve fazer previsão da duração da unidade, a fim de que cada professor possa adaptá-la às condições específicas de sua sala de aula. A sugestão é que o texto seja efetivamente explorado em classe.
Florianópolis, 11/11/2007.
Tânia A. Neves Barth
É conhecido que o hábito da leitura não se faz presente no dia-a-dia dos brasileiros, nem mesmo entre aqueles que possuem escolaridade de nível superior. A importância da leitura é inegável, sendo este hábito adquirido através de treino, desembaraço, assiduidade e motivação do leitor, elementos importantes para tornar o hábito da leitura uma experiência agradável e, ao mesmo tempo, condutora de conhecimento.
A partir de modernas teorias sobre desenvolvimento psicológico da criança, procurou-se relacionar as faixas de desenvolvimento cognitivo infanto-juvenil com as fases de leitura, visto que a leitura é, sem dúvida, uma riquíssima fonte de estimulação da criança. Os principais objetivos educacionais ligados à leitura e à literatura são os seguintes:
- sensibilizar a criança para a leitura, oferecendo-lhe diferentes contatos com o texto escrito;
- desenvolver a capacidade de ler e escrever, como forma de auto-expressão e apreensão do mundo;
- aproximar o texto da realidade social e psicológica do aprendiz, como meio socializador e de refinamento emocional;
- favorecer a atuação inovadora e crítica do aluno pela valorização da tradição literária, evidenciando a importância do conhecimento da herança cultural humana;
- apurar-lhe o senso crítico em relação aos textos que consome, motivando-o para a avaliação da realidade e de si mesmo.
O Texto Literário no lo. Grau: Sugestões Estratégicas
Apesar de fatores que dificultam a iniciação da leitura aos alunos do primeiro grau, como os de ordem econômico-social, gerando apatia, desinformação e desinteresse, o educador pode transformar tais fatores em propulsores de consciência e engajamento com a realidade. Uma vez que os adultos leitores, pela simples revelação da prática, são tomados como padrão de identificação, poderão estimular o hábito de leitura.
Não se deve fazer previsão da duração da unidade, a fim de que cada professor possa adaptá-la às condições específicas de sua sala de aula. A sugestão é que o texto seja efetivamente explorado em classe.
Florianópolis, 11/11/2007.
Explorando Textos e Horizontes
RESENHA SOBRE O TEXTO: “Explorando Textos e Horizontes: A Estética da Recepção no Ensino de Literatura” – SOUZA, Luana Soares de (Org.). Ensino de Língua e Literatura: Alternativas Metodológicas. Canoas: Ed. ULBRA, 2003.
Tânia Aparecida Neves Barth
A literatura, sem dúvida, pode ser um poderoso instrumento, que possibilita ao professor despertar no aluno o encantamento pela leitura, que o acompanhará por toda sua vida. No entanto, alguns professores a utilizam apenas para o estudo de regras gramaticais, o que pode ser considerado inadequado, pois uma obra literária traduz-se como uma criação livre de um poeta ou escritor, devendo, portanto, ser tratado artisticamente e não como material de aprendizagem de conteúdos.
A simples imposição da leitura de obras literárias consideradas clássicas, escolhidas pelo professor, não estimula os aprendizes, tornando-se enfadonha e criando um distanciamento entre o aluno e a obra. Tomando como princípio o fato de que cabe ao professor despertar no aluno seu senso crítico, tornando-o um leitor com capacidade analítica e um cidadão responsável, parece claro que as abordagens deste tema devem ser desafiadoras e instigantes.
Já na década de 60 os filólogos Hans Robert Jauss, Karlheinz Stierle, Wolfgang Iser e H. U. Gumbrencht, fundadores do primeiro departamento de Ciência da Literatura da Universidade de Konstanz, na Alemanha, propuseram uma renovação no ensino da literatura, com a intenção de mudar a forma autoritária de ensinar a matéria e alcançar o diálogo entre professores e alunos.
As obras estudadas eram, então, isoladas de seu contexto histórico e social, não havendo, portanto, nenhuma referência com a qual o leitor pudesse se identificar. O que Hans Robert e seus colegas defendiam é que o texto deve ser interpretado dentro do contexto das experiências dos leitores. A ciência da literatura centra-se no leitor, cuja participação, enquanto destinatário, não pode ser ignorada. Desta forma, o conceito de “interpretação correta” é substituído pelas condições sociais e históricas relacionadas à significação do texto, e pelas condições recepcionais distintas dos leitores. O ponto de vista passa, então, da produção de uma obra para o seu consumo, a forma que o texto age sobre seu destinatário.
De acordo com a teoria de Jauss, o professor deve, ao propor a leitura, observar os gostos dos alunos, bem como seu contexto social. Despertado o interesse, o professor poderá então, gradativamente, propor textos que o distanciem de seu universo, proporcionando ao aprendiz diferentes visões de mundo, com o objetivo de ampliar seus horizontes. Com este distanciamento, o aluno tem a oportunidade de refletir e interpretar sua história através de outras perspectivas. Quanto ao processo de avaliação, deverá ser observada a dinâmica de leitura e escrita do aluno nas atividades propostas, sua habilidade na comparação e no contraste e na argumentação.
A literatura abordada desta forma, torna-se prazerosa e não uma atividade mecânica e sem significado para o aluno. É importante que o professor tenha consciência de seu papel nesta relação, que saiba seduzir o aluno para a leitura, procurando identificar sua realidade histórico-social. Apesar de não parecer fácil ao professor enfrentar tal desafio, certamente o interesse dos alunos e seu desenvolvimento enquanto cidadãos trará ao mestre a grata sensação de dever cumprido.
Florianópolis, 21/05/2008
Tânia Aparecida Neves Barth
A literatura, sem dúvida, pode ser um poderoso instrumento, que possibilita ao professor despertar no aluno o encantamento pela leitura, que o acompanhará por toda sua vida. No entanto, alguns professores a utilizam apenas para o estudo de regras gramaticais, o que pode ser considerado inadequado, pois uma obra literária traduz-se como uma criação livre de um poeta ou escritor, devendo, portanto, ser tratado artisticamente e não como material de aprendizagem de conteúdos.
A simples imposição da leitura de obras literárias consideradas clássicas, escolhidas pelo professor, não estimula os aprendizes, tornando-se enfadonha e criando um distanciamento entre o aluno e a obra. Tomando como princípio o fato de que cabe ao professor despertar no aluno seu senso crítico, tornando-o um leitor com capacidade analítica e um cidadão responsável, parece claro que as abordagens deste tema devem ser desafiadoras e instigantes.
Já na década de 60 os filólogos Hans Robert Jauss, Karlheinz Stierle, Wolfgang Iser e H. U. Gumbrencht, fundadores do primeiro departamento de Ciência da Literatura da Universidade de Konstanz, na Alemanha, propuseram uma renovação no ensino da literatura, com a intenção de mudar a forma autoritária de ensinar a matéria e alcançar o diálogo entre professores e alunos.
As obras estudadas eram, então, isoladas de seu contexto histórico e social, não havendo, portanto, nenhuma referência com a qual o leitor pudesse se identificar. O que Hans Robert e seus colegas defendiam é que o texto deve ser interpretado dentro do contexto das experiências dos leitores. A ciência da literatura centra-se no leitor, cuja participação, enquanto destinatário, não pode ser ignorada. Desta forma, o conceito de “interpretação correta” é substituído pelas condições sociais e históricas relacionadas à significação do texto, e pelas condições recepcionais distintas dos leitores. O ponto de vista passa, então, da produção de uma obra para o seu consumo, a forma que o texto age sobre seu destinatário.
De acordo com a teoria de Jauss, o professor deve, ao propor a leitura, observar os gostos dos alunos, bem como seu contexto social. Despertado o interesse, o professor poderá então, gradativamente, propor textos que o distanciem de seu universo, proporcionando ao aprendiz diferentes visões de mundo, com o objetivo de ampliar seus horizontes. Com este distanciamento, o aluno tem a oportunidade de refletir e interpretar sua história através de outras perspectivas. Quanto ao processo de avaliação, deverá ser observada a dinâmica de leitura e escrita do aluno nas atividades propostas, sua habilidade na comparação e no contraste e na argumentação.
A literatura abordada desta forma, torna-se prazerosa e não uma atividade mecânica e sem significado para o aluno. É importante que o professor tenha consciência de seu papel nesta relação, que saiba seduzir o aluno para a leitura, procurando identificar sua realidade histórico-social. Apesar de não parecer fácil ao professor enfrentar tal desafio, certamente o interesse dos alunos e seu desenvolvimento enquanto cidadãos trará ao mestre a grata sensação de dever cumprido.
Florianópolis, 21/05/2008
Resenha: Filme Troya
RESENHA: Filme Troya
Tânia Aparecida Neves Barth
Os poemas épicos retratam fatos heróicos, numa narrativa bastante extensa que contém grandes feitos de heróis que tanto podem ser reais, quanto mitológicos, ou lendários. Os poemas épicos são históricos, no entanto os fatos são conhecidos através de narrações que se repetem no decorrer dos tempos. Desta forma, embora os poemas tenham a pretensão de retratar fatos e feitos reais, têm sua origem em lendas preservadas ao longo dos tempos pela tradição oral.
Os poemas épicos mais conhecidos são Ilíada e Odisséia. A Odisséia fala principalmente dos heróis envolvidos na guerra de Tróia, homens que vêm do mar com suas poderosas naus, com o intento de conquistar a cidade protegida por muralhas instransponíveis e heróis que tentam proteger seu povo e sua família.
O filme “Troya” narra a história de amor proibido entre Páris, príncipe de Tróia, e Helena, esposa do Rei de Esparta, Menelau. Páris rapta Helena e a leva para Tróia, onde é aceita como princesa, provocando a fúria do marido traído e possibilitando ao ambicioso Agamenon, irmão de Menelau, iniciar a histórica guerra para conquistar Tróia. Através dos mares, os heróis argonautas iniciam sua viagem para lavar a honra de Menelau e conquistar a tão cobiçada cidade. Unem-se a eles, os guerreiros gregos e reis conquistados, além de Aquiles, filho de deuses, que era descrito como um grande e invencível guerreiro, que tinha apenas o calcanhar como parte vulnerável de seu corpo. No entanto Aquiles, um guerreiro arrogante e independente, que não servia a nenhum rei, acaba por se apaixonar por Breseida, sobrinha do Rei de Tróia, retirando-se então da batalha. Quando Aquiles já se preparava para abandonar Tróia e voltar para a Grécia, seu primo é morto em batalha por Heitor, príncipe primogênito de Tróia.
Pode-se notar no filme Troya as características marcantes do gênero épico, onde se retrata possíveis costumes da época, tais como a queima dos mortos ou o ritual de arrastar o corpo do inimigo por três vezes para consagrar a vitória do vencedor. No entanto, cenas do filme parecem inverossímeis, perdendo-se em repetições e clichês cinematográficos. O verdadeiro herói do filme parece ser Heitor, eclipsando o famoso Aquiles, interpretado por Brad Pitt que, apesar de sua bela forma, mostrou um Aquiles desalentado, pouco expressivo. O amor arrebatador de Páris e Helena não convence, e o de Aquiles por Briseida convence menos ainda. Falta ao Aquiles do filme o propósito e a vivacidade dos grandes heróis épicos, sua arrogância mais parece birra de menino mimado e não a autoconfiança de um filho de deuses gregos.
Apesar dos deslizes do filme, pode-se notar a grandeza da guerra de Tróia, os feitos heróicos de seu povo, na defesa dos seus. Pouco se vê, no entanto, da ação dos deuses, percebe-se que estão envolvidos no tema apenas através das citações e do misticismo que leva o rei de Tróia a tomar decisões que o conduzem à derrota.
O filme tenta retratar o mundo épico, bastante irreal para o homem contemporâneo. Sabe-se, entretanto, que os mitos e as lendas são carregados de simbologia e dramaticidade que, ainda que latentes, não são vivenciadas pelo homem contemporâneo. Assim, o filme tenta reproduzir a imagem de um passado embelezado, de heróis gloriosos e onipotentes que se colocam de um modo superior à experiência contemporânea. No entanto, talvez pela necessidade do entretenimento que um filme “holywoodiano” representa, o roteiro distanciou-se da linguagem épica, resultando numa superprodução com figurinos questionáveis, histórias pessoais mal colocadas e excesso de efeitos especiais que tentam conferir ao filme um caráter grandioso.
Tânia Aparecida Neves Barth
Os poemas épicos retratam fatos heróicos, numa narrativa bastante extensa que contém grandes feitos de heróis que tanto podem ser reais, quanto mitológicos, ou lendários. Os poemas épicos são históricos, no entanto os fatos são conhecidos através de narrações que se repetem no decorrer dos tempos. Desta forma, embora os poemas tenham a pretensão de retratar fatos e feitos reais, têm sua origem em lendas preservadas ao longo dos tempos pela tradição oral.
Os poemas épicos mais conhecidos são Ilíada e Odisséia. A Odisséia fala principalmente dos heróis envolvidos na guerra de Tróia, homens que vêm do mar com suas poderosas naus, com o intento de conquistar a cidade protegida por muralhas instransponíveis e heróis que tentam proteger seu povo e sua família.
O filme “Troya” narra a história de amor proibido entre Páris, príncipe de Tróia, e Helena, esposa do Rei de Esparta, Menelau. Páris rapta Helena e a leva para Tróia, onde é aceita como princesa, provocando a fúria do marido traído e possibilitando ao ambicioso Agamenon, irmão de Menelau, iniciar a histórica guerra para conquistar Tróia. Através dos mares, os heróis argonautas iniciam sua viagem para lavar a honra de Menelau e conquistar a tão cobiçada cidade. Unem-se a eles, os guerreiros gregos e reis conquistados, além de Aquiles, filho de deuses, que era descrito como um grande e invencível guerreiro, que tinha apenas o calcanhar como parte vulnerável de seu corpo. No entanto Aquiles, um guerreiro arrogante e independente, que não servia a nenhum rei, acaba por se apaixonar por Breseida, sobrinha do Rei de Tróia, retirando-se então da batalha. Quando Aquiles já se preparava para abandonar Tróia e voltar para a Grécia, seu primo é morto em batalha por Heitor, príncipe primogênito de Tróia.
Pode-se notar no filme Troya as características marcantes do gênero épico, onde se retrata possíveis costumes da época, tais como a queima dos mortos ou o ritual de arrastar o corpo do inimigo por três vezes para consagrar a vitória do vencedor. No entanto, cenas do filme parecem inverossímeis, perdendo-se em repetições e clichês cinematográficos. O verdadeiro herói do filme parece ser Heitor, eclipsando o famoso Aquiles, interpretado por Brad Pitt que, apesar de sua bela forma, mostrou um Aquiles desalentado, pouco expressivo. O amor arrebatador de Páris e Helena não convence, e o de Aquiles por Briseida convence menos ainda. Falta ao Aquiles do filme o propósito e a vivacidade dos grandes heróis épicos, sua arrogância mais parece birra de menino mimado e não a autoconfiança de um filho de deuses gregos.
Apesar dos deslizes do filme, pode-se notar a grandeza da guerra de Tróia, os feitos heróicos de seu povo, na defesa dos seus. Pouco se vê, no entanto, da ação dos deuses, percebe-se que estão envolvidos no tema apenas através das citações e do misticismo que leva o rei de Tróia a tomar decisões que o conduzem à derrota.
O filme tenta retratar o mundo épico, bastante irreal para o homem contemporâneo. Sabe-se, entretanto, que os mitos e as lendas são carregados de simbologia e dramaticidade que, ainda que latentes, não são vivenciadas pelo homem contemporâneo. Assim, o filme tenta reproduzir a imagem de um passado embelezado, de heróis gloriosos e onipotentes que se colocam de um modo superior à experiência contemporânea. No entanto, talvez pela necessidade do entretenimento que um filme “holywoodiano” representa, o roteiro distanciou-se da linguagem épica, resultando numa superprodução com figurinos questionáveis, histórias pessoais mal colocadas e excesso de efeitos especiais que tentam conferir ao filme um caráter grandioso.
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