Tânia Ap. Neves Barth
15/04/2008
RESUMO DO TEXTO: “O QUE É LEITURA?”
MORAIS, José. O QUE É LEITURA? In: A ARTE DE LER. São Paulo, UNESP, 1996, p. 110-114.
Estabelece uma definição sobre o que é leitura. Questiona a afirmação de que ler nas entrelinhas, nos lábios, ou na expressão do interlocutor possa ser considerada leitura. O processo de interpretação dos sinais sensoriais é definido como “percepção”, o que não pode ser identificado como leitura. A leitura é indissociável da escrita, só havendo leitura quando há ou houve escrita. Portanto, quando se lê nas entrelinhas há a interpretação de intenção, cuja habilidade reside na compreensão da linguagem falada, ou no comportamento gestual. O ato de leitura implica a aquisição de informação, não a utilização ulterior da informação adquirida. A performance de leitura é o grau de sucesso do ato de ler, a atividade é o conjunto de eventos que se passam no cérebro e no sistema cognitivo, bem como nos órgão sensoriais motores; os objetivos são a compreensão do texto escrito e/ou o alcance de uma impressão de beleza e a capacidade é a parte dos recursos mentais específicos da atividade de leitura, que mobilizamos ao ler. Quando uma criança aprende a ler, associa uma forma ortográfica a cada palavra, ou seja, à sua forma fonológica. No curso da aprendizagem da leitura, há a associação das significações de tais formas fonológicas. Torna-se possível, então, obter a significação a partir da forma ortográfica, sem mediação fonológica. Conclui que a leitura não atinge seu objetivo sem compreensão; no entanto, os processos específicos da leitura não são os de compreensão, mas os que levam à compreensão.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Pesquisa na Escola: Marcos Bagno
Tânia Aparecida Neves Barth
28/05/2008
Reflexões sobre o livro “Pesquisa na Escola” do autor Marcos Bagno:
Marcos Bagno, com seu texto de fácil leitura, está prestando um importante serviço ao professor. Muitos professores, e me incluo nesta situação, ficam meio “perdidos” na hora de solicitar aos alunos que façam um trabalho de pesquisa sobre determinado tema. Acabamos por esquecer que os alunos do ensino fundamental e médio não sabem exatamente como se faz uma pesquisa. O esquema apresentado por ele é prático e simples. Considero um projeto realista.
Apesar do pouco tempo que temos para mediar um extenso conteúdo aos alunos, acho importantíssimo o trabalho de pesquisa. Acredito que o aproveitamento é muito maior do que a simples explicação das matérias. Durante a pesquisa, o aluno passa a perceber todo o contexto do assunto em pauta. O projeto é viável, desde que o professor seja organizado, pois certamente terá que acompanhar e orientar cada etapa da pesquisa, e não devemos esquecer que cada professor tem, em média, de 35 a 40 alunos por turma. Porém, depois da primeira pesquisa, os alunos já estarão familiarizados com esse esquema e terão mais facilidade em montar o projeto. O que achei difícil de ser feito na prática é o modelo de cronograma apresentado na página 42. Nem todos conseguirão seguir o cronograma proposto e acredito que acabe gerando ansiedade e frustração. Como disse, são poucas horas-aula para o professor passar o conteúdo do programa de ensino e orientar o trabalho de pesquisa. Eu dividiria a orientação em três tempos: 1) Inicial (levantamento das fontes); 2) Redação do texto e 3) Apresentação.
A simbologia do personagem da mitologia grega Procusto reside na intolerância. Sua relação com o sistema educacional tradicional é o autoritarismo. Na educação tradicional, o professor é soberano e detentor de todo o conhecimento, cabendo ao aluno, como parte passiva da relação, absorver tais informações e conhecimentos, sem levantar questionamentos. Os conteúdos programados para as escolas públicas, historicamente atendem a interesses políticos. O Estado determina o que será ensinado aos alunos, principalmente no que diz respeito à história do país, educação social e cívica, além das outras disciplinas. Desta forma, a educação tradicional, como afirmava Carl Marx, atende aos interesses das classes dominantes. Hoje podemos dizer que em algumas escolas públicas há professores que buscam algo além de informar. Procuram, através de suas aulas, formar cidadãos conscientes, que desenvolvam um olhar crítico sobre a sociedade na qual que vivem.
Marcos Bagno coloca a dificuldade que é para o professor ensinar o uso correto da crase. Realmente, não é fácil ensinar as regras do uso e do não-uso da crase. Digo isso porque, coincidentemente, estou ensinando essa matéria para meus alunos do ensino médio. Sua sugestão de dinâmica para ensinar como se deve usar a crase é muito boa e, acredito, eficiente. O fato de o professor usar a literatura para contextualizar o ensino da gramática me parece ser estimulante aos alunos.
Marcos Bagno consegue, com sua linguagem simples, tornar a leitura prazerosa. O mais importante é que ele é prático, ou seja, seu livro pode ser considerado um manual de ajuda ao professor que, pelo grande número de alunos, provas e trabalhos a serem corrigidos, acomoda-se um pouco no que diz respeito à dinâmica de ensino. Acaba por seguir padrões clássicos para ensinar a gramática, o que explica o fato de que a matéria Língua Portuguesa, apesar de tratar de algo que utilizamos no dia-a-dia, cause pavor a muitos alunos.
28/05/2008
Reflexões sobre o livro “Pesquisa na Escola” do autor Marcos Bagno:
Marcos Bagno, com seu texto de fácil leitura, está prestando um importante serviço ao professor. Muitos professores, e me incluo nesta situação, ficam meio “perdidos” na hora de solicitar aos alunos que façam um trabalho de pesquisa sobre determinado tema. Acabamos por esquecer que os alunos do ensino fundamental e médio não sabem exatamente como se faz uma pesquisa. O esquema apresentado por ele é prático e simples. Considero um projeto realista.
Apesar do pouco tempo que temos para mediar um extenso conteúdo aos alunos, acho importantíssimo o trabalho de pesquisa. Acredito que o aproveitamento é muito maior do que a simples explicação das matérias. Durante a pesquisa, o aluno passa a perceber todo o contexto do assunto em pauta. O projeto é viável, desde que o professor seja organizado, pois certamente terá que acompanhar e orientar cada etapa da pesquisa, e não devemos esquecer que cada professor tem, em média, de 35 a 40 alunos por turma. Porém, depois da primeira pesquisa, os alunos já estarão familiarizados com esse esquema e terão mais facilidade em montar o projeto. O que achei difícil de ser feito na prática é o modelo de cronograma apresentado na página 42. Nem todos conseguirão seguir o cronograma proposto e acredito que acabe gerando ansiedade e frustração. Como disse, são poucas horas-aula para o professor passar o conteúdo do programa de ensino e orientar o trabalho de pesquisa. Eu dividiria a orientação em três tempos: 1) Inicial (levantamento das fontes); 2) Redação do texto e 3) Apresentação.
A simbologia do personagem da mitologia grega Procusto reside na intolerância. Sua relação com o sistema educacional tradicional é o autoritarismo. Na educação tradicional, o professor é soberano e detentor de todo o conhecimento, cabendo ao aluno, como parte passiva da relação, absorver tais informações e conhecimentos, sem levantar questionamentos. Os conteúdos programados para as escolas públicas, historicamente atendem a interesses políticos. O Estado determina o que será ensinado aos alunos, principalmente no que diz respeito à história do país, educação social e cívica, além das outras disciplinas. Desta forma, a educação tradicional, como afirmava Carl Marx, atende aos interesses das classes dominantes. Hoje podemos dizer que em algumas escolas públicas há professores que buscam algo além de informar. Procuram, através de suas aulas, formar cidadãos conscientes, que desenvolvam um olhar crítico sobre a sociedade na qual que vivem.
Marcos Bagno coloca a dificuldade que é para o professor ensinar o uso correto da crase. Realmente, não é fácil ensinar as regras do uso e do não-uso da crase. Digo isso porque, coincidentemente, estou ensinando essa matéria para meus alunos do ensino médio. Sua sugestão de dinâmica para ensinar como se deve usar a crase é muito boa e, acredito, eficiente. O fato de o professor usar a literatura para contextualizar o ensino da gramática me parece ser estimulante aos alunos.
Marcos Bagno consegue, com sua linguagem simples, tornar a leitura prazerosa. O mais importante é que ele é prático, ou seja, seu livro pode ser considerado um manual de ajuda ao professor que, pelo grande número de alunos, provas e trabalhos a serem corrigidos, acomoda-se um pouco no que diz respeito à dinâmica de ensino. Acaba por seguir padrões clássicos para ensinar a gramática, o que explica o fato de que a matéria Língua Portuguesa, apesar de tratar de algo que utilizamos no dia-a-dia, cause pavor a muitos alunos.
Fonética e Fonologia
Tânia Aparecida Neves Barth
14/05/2008
A fonética é a ciência que estuda os sons do ponto de vista físico, concentrando-se nos mecanismos do corpo humano que estão envolvidos na produção dos sons. A fonologia estuda os sons do ponto de vista funcional, ou seja, as formas de expressão e seu papel no sistema lingüístico.
O processo de Codificação acontece a partir do momento que o falante tem o objetivo de transmitir uma mensagem. Para tanto, ele utiliza-se do aparelho fonador, que através do ar atmosférico, chega ao “alvo”, ou seja, o receptor. Resumindo, o ser humano que quer exprimir algo através da fala, utiliza-se de seu aparelho fonador, que codifica a informação a ser transmitida em determinados padrões de ondas sonoras.
Tais ondas sonoras, transmitidas pelo falante, são conduzidas através do ar atmosférico e chegam ao aparelho auditivo do ouvinte, que ao captar os sons, os convertem em atividade nervosa, que é levada ao cérebro e decodifica a mensagem. Este processo é chamado de Decodificação.
O fator de distingue a linguagem humana dos demais sistemas simbólicos é a capacidade de segmentação da própria linguagem em unidades menores, que possuem um número finito para as diferentes línguas. Tais segmentações podem ser re-combinadas com o objetivo de se expressar diferentes idéias.
O que chamamos comumente de aparelho fonador é, na verdade, um conjunto de partes do corpo, relacionadas aos aparelhos digestivo e respiratório, utilizadas para a produção de sons. O aparelho fonador não tem, portanto, o objetivo específico de fabricar vogais e consoantes ou outras funções fonológicas. Os órgãos utilizados
Os fonemas são representados por sinais gráficos, denominados “letras” que, juntas, formam o “alfabeto”. No entanto, ocorre que nem sempre um fonema corresponde a uma só letra, pois o sistema ortográfico não é apenas fonético, mas está ligado às origens das palavras, como por exemplo, o latim. O fonema, além de poder ser representado por letras diferentes, também pode ser representado por duas letras, como no caso dos dígrafos. A letras “X” pode representar simultaneamente dois fonemas diferentes e há as letras que não representam fonemas, são notações léxicas ou simplesmente decorativas.
O órgão do aparelho fonador responsável pela produção dos fonemas surdos ou sonoros é a Glote.
Uma sílaba necessita basicamente de uma vogal para que seja formada, pois as consoantes e as semivogais são fonemas dependentes, ou seja, só podem formar sílaba com o concurso de vogais.
• Fonemas: As menores unidades sonoras da fala que, articulados e combinados, formam as sílabas, os vocábulos e as frases;
• Letra: Letra é o sinal gráfico que representa o som;
• Vogal: Fonema sonoro que chega livremente ao exterior, sem fazer ruído;
• Semivogal: São os fonemas (i) e (u) átonos que se unem a uma vogal, formando com esta uma sílaba;
• Consoante: São ruídos resultantes da resistência que os órgãos bucais opõem à corrente de ar.
A fonética ocupa-se do estudo dos sons enquanto entidades físico-articulatórias isoladas e a fonologia os estuda como elementos que integram um sistema lingüístico determinado. Os sons estudados pela fonética e pela fonologia são chamados de fonemas, que podem ser definidos como as menores unidades sonoras da fala. Um conjunto de órgãos relacionados aos aparelhos respiratório e digestivo é utilizado para se produzir os sons, sendo assim chamado de aparelho fonador. Os fonemas sonoros que chegam livremente ao exterior do aparelho fonador, sem fazer ruído, são chamados de vogais e os ruídos resultantes da resistência que os órgãos bucais opõem à corrente de ar são chamados de consoantes.
14/05/2008
A fonética é a ciência que estuda os sons do ponto de vista físico, concentrando-se nos mecanismos do corpo humano que estão envolvidos na produção dos sons. A fonologia estuda os sons do ponto de vista funcional, ou seja, as formas de expressão e seu papel no sistema lingüístico.
O processo de Codificação acontece a partir do momento que o falante tem o objetivo de transmitir uma mensagem. Para tanto, ele utiliza-se do aparelho fonador, que através do ar atmosférico, chega ao “alvo”, ou seja, o receptor. Resumindo, o ser humano que quer exprimir algo através da fala, utiliza-se de seu aparelho fonador, que codifica a informação a ser transmitida em determinados padrões de ondas sonoras.
Tais ondas sonoras, transmitidas pelo falante, são conduzidas através do ar atmosférico e chegam ao aparelho auditivo do ouvinte, que ao captar os sons, os convertem em atividade nervosa, que é levada ao cérebro e decodifica a mensagem. Este processo é chamado de Decodificação.
O fator de distingue a linguagem humana dos demais sistemas simbólicos é a capacidade de segmentação da própria linguagem em unidades menores, que possuem um número finito para as diferentes línguas. Tais segmentações podem ser re-combinadas com o objetivo de se expressar diferentes idéias.
O que chamamos comumente de aparelho fonador é, na verdade, um conjunto de partes do corpo, relacionadas aos aparelhos digestivo e respiratório, utilizadas para a produção de sons. O aparelho fonador não tem, portanto, o objetivo específico de fabricar vogais e consoantes ou outras funções fonológicas. Os órgãos utilizados
Os fonemas são representados por sinais gráficos, denominados “letras” que, juntas, formam o “alfabeto”. No entanto, ocorre que nem sempre um fonema corresponde a uma só letra, pois o sistema ortográfico não é apenas fonético, mas está ligado às origens das palavras, como por exemplo, o latim. O fonema, além de poder ser representado por letras diferentes, também pode ser representado por duas letras, como no caso dos dígrafos. A letras “X” pode representar simultaneamente dois fonemas diferentes e há as letras que não representam fonemas, são notações léxicas ou simplesmente decorativas.
O órgão do aparelho fonador responsável pela produção dos fonemas surdos ou sonoros é a Glote.
Uma sílaba necessita basicamente de uma vogal para que seja formada, pois as consoantes e as semivogais são fonemas dependentes, ou seja, só podem formar sílaba com o concurso de vogais.
• Fonemas: As menores unidades sonoras da fala que, articulados e combinados, formam as sílabas, os vocábulos e as frases;
• Letra: Letra é o sinal gráfico que representa o som;
• Vogal: Fonema sonoro que chega livremente ao exterior, sem fazer ruído;
• Semivogal: São os fonemas (i) e (u) átonos que se unem a uma vogal, formando com esta uma sílaba;
• Consoante: São ruídos resultantes da resistência que os órgãos bucais opõem à corrente de ar.
A fonética ocupa-se do estudo dos sons enquanto entidades físico-articulatórias isoladas e a fonologia os estuda como elementos que integram um sistema lingüístico determinado. Os sons estudados pela fonética e pela fonologia são chamados de fonemas, que podem ser definidos como as menores unidades sonoras da fala. Um conjunto de órgãos relacionados aos aparelhos respiratório e digestivo é utilizado para se produzir os sons, sendo assim chamado de aparelho fonador. Os fonemas sonoros que chegam livremente ao exterior do aparelho fonador, sem fazer ruído, são chamados de vogais e os ruídos resultantes da resistência que os órgãos bucais opõem à corrente de ar são chamados de consoantes.
Labov X Bernstein
Tânia Aparecida Neves Barth
04/06/2008
As idéias centrais das teorias de Bernstein e Labov são antagônicas. O sociólogo inglês Bernstein defendia, em meados de 1960, a idéia da existência de um déficit lingüístico nas classes trabalhadoras, devido a seu contexto social. Sua teoria sofreu algumas modificações, o que pode ter causado alguma distorção no entendimento de sua verdadeira posição. O fato é que, por volta de 1970, quando publicou seu último trabalho, suas concepções iniciais permaneciam presentes em seu contexto. Bernstein estudou a linguagem oral baseando-se em pesquisas que analisavam duas classes sociais: A classe média e a trabalhadora. Para ele, a criança de classe média utiliza a linguagem elaborada, ou seja, uma estrutura gramatical complexa e precisa, enquanto a criança de classe popular utiliza a linguagem restrita, ou seja, estruturas gramaticalmente simples, por vezes incompletas.
Para o sociólogo, este fato se dá em conseqüência do contexto familiar das duas classes sociais: enquanto a mães de classe média usam mais intensamente a linguagem na socialização dos filhos, levando a criança a transcender o contexto, orientando-a para significações universalistas, as mães de classe popular usam uma linguagem de forma lacônica na socialização do filho, sendo a criança orientada para significações particularistas, estreitamente ligadas ao contexto.
Willian Labov, sociólogo americano contemporâneo de Bernstein, publicou, também em meados de 1960, um estudo que ia de encontro à pesquisa do sociólogo inglês. Em seu trabalho, Labov critica veementemente a teoria de Bernstein, que ele chama de “teoria da privação lingüística”. Para o estudioso americano, as dificuldades lingüísticas atribuídas às classes sociais populares são provocadas pela própria escola e pela sociedade em geral. Segundo sua teoria, as crianças das classes desfavorecidas dispõem de um vocabulário básico exatamente igual ao de qualquer outra criança, possuem a mesma capacidade para a aprendizagem conceitual e para o pensamento lógico.
Sobre as pesquisas realizadas por Bernstein, Labov aponta falhas na metodologia, pois, segundo ele, as crianças de classes populares eram submetidas a ambientes artificiais, perdendo sua espontaneidade e sentindo-se estranhas diante de um pesquisador de classe chamada “superior”, com o qual não se identificavam. Já a criança de classe média, acostumada ao ambiente e pertencente ao mesmo nível social do pesquisador, certamente, sentia-se mais à vontade no ambiente de pesquisa.
Labov usa em seus estudos um pesquisador negro, da mesma origem social das crianças entrevistadas e transforma a pesquisa numa conversa informal, fazendo com que os falantes se sintam à vontade, interagindo livremente com o adulto.
Desta forma, Labov apresenta um resultado de suas pesquisas totalmente contrário ao trabalho apresentado por Bernstein. Segundo ele, os falantes das classes populares raciocinam e discutem com mais eficiência que os pertencentes às de classe média, pois os mesmos contemporizam e “perdem-se num excesso de detalhes irrelevantes”. O dialeto popular, segundo o sociólogo americano, é “direto, econômico e preciso”, além de coerente, sendo o das classes médias, exuberante verbalmente, mais dissimulando que esclarecendo o pensamento, que se perde nas palavras.
04/06/2008
As idéias centrais das teorias de Bernstein e Labov são antagônicas. O sociólogo inglês Bernstein defendia, em meados de 1960, a idéia da existência de um déficit lingüístico nas classes trabalhadoras, devido a seu contexto social. Sua teoria sofreu algumas modificações, o que pode ter causado alguma distorção no entendimento de sua verdadeira posição. O fato é que, por volta de 1970, quando publicou seu último trabalho, suas concepções iniciais permaneciam presentes em seu contexto. Bernstein estudou a linguagem oral baseando-se em pesquisas que analisavam duas classes sociais: A classe média e a trabalhadora. Para ele, a criança de classe média utiliza a linguagem elaborada, ou seja, uma estrutura gramatical complexa e precisa, enquanto a criança de classe popular utiliza a linguagem restrita, ou seja, estruturas gramaticalmente simples, por vezes incompletas.
Para o sociólogo, este fato se dá em conseqüência do contexto familiar das duas classes sociais: enquanto a mães de classe média usam mais intensamente a linguagem na socialização dos filhos, levando a criança a transcender o contexto, orientando-a para significações universalistas, as mães de classe popular usam uma linguagem de forma lacônica na socialização do filho, sendo a criança orientada para significações particularistas, estreitamente ligadas ao contexto.
Willian Labov, sociólogo americano contemporâneo de Bernstein, publicou, também em meados de 1960, um estudo que ia de encontro à pesquisa do sociólogo inglês. Em seu trabalho, Labov critica veementemente a teoria de Bernstein, que ele chama de “teoria da privação lingüística”. Para o estudioso americano, as dificuldades lingüísticas atribuídas às classes sociais populares são provocadas pela própria escola e pela sociedade em geral. Segundo sua teoria, as crianças das classes desfavorecidas dispõem de um vocabulário básico exatamente igual ao de qualquer outra criança, possuem a mesma capacidade para a aprendizagem conceitual e para o pensamento lógico.
Sobre as pesquisas realizadas por Bernstein, Labov aponta falhas na metodologia, pois, segundo ele, as crianças de classes populares eram submetidas a ambientes artificiais, perdendo sua espontaneidade e sentindo-se estranhas diante de um pesquisador de classe chamada “superior”, com o qual não se identificavam. Já a criança de classe média, acostumada ao ambiente e pertencente ao mesmo nível social do pesquisador, certamente, sentia-se mais à vontade no ambiente de pesquisa.
Labov usa em seus estudos um pesquisador negro, da mesma origem social das crianças entrevistadas e transforma a pesquisa numa conversa informal, fazendo com que os falantes se sintam à vontade, interagindo livremente com o adulto.
Desta forma, Labov apresenta um resultado de suas pesquisas totalmente contrário ao trabalho apresentado por Bernstein. Segundo ele, os falantes das classes populares raciocinam e discutem com mais eficiência que os pertencentes às de classe média, pois os mesmos contemporizam e “perdem-se num excesso de detalhes irrelevantes”. O dialeto popular, segundo o sociólogo americano, é “direto, econômico e preciso”, além de coerente, sendo o das classes médias, exuberante verbalmente, mais dissimulando que esclarecendo o pensamento, que se perde nas palavras.
O que é Sociolinguística? E Sociologia da Educação?
Tânia Aparecida Neves Barth
16/04/2008
Definição de Sociolingüística:
Sociolingüística é a ciência que estuda a língua da perspectiva de sua estreita ligação com a sociedade onde se origina.
Definição de Sociologia da Educação:
A Sociologia da Educação é a vertente da Sociologia que estuda a realidade sócio-educacional.
As diferenças entre Sociolingüística e Sociologia da Educação:
A Sociologia da Educação nos permite a compreensão sobre a educação dentro do contexto de uma sociedade, que, por sua vez, também resulta da educação. Desta forma, a Sociologia da Educação caracteriza-se pelo estudo da inter-relação: ser humano/sociedade/educação, tendo em vista as diferentes teorias sociológicas.
Os fundadores da Sociologia da Educação foram Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. Durkheim é o primeiro a ter uma Sociologia da Educação sistematizada em obras como “Educação e Sociologia”, “A Evolução Pedagógica na França” e “Educação Moral”. Segundo Émile Durkheim: “a educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social”, tendo por finalidade “suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine”. (Durkheim, 1955: 32)
Já para a Sociolingüística, a língua cria-se e transforma-se em função do contexto sócio-histórico. Para a sociolingüística, a língua existe enquanto interação social, criando-se e transformando-se em função do contexto sócio-histórico. Existem três termos importantes no estudo da Sociolingüística:
1. Variedade: O dialeto, ou “variante geolinguística” é a forma como uma língua é falada numa região específica. Dentro de cada variedade lingüística, há variação interna em função dos vários critérios: idade, sexo, escolaridade, etc.
2. Variante: Este termo é utilizado na Sociolingüística para designar o item lingüístico que é alvo de mudança, representando as formas possíveis de realização daquele ítem.
3. Variável - A variável é o traço, forma ou construção lingüística, que apresenta variantes observadas pelo pesquisador.
Os estudos da sociolingüística podem ter alcances diversos, dependendo dos seus objetivos. Pode descrever a fala da cidade de Nova York, de uma comunidade do Rio de Janeiro, dos estudantes de direito ou dos surfistas. Ao estudar qualquer comunidade lingüística, constata-se imediatamente a existência de diversidades ou da variação. Toda comunidade se caracteriza pelo emprego de diferentes modos de falar – variedades lingüísticas.
16/04/2008
Definição de Sociolingüística:
Sociolingüística é a ciência que estuda a língua da perspectiva de sua estreita ligação com a sociedade onde se origina.
Definição de Sociologia da Educação:
A Sociologia da Educação é a vertente da Sociologia que estuda a realidade sócio-educacional.
As diferenças entre Sociolingüística e Sociologia da Educação:
A Sociologia da Educação nos permite a compreensão sobre a educação dentro do contexto de uma sociedade, que, por sua vez, também resulta da educação. Desta forma, a Sociologia da Educação caracteriza-se pelo estudo da inter-relação: ser humano/sociedade/educação, tendo em vista as diferentes teorias sociológicas.
Os fundadores da Sociologia da Educação foram Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. Durkheim é o primeiro a ter uma Sociologia da Educação sistematizada em obras como “Educação e Sociologia”, “A Evolução Pedagógica na França” e “Educação Moral”. Segundo Émile Durkheim: “a educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social”, tendo por finalidade “suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine”. (Durkheim, 1955: 32)
Já para a Sociolingüística, a língua cria-se e transforma-se em função do contexto sócio-histórico. Para a sociolingüística, a língua existe enquanto interação social, criando-se e transformando-se em função do contexto sócio-histórico. Existem três termos importantes no estudo da Sociolingüística:
1. Variedade: O dialeto, ou “variante geolinguística” é a forma como uma língua é falada numa região específica. Dentro de cada variedade lingüística, há variação interna em função dos vários critérios: idade, sexo, escolaridade, etc.
2. Variante: Este termo é utilizado na Sociolingüística para designar o item lingüístico que é alvo de mudança, representando as formas possíveis de realização daquele ítem.
3. Variável - A variável é o traço, forma ou construção lingüística, que apresenta variantes observadas pelo pesquisador.
Os estudos da sociolingüística podem ter alcances diversos, dependendo dos seus objetivos. Pode descrever a fala da cidade de Nova York, de uma comunidade do Rio de Janeiro, dos estudantes de direito ou dos surfistas. Ao estudar qualquer comunidade lingüística, constata-se imediatamente a existência de diversidades ou da variação. Toda comunidade se caracteriza pelo emprego de diferentes modos de falar – variedades lingüísticas.
O Leitor Crítico
O Leitor Crítico
Tania A Neves Barth
A palavra tem o poder de mudar os rumos não só de uma sociedade, mas de toda a humanidade. Aquele que tem o domínio da palavra, como Adolf Hitler, por exemplo, pode convencer milhões e promover a barbárie, ou, como Ghandi, promover a paz e a igualdade. Segundo Ezequiel Theodoro da Silva (2002: p.24), “a escrita, como qualquer outro meio de comunicação numa sociedade dividida em classes, pode servir a propósitos de alienação ou de emancipação/libertação”. A leitura nas salas de aula, que há muito tem sido utilizada como instrumento de alienação, mais que de libertação, é extremamente importante no processo de desenvolvimento da capacidade crítica do aluno. A leitura crítica desvenda a possibilidade de transformação da realidade, mostrando ao aluno que existem, sim, contradições e injustiças, mas que a atitude de cada um pode mudar esse quadro. Estamos falando de cidadania, palavra que pode incomodar aqueles que buscam o poder através de falsas ideologias e do domínio da sociedade.
Através da prática da leitura crítica, o aluno passa a questionar a opinião do autor, comparando-a com outros autores, percebendo os diferentes pontos de vista e tecendo sua opinião, com conhecimento de causa. Desta forma, é importante trazer outros tipos de texto para a sala de aula, e não somente os encontrados nos livros didáticos. Com textos de diferentes autores falando sobre o mesmo assunto, pode-se promover debates e posicionamentos críticos, fazer ligações com outros textos, levar o aluno à produção textual onde seu posicionamento seja respeitado. A escola deve ser, portanto, o lugar onde se possa refletir, questionar, posicionar-se, agir e transformar. Silva afirma ainda que “pela leitura crítica o sujeito abala o mundo das certezas (principalmente as da classe dominante), elabora e dinamiza conflitos, organiza sínteses, enfim combate assiduamente qualquer tipo de conformismo, qualquer tipo de escravização às idéias do texto” (SILVA,1998, p.26). A sociedade globalizada tem um poder enorme e a leitura crítica tem seu lugar de destaque. A quantidade de informações disponíveis nos dias de hoje é imensa e sua leitura deve ser selecionada, sendo isto possível somente se houver o leitor crítico, pois o leitor como simples consumidor passivo de mensagens não pode mais existir.
O que normalmente acontecia, ou acontece nas salas de aula é a leitura como decodificação de sinais, um ato meramente mecânico, onde, através de questionários o aluno deve formular as respostas de interpretação dos textos. Desta forma, por vezes o aluno busca no texto apenas a resposta para as perguntas do questionário, sem nem sequer lê-lo integralmente.
Os interesses sociais das classes dominantes que se escondem nos textos didáticos comumente são ignorados tanto pelos professores quanto pelos alunos, o que alimenta a desigualdade e a injustiça social, alimentando a relação de conformismo de um povo que não consegue discernir sobre sua capacidade de mudança de tal situação. Deste modo, as classes populares encaram a leitura como algo obrigatório para a mudança de suas condições de vida, e não como uma forma de expressão, que pode mudar não só sua condição financeira, mas toda a estrutura social de seu país.
A formação do leitor crítico implica uma conscientização do professor para que se inicie nas escolas a formação do leitor crítico. Segundo Silva, há a “necessidade de uma visão mais coerente sobre o ato de ler por parte daqueles envolvidos com a educação do povo, daí a necessidade da formação de leitores que saibam trabalhar criticamente o material didático” (SILVA, 1988, p.10). Afirma ainda que “pela leitura o sujeito abala o mundo das certezas (principalmente as da classe dominante), elabora e dinamiza, organiza sínteses, enfim, combate assiduamente qualquer tipo de conformismo, qualquer tipo de escravização às idéias referidas pelos textos”. (SILVA, 1998, p.26). A situação real atual de violência, guerras, corrupção e abuso de poder não aparecem nos textos didáticos, que não condizem com a realidade do aluno. Toda aquela situação de otimismo e de sociedade perfeita que aparece nos textos didáticos, não funcionam na vida real, não dizem respeito ao dia-a-dia do aluno.
A língua portuguesa ensinada como é atualmente, torna-se um instrumento de alienação, deixando de ensinar os modos de uso da língua para ensinar simplesmente sobre a língua.
Florianópolis, 02/07/2008
Tania A Neves Barth
A palavra tem o poder de mudar os rumos não só de uma sociedade, mas de toda a humanidade. Aquele que tem o domínio da palavra, como Adolf Hitler, por exemplo, pode convencer milhões e promover a barbárie, ou, como Ghandi, promover a paz e a igualdade. Segundo Ezequiel Theodoro da Silva (2002: p.24), “a escrita, como qualquer outro meio de comunicação numa sociedade dividida em classes, pode servir a propósitos de alienação ou de emancipação/libertação”. A leitura nas salas de aula, que há muito tem sido utilizada como instrumento de alienação, mais que de libertação, é extremamente importante no processo de desenvolvimento da capacidade crítica do aluno. A leitura crítica desvenda a possibilidade de transformação da realidade, mostrando ao aluno que existem, sim, contradições e injustiças, mas que a atitude de cada um pode mudar esse quadro. Estamos falando de cidadania, palavra que pode incomodar aqueles que buscam o poder através de falsas ideologias e do domínio da sociedade.
Através da prática da leitura crítica, o aluno passa a questionar a opinião do autor, comparando-a com outros autores, percebendo os diferentes pontos de vista e tecendo sua opinião, com conhecimento de causa. Desta forma, é importante trazer outros tipos de texto para a sala de aula, e não somente os encontrados nos livros didáticos. Com textos de diferentes autores falando sobre o mesmo assunto, pode-se promover debates e posicionamentos críticos, fazer ligações com outros textos, levar o aluno à produção textual onde seu posicionamento seja respeitado. A escola deve ser, portanto, o lugar onde se possa refletir, questionar, posicionar-se, agir e transformar. Silva afirma ainda que “pela leitura crítica o sujeito abala o mundo das certezas (principalmente as da classe dominante), elabora e dinamiza conflitos, organiza sínteses, enfim combate assiduamente qualquer tipo de conformismo, qualquer tipo de escravização às idéias do texto” (SILVA,1998, p.26). A sociedade globalizada tem um poder enorme e a leitura crítica tem seu lugar de destaque. A quantidade de informações disponíveis nos dias de hoje é imensa e sua leitura deve ser selecionada, sendo isto possível somente se houver o leitor crítico, pois o leitor como simples consumidor passivo de mensagens não pode mais existir.
O que normalmente acontecia, ou acontece nas salas de aula é a leitura como decodificação de sinais, um ato meramente mecânico, onde, através de questionários o aluno deve formular as respostas de interpretação dos textos. Desta forma, por vezes o aluno busca no texto apenas a resposta para as perguntas do questionário, sem nem sequer lê-lo integralmente.
Os interesses sociais das classes dominantes que se escondem nos textos didáticos comumente são ignorados tanto pelos professores quanto pelos alunos, o que alimenta a desigualdade e a injustiça social, alimentando a relação de conformismo de um povo que não consegue discernir sobre sua capacidade de mudança de tal situação. Deste modo, as classes populares encaram a leitura como algo obrigatório para a mudança de suas condições de vida, e não como uma forma de expressão, que pode mudar não só sua condição financeira, mas toda a estrutura social de seu país.
A formação do leitor crítico implica uma conscientização do professor para que se inicie nas escolas a formação do leitor crítico. Segundo Silva, há a “necessidade de uma visão mais coerente sobre o ato de ler por parte daqueles envolvidos com a educação do povo, daí a necessidade da formação de leitores que saibam trabalhar criticamente o material didático” (SILVA, 1988, p.10). Afirma ainda que “pela leitura o sujeito abala o mundo das certezas (principalmente as da classe dominante), elabora e dinamiza, organiza sínteses, enfim, combate assiduamente qualquer tipo de conformismo, qualquer tipo de escravização às idéias referidas pelos textos”. (SILVA, 1998, p.26). A situação real atual de violência, guerras, corrupção e abuso de poder não aparecem nos textos didáticos, que não condizem com a realidade do aluno. Toda aquela situação de otimismo e de sociedade perfeita que aparece nos textos didáticos, não funcionam na vida real, não dizem respeito ao dia-a-dia do aluno.
A língua portuguesa ensinada como é atualmente, torna-se um instrumento de alienação, deixando de ensinar os modos de uso da língua para ensinar simplesmente sobre a língua.
Florianópolis, 02/07/2008
Oratória e Retórica
ORATÓRIA E RETÓRICA
Tânia A. Neves Barth
do Lat. Oratoria s. f., arte de falar ao público.
Oratória é a arte de falar em público em tempo real. Para tanto, o discurso deve ser bem redigido, planejado e bem emitido. O orador tem a finalidade não só de se fazer entender, mas de conquistar a atenção e a credibilidade do público ouvinte. Para tanto, o orador deve ficar atento à sua aparência, ao tom de voz, ao uso correto das regras gramaticais do idioma em que o tema será exposto, à dicção, volume e qualidade de voz. É importante também ao orador fazer uso dos recursos de entonação e gesticulação, para que o discurso não se torne enfadonho, fazendo com que o orador perca a atenção do público.
Retórica do Lat. rhetorica < Gr. rhetoriké
s.f., arte de bem falar; conjunto de regras relativas à eloquência; tratado que expõe essas regras; discurso brilhante de forma, mas pobre de ideias; fala empolada; (no pl. ) palavreado farfalhudo, pretensioso.
A história da retórica teve seu início por volta de 485 a.C.. Dois tiranos sicilianos, Gelão e Hierão, efetuaram deportações, transferências de população e expropriações, para povoar Siracusa e lotear os mercenários, no entanto foram depostos e quiseram voltar à situação anterior, fazendo surgir então, inúmeros processos de direito de propriedade. Tais processos eram realizados através de grandes júris populares, diante dos quais era necessário que se fosse eloqüente para os convencer. Os primeiros professores de retórica fôram Empédocles de Agrigento, Corax (o primeiro a cobrar por suas lições), e Tísias, sendo desenvolvida pelos sofistas Górgias e Protágoras. "Rector" era a palavra grega que significava "orador", o político. No início a retórica era apenas um conjunto de técnicas de bem falar e de persuasão para serem usadas nas discussões públicas. Os sofistas utilizavam a retórica com o objetivo da persuasão, ou seja, convencer os ouvintes da justeza de suas posições de orador, no entanto Aristóteles foi o primeiro a expor uma teoria da argumentação, procurando um meio caminho entre Platão e os Sofistas, encarando a Retórica como uma arte que visava descobrir os meios de persuasão possíveis para os vários argumentos, com o objetivo de obter uma comunicação mais eficaz para o Saber. Partindo deste princípio, a retórica do professor em sala de aula é fundamental para que o conteúdo das disciplinas ministradas seja assimilado pelos alunos. Uma das formas de desenvolver a oratória em sala de aula é a utilização da apresentação de imagens que, usada com parcimônia, como ilustração do tema, enriquece o discurso e abre espaço para um “brain storming”, onde cada aluno é livre para expressar sua opinião, sem medo de reprovações. Outra opção é o debate orientado, que pode ser utilizado após o orador expor o tema, quando os alunos apresentam seus pontos de vista e falam pró ou contra uma determinada proposição. Quando o grupo de alunos é muito grande, pode-se valer da “Dinâmica de Grupo”.Esta técnica consiste em dividir um grupo grande em diversas equipes, que discutem os problemas já assinalados anteriormente, com o propósito de expor a conclusão dessa discussão ao grupo maior. A parábola também pode ser utilizada pelo professor para deter a atenção dos alunos, criando a associação do tema exposto, contando-se uma história para que se extraia dela ensinamentos que possam ilustrar outra situação. Estas são algumas das técnicas que um orador pode utilizar para tornar sua retórica mais interessante e interativa, devendo evitar-se a preleção, onde o orador limita-se a fazer seu discurso diante da platéia, pois numa sala de aula, freqüentemente a preleção provoca desinteresse dos alunos, dispersão e pouca retenção do assunto exposto.
Tânia A. Neves Barth
do Lat. Oratoria s. f., arte de falar ao público.
Oratória é a arte de falar em público em tempo real. Para tanto, o discurso deve ser bem redigido, planejado e bem emitido. O orador tem a finalidade não só de se fazer entender, mas de conquistar a atenção e a credibilidade do público ouvinte. Para tanto, o orador deve ficar atento à sua aparência, ao tom de voz, ao uso correto das regras gramaticais do idioma em que o tema será exposto, à dicção, volume e qualidade de voz. É importante também ao orador fazer uso dos recursos de entonação e gesticulação, para que o discurso não se torne enfadonho, fazendo com que o orador perca a atenção do público.
Retórica do Lat. rhetorica < Gr. rhetoriké
s.f., arte de bem falar; conjunto de regras relativas à eloquência; tratado que expõe essas regras; discurso brilhante de forma, mas pobre de ideias; fala empolada; (no pl. ) palavreado farfalhudo, pretensioso.
A história da retórica teve seu início por volta de 485 a.C.. Dois tiranos sicilianos, Gelão e Hierão, efetuaram deportações, transferências de população e expropriações, para povoar Siracusa e lotear os mercenários, no entanto foram depostos e quiseram voltar à situação anterior, fazendo surgir então, inúmeros processos de direito de propriedade. Tais processos eram realizados através de grandes júris populares, diante dos quais era necessário que se fosse eloqüente para os convencer. Os primeiros professores de retórica fôram Empédocles de Agrigento, Corax (o primeiro a cobrar por suas lições), e Tísias, sendo desenvolvida pelos sofistas Górgias e Protágoras. "Rector" era a palavra grega que significava "orador", o político. No início a retórica era apenas um conjunto de técnicas de bem falar e de persuasão para serem usadas nas discussões públicas. Os sofistas utilizavam a retórica com o objetivo da persuasão, ou seja, convencer os ouvintes da justeza de suas posições de orador, no entanto Aristóteles foi o primeiro a expor uma teoria da argumentação, procurando um meio caminho entre Platão e os Sofistas, encarando a Retórica como uma arte que visava descobrir os meios de persuasão possíveis para os vários argumentos, com o objetivo de obter uma comunicação mais eficaz para o Saber. Partindo deste princípio, a retórica do professor em sala de aula é fundamental para que o conteúdo das disciplinas ministradas seja assimilado pelos alunos. Uma das formas de desenvolver a oratória em sala de aula é a utilização da apresentação de imagens que, usada com parcimônia, como ilustração do tema, enriquece o discurso e abre espaço para um “brain storming”, onde cada aluno é livre para expressar sua opinião, sem medo de reprovações. Outra opção é o debate orientado, que pode ser utilizado após o orador expor o tema, quando os alunos apresentam seus pontos de vista e falam pró ou contra uma determinada proposição. Quando o grupo de alunos é muito grande, pode-se valer da “Dinâmica de Grupo”.Esta técnica consiste em dividir um grupo grande em diversas equipes, que discutem os problemas já assinalados anteriormente, com o propósito de expor a conclusão dessa discussão ao grupo maior. A parábola também pode ser utilizada pelo professor para deter a atenção dos alunos, criando a associação do tema exposto, contando-se uma história para que se extraia dela ensinamentos que possam ilustrar outra situação. Estas são algumas das técnicas que um orador pode utilizar para tornar sua retórica mais interessante e interativa, devendo evitar-se a preleção, onde o orador limita-se a fazer seu discurso diante da platéia, pois numa sala de aula, freqüentemente a preleção provoca desinteresse dos alunos, dispersão e pouca retenção do assunto exposto.
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